Só
quem teve fome sabe o valor que tem o pão.
Só
quem teve sede sabe o valor do copo d’agua.
Só
quem já teve as lágrimas contidas pela vergonha de chorar, sabe o valor que tem
um abraço sem perguntas.
Estive
aqui o tempo todo, só você não viu.
Estive
ao seu lado, em silêncio, tentando te transportar para o meu mundo.
E
você, sem ao menos me perguntar, me arrastou para o seu.
Tão
próximos,
Tão
distantes,
Os
centímetros que separam você de mim, na minha cama, são quilômetros de
silêncios que gritam.
Mal
interpretados,
Silêncios
que imploram,
A
morte silenciosa que se aproxima do peito.
Não
choro mais,
Não
argumento mais,
Tudo
passa devagar, como se despedindo.
Eu
estava lá.
Por
que você me enxerga, mas não consegue me ver?
Por
que você acha que por mais anos a fio eu irei esperar?
Os
olhos se cerram,
A
porta de fecha,
Mais
uma noite, uma noite a mais,
Até
quando?
Era
escrever ou explodir,
Era
escrever ou me calar,
O
surto que surta em mim,
Apagam
o brilho dos olhos, extingue a chama de toda a esperança,
De
quem cansou de lutar.
O
vento frio,
A
garoa fina,
Apenas
temperam uma alma em desespero que não oferece mais resistência.
Fantasio
nos filmes,
E
vejo nas telas uma realidade que jamais viverei,
Casada,
exaurida,
Desistência
iludida,
O
amor partiu de mim,
Dizendo
não só um ‘até logo’, como sempre,
Mas
adeus, olhando à frente,
É
o fim.
Kelly
Christine