29 de set. de 2012

Querida e estimada solidão...


Eu não amo a solidão.

Ela está sempre me envolvendo, me cercando,
Tirando o melhor de mim que eu queria dedicar a alguém.
Eu fujo dela.  Sou amiga, sociável, compressiva, ouvinte.
Nada disso resolve. Lá está ela, entrelaçando os seus dedos em mim, se perdendo nos meus cabelos, querendo meu coração só para si.
Eu a rejeito, eu a ironizo, eu a ignoro.
Nada disso a comove, nada disso a abala.
Queria que as pessoas tivessem a mesma determinação e ousadia da minha solidão. Não se abala, não se corrompe, não se move. Permanece firme. Jamais me abandona.
Cansei de lutar contra a única coisa que realmente briga para permanecer comigo.
Se não pode lutar contra, pelo menos aceite o fato que está ali.

Seja bem vinda, abro os braços pra ti.

Minha querida e estimada solidão.


Kelly Christine

20 de set. de 2012

Para Aquele que Nunca Chorou...


Você vai chorar?
Quando eu deste mundo partir,
Quando por você, eu deixar de sorrir,
Quando eu abandonar este lugar.
Você vai chorar?
Quando se ver completamente sozinho,
Seguindo solitário seu caminho,
Coberto de pedras e espinhos,
Sem ninguém para te apoiar.
Você vai chorar?
Quando todos te abandonarem
Quando todas as vozes se calarem
E você precisar de alguém pra conversar?
Você vai chorar?
Quando se lembrar de mim,
Saber que aquele foi o fim,
De um sonho que nunca chegou a se realizar.
Você vai chorar?
Quando para sempre o amor se for,
Quando todas as lembranças te levarem para a dor,
Quando você mesmo não conseguir se perdoar.
Você vai chorar?
Quando toda sua vontade se concentrar,
Nas lágrimas que teimam em não rolar,
Por alguém cujo único pecado foi o te amar,
Você vai chorar?
Quando souber no adeus,
A falta que fazem os braços meus,
Que tanto carinho te deram,
Que tanta diferença fizeram.
Você vai chorar?
Quando descobrir que tudo o que vive hoje é ilusão,
E que o orgulho de escutar o próprio coração,
Te levará a seguir sem volta uma sina,
Que transformará toda jornada em ruínas,
Você vai chorar?
Eu chorei por tantas vezes, e tantos motivos,
Destruída, vendo você se derretendo em sorrisos,
Enquanto eu andava pelos cantos a soluçar,
Por alguém que parecia não se importar,
Onde se iniciava meu sofrimento
E quando terminaria aquele tormento.
Se você sabia fingir,
Mesmo desprovido de alegria ficava a sorrir,
Eu não tive a mesma sorte,
Desejei por tantas vezes a morte,
Que pusesse fim ao que me afligia,
Me afogando na própria agonia,
De uma tristeza que parecia não ter fim,
Aquele amor que era tudo pra mim,
Põe-se hoje a se perguntar:
Depois de tudo que aconteceu,
Depois de tudo que se foi e se perdeu,
Se eu deste mundo partir,
Se por você, eu deixasse de sorrir,
Se eu abandonar este lugar,
Você iria chorar?

Kelly Christine

18 de set. de 2012

Thanks, Mom...


Obrigado pelas lágrimas de uma existência sem motivos,
Por tantas vezes que eu clamei por ajuda, e o silêncio e o escárnio me responderam de volta,
Obrigado por me ensinar a ter vergonha de chorar.
Vergonha de mim, de tudo o que eu fazia.
Vergonha de ser simplesmente quem eu era.
Obrigado por me ensinar os primeiros passos em direção ao desfiladeiro de tristeza e solidão,
Por tantas e tantas vezes que a minha busca por uma palavra amiga se transformava em um calvário.
Por me mostrar que amargura faz parte da vida que eu terei que viver agora.
Pelos abraços não recebidos, o carinho renegado, os beijos que ficaram sem se encontrar.
Na primeira decepção de amor que eu quis dividir com você, ganhei a gargalhada da ironia e o sangue a corar no meu rosto,
A primeira dor de perda, foi motivo suficiente para ser assunto de tudo e de todos.
Obrigado por partilhar com todos o que sempre relutei para esconder.
Por apontar os meus defeitos em riste, por me fazer desacreditar dos sonhos,
Por entender que nada durará para sempre, e que amor era uma grande utopia.
Obrigado.
Tantas lições dolorosas. Tantos tombos sem um ombro amigo, tantas tragédias narradas em silêncio num quarto escuro e abafado enquanto você achava que eu vagava para o nada a troco de nada.
Tanto sofrimento, tantas lágrimas, tanto perdão recusado.
No dia que eu me tornar alguém assim, prefiro deixar de existir.
Obrigado. Por me ensinar da forma mais cruel a jamais ser como você.

Kelly Christine

13 de set. de 2012

A Força dos Defeitos do Anjo Feio...


Me sinto roubada...
O coração era meu. Não me pertence mais,
Entregue cuidadosamente há dias atrás,
Mais uma vez tomado de mim.
Tantos planos e tantos sonhos passearam,
Pelas ruas onde nossos pés vagaram.
Nunca poderiam imaginar
As palavras que estou a digitar
Seriam o começo de todo meu fim.
Me sinto incompleta...
Sem destaque dentre as pessoas, apenas mais uma no meio de tanta gente,
Tão simples de coração, tão diferente,
As palavras que ainda ecoam aos meus ouvidos,
Gritos calados e temidos,
Fazendo me sentir tão deficiente.
Até o espelho ri de meu débil olhar,
Espera em vão, a dor um dia se esgotar,
Uma sombra que permanece
A alma definha, em silêncio padece,
Sem acreditar na verdade do amor ou na cura da prece.
Os velhos problemas são só o complemento,
Para uma vida que já tinha tantos tormentos,
Não ter mais como respirar aliviada
Permanece ali, miúda, calada,
Esperando pelo quê? Pela chegada do nada.
E o coração? Partiu.
O brilho no olhar? Sumiu.
O que restou? Palidez.
O que te mantém ainda? Lucidez.
Deixo o vento secar
As marcas das lágrimas que continuam a derramar
Sulcos na estrada de pedras de uma vida
Que não construiu castelos,
Que não cicatrizou feridas,
Não importa quantas vezes e por quanto tempo eu vou chorar
Nenhum pranto faz voltar
Quem me virou as costas sem nenhum remorso
Nenhuma saudade, somente negócio.
O anjo feio foi julgado mais uma vez
A força de todos os seus defeitos venceu
A melhor parte do anjo de asas quebradas
Rejeitada, pelo mundo se perdeu.
E o espelho mais uma vez a refletir
O olhar de dor de quem se força a sorrir,
A sombra do anjo feio que sou eu.
Partida de lado a lado,
Poesia...
Desfila suas letras e recordações
Tão cheia de saudades e agonia.
Eu escrevo o que ninguém vai ler,
Eu explico o que ninguém vai entender,
Insistindo em doar um amor,
Que ninguém irá corresponder.

Kelly Christine

Tinha me esquecido...


Às vezes, eu me esqueço de chorar.
Passo tanto tempo fingindo ser forte, que não me permito chorar na frente das pessoas, apesar de ser imensamente emotiva.
Dor. Após senti-la por anos a fio, ainda não consigo me acostumar com ela. Nem com o vazio que ela deixa por me roubar coisas tão preciosas da alma.
Lembranças. Quando tudo que te resta é lembrar, sinal que a vida está chegando à curva de seu ciclo final.
A noite de ontem foi um imenso passeio ao inferno. Me senti em um filme, que assisti a alguns anos atrás. Meio morta, querendo matar a outra metade. Meio vazia, e sabendo que a outra parte escorria pelos meus dedos como areia fina.
Tão estranho ver as pessoas assistindo seus momentos de dor como veem animais no zoológico. Um pouco de curiosidade, mas nenhum apego. Recomeçam a sua vida da onde pararam, como se simplesmente as coisas que aconteceram fossem um pesadelo ruim, que já havia passado.
Fiquei aqui. O que restou de mim foi um tanto de dor, outro de sofrimento, e um mar de lágrimas que não paravam de cair. Eu deixei. Chorei até soluçar e dormir de cansaço, para acordar no meio da madrugada e chorar tudo outra vez.
Tinha apenas meu pc como testemunha. O pequeno dormia um sono tranquilo, que eu não interrompi de maneira alguma. Afinal, quem mais se importaria comigo além dele?
Fácil esconder e ignorar os sentimentos quando tudo o que você fez a vida inteira foi ignorar o que o seu coração sussurrava, gritava, falava. Eu que sempre escutei o meu, mesmo achando que estava errado, não sei fazer isso. Não sei ignorar um olhar de desprezo sem me sentir um lixo. Não sei ignorar meu coração acelerando e batendo triste por estar partido. Vazio. Você imagina que tudo vai ser diferente, e percebe que foi exatamente igual da última vez.
O que foi que eu vivi? Eu imaginei tudo ou realmente aconteceu? A bala, a música, os lugares, a comida, os livros. Tudo um mar de lembranças. Só minhas? Sim, só minhas. Tem pessoas com uma facilidade imensa de fingir que nada aconteceu. Ou realmente não sentem nada diferente a não ser um vento que já foi embora. Será que só eu me sinto assim? Provavelmente sim, quase certeza dizer, quando você olha pra mesma pessoa e percebe que definitivamente ela não se importa se você desaparecer amanhã. Ou quem sabe hoje mesmo. Ilusão de ser especial...
Percebo que a sombra no meu olhar voltou. Ela que tinha me deixado, retornou com força, e sabendo que vai ficar. Não preciso mais fingir o sorriso. A sombra não permite isso. Mesmo que alguém me veja sorrindo agora, perceberá no meu olhar que a dor é mais profunda do que eu quero mostrar. Mas quem vai me olhar mesmo para perceber isso?
Às vezes, eu me esqueço de chorar. Aí vem o mundo e me lembra mais uma vez.

Kelly Christine

12 de set. de 2012

Minhas Músicas Preciosas...[18]


Não existe outra canção para fazer parte dos minhas músicas preciosas este mês.
Fazer o meu melhor... Não foi o suficiente.

I Give you... ColdPlay.

O Anel.


Escutei muito essa frase nos últimos dias. “O que é melhor, pode não ser satisfatório.” Venho aqui mais uma vez, dizer a única pessoa que se importa, como me sinto.  Quebrada, partida, aos pedaços. Mais uma vez tudo passou por mim. Infelizmente ainda não consegui me manter de pé.
Olho o anel no meu dedo. Tem o desenho de um coração vazado, de lados opostos. Engraçada coincidência. Quando o escolhi na loja, sempre gostei de corações, ficou claro que gostaria deste. Só agora me dou conta que não era bem um coração. Era o espaço onde deveria estar um. Mas não está. E nunca estará. Será sempre vazio.
As palavras são duras. Geladas, cortantes. Ouço tudo calada, as lágrimas se seguram o máximo que conseguem nos meus olhos. Todas as explicações que eu tinha, morrem na boca. O meu melhor, não estava sendo satisfatório. Mais uma vez.
Me sento a mesa olhando para o mesmo vazio que acompanha a ponta do meu dedo, sentindo o vão onde deveria estar um coração. Mas não está. As lágrimas, agora sem pudor algum, escorrem pelos olhos, sem pedir ao menos licença. Sinto seu incômodo ao me olhar, estar diante de uma criatura ao qual agora, seu único sentimento dedicado é o desprezo. As prioridades mudaram. Fico em silêncio. Palavras são desnecessárias neste momento. Pra quê? Uma decisão foi tomada, e nada que eu fale, faça ou diga será apropriado ou de alguma utilidade para a situação mudar.
Cumprimento e peço desculpas pela minha pessoa aos pedaços e humilhada. Me retiro. A rua é o único consolo que me abraça neste momento, e me toca a ferida na alma aberta mais uma vez.  As pessoas me olham sem entender. O que faz essa criatura, zanzando aos prantos pelas ruas movimentadas? Tão perdida, tão perdida...
Os dedos ainda percorrem o anel. Chego onde preciso chegar. Me escondo do olhar curioso das pessoas, fujo de suas perguntas, me permito chorar livremente. Adormeço em meio a lágrimas e lembranças agora turvas de um passado que parece tão presente em mim.
Meus sentimentos, minhas qualidades. São incapazes de superar minhas diferenças e meus defeitos. O que realmente importa não é o que eu sinto, de como eu me arrependo de uma atitude ou outra impensada, ou algum passo errado que eu faça de tudo para corrigir. O que importa mesmo, é saber que eu sou completamente deficiente em tudo, inclusive na capacidade de me superar. Não sou alguém inesquecível nem importante. Apenas mais uma pessoa insignificante que merece todo o desprezo de ter errado, e mesmo tentando se corrigir, resolutamente de nada adianta.
Me vejo diante do espelho. Os olhos vermelhos e inchados denunciam o sono encerrado abruptamente em meio às lágrimas. Lavo esses mesmos olhos tão cheios de amargura nas águas sagradas da pia do banheiro. Velha, cansada, a boca deficiente, os dentes irregulares, as olheiras fundas, os cabelos brancos. É. Sendo esse mostro feio que eu sou, dificilmente alguém iria me olhar sem me ver. Não sei de onde eu tirei a ilusão que a pessoa que eu sou poderia ser melhor do que a pessoa que todos veem.
Saio do banheiro pisando em falso. As pessoas pareciam esperar algo de mim, espécie de confissão, que lógico não aconteceu. Se recolhem curiosas e decepcionadas.
Mantenho meu silêncio. Este documento é a única coisa que me mantem ligada ao mundo que me obrigo a viver, mesmo sem querer.  Lutar pelo que acredito foi tudo o que eu fiz até aqui. Lutar pelos meus sonhos, pelos desejos, pelas realizações, pelos sorrisos. Nada adianta eu lutar pelo nada, diante do nada. Não posso perfurar o vento, ou impedir a chuva de cair. Não posso lutar, correr atrás, de quem nunca dará um único passo por mim.
Sento à mesa. Olho tudo sem ver absolutamente nada. Sinto um torpor dentro de mim, como se algo que doeu descomunalmente tivesse sido cauterizado. O sorriso vazio esconde a fumaça diante da ferida cauterizada. Quem fala que o tempo cura feridas esquece que as lembranças deixam cicatrizes.
Decidi usar esse anel enquanto durar. Ele sempre me fará lembrar o quanto eu fui incapaz de nada fazer diante da minha luta árdua e sem propósitos. Me faz lembrar que eu jamais serei digna, ou diferente ao ponto de ser especial. E o principal: somos semelhantes. Não irá mais existir um coração. Existirá um espaço onde deveria estar um coração. Que jamais será preenchido.
Não é possível haver uma segunda chance. Para pessoas que não tiveram sequer a primeira.

Kelly Christine.

Nascida no escuro.


Ouvia Legião Urbana durante minha infância/adolescência inteira. Sempre me identificava com as músicas, por causa dos meus conflitos internos e externos, estava sempre deprimida, quase sempre só. Hoje, anos depois daquela época que eu já considerava difícil, as mesmas músicas fazem parte do meu dia a dia. E continuam com o mesmo sentido, apesar das situações terem mudado de origem, o sentimento permanece sempre o mesmo. Pensar sobre isso se torna até engraçado, pessoas ao longo dos anos tendem a evoluir, amadurecer, construir seus próprios castelos.  Eu permaneci no mesmo lugar. Por comodismo? De maneira alguma. Pensei que as coisas pudessem mudar de acordo com a minha vontade, com a minha fé, com a minha esperança. Percebi talvez tarde demais que, ao contrário do que a maioria dos homens pensam, a fé e a esperança te mantém de pé, mas o destino e a sorte são conclusivos para que as coisas realmente aconteçam.
Sem hipocrisia que basta acreditar. Esse negócio de ficar esperando algo acontecer é pura fantasia. Mais do que dobrei meus joelhos, orei, rezei, chorei sozinha e dentro de igrejas que nada me ofereciam a não ser o olhar preconceituoso das pessoas, só porque era diferente dos demais. Não. Eu não nasci marcada. Eu nasci no escuro, sem ser vista ou notada.
Durante anos e anos a fio eu pensava que amanhã seria diferente. Eu sorria, mesmo não tendo forças sequer para falar. Eu fingia estar tudo bem, tateava no escuro confiando em um amanhã que jamais chegou. Assistia minha vida passando diante dos meus olhos, sem poder vive-la do jeito que queria ou precisava.  Fui pra lá, vim pra cá. Jogada, deixada de lado, traída, magoada, trocada. Eu jamais deixei de acreditar que poderia ser diferente, e dormia todas as noites com o pensamento de que amanhã seria uma nova chance de tudo poder dar certo.
A cada manhã a surpresa de que nada mudou, a não ser o dia no calendário velho pendurado na parede. A cada manhã sair de casa, trabalhar e voltar pra casa sabendo que a casa que eu voltava não era o lugar que me pertencia. Eu não pertencia a lugar nenhum. Eu não era de ninguém. Onde estava toda a fé do tamanho de um grão de areia que agora também me abandonava? Onde está o amor prometido, onde estão os sonhos tão coloridos, onde estão todos? Os abraços, os beijos, o carinho. Era tudo ilusão?
Todos nós vivemos uma rotina. Levantar pelas manhãs, tomar café, correr para tomar o ônibus, chegar ao trabalho, trabalhar o dia inteiro, correr para pegar o ônibus de volta pra casa, chegar cansado, estressado, abrir a porta de casa e ter seu marido/filho/cachorro esperando por você. Se será com sorrisos ou com contas pra pagar tanto faz, mas serão pessoas que sempre estarão lá. E por você.
A pergunta que fica. Quem me espera? Onde está o refúgio que eu preciso quando o trabalho me consome e as preocupações da vida me assolam? Onde? No final de cada jornada, apenas a solidão e a frieza do computador me esperam. A boa vontade de quem quer conversar comigo um pouco no msn ou simplesmente perder um pouco do seu tempo precioso com uma pessoa que parece que não tem nada a acrescentar. Realmente eu não sei muito. Mas a minha imaginação é tão vasta, o meu coração é tão grande, por que ninguém quer ficar aqui dentro?
E Renato Russo continua desfilando os seus versos de amor e rebeldia, que anos atrás (e ainda hoje) fazem a cabeça de muitos jovens. Talvez, se estivesse vivo, estaria meio decepcionado com o que o mundo se tornou hoje. Não. O mundo não mudou tanto assim, só as pessoas que se revelaram como realmente são. E isso ele já sabia. As pessoas só se importam com o que as favoreçam, e o outro que se vire. Você pode chamar a atenção de várias formas, porém as pessoas continuarão a enxergar somente o que querem enxergar.
Lutar pelo que se quer, sonhar com um amanhã diferente de hoje, tornar a lutar depois de amanhã.
Desculpa, mas nasci no escuro e não fui marcada pela sorte.

Kelly Christine.

“É PRECISO AMAR AS PESSOAS COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ...
PORQUE SE VOCÊ PARAR PRA PENSAR... NA VERDADE NÃO HÁ...”

8 de set. de 2012

Queria Muito.


Quero muito... Muitas coisas.
Queria ver o sol de manhã, nascendo por trás das minhas cortinas brancas... E o vidro da janela cristalino, ocultasse e descobrisse o novo dia nascendo.
Queria ver nos meus lençóis brancos, e minha cama cheia de alegria e conforto, ter nos braços quem me faz feliz.
O cachorro que se espreguiça no tapete felpudo, pula na cama e vem nos cumprimentar por mais um bom dia que está apenas começando.
Queria olhar pra você ainda na cama, e descobrir que mesmo com aquele meu cabelo todo desengrenado, a cara amassada, e o hálito de cabide logo pela manhã, você continuaria me dizendo o quando me acha linda e o quanto me quer bem.
O café da manhã na sala espaçosa, cheio de coisas gostosas, nos espera preenchendo toda a sala com o cheirinho bom do pão quente pela casa.
E os sorrisos? Ah, estes vem e vão, simplesmente na troca de olhares, e nos beijos que selam apenas o que sabemos que sentimos um pelo outro.
Ele lê o jornal. Ela assiste TV. Mesmo fazendo coisas distintas, ambos estão ligados um ao outro, pelas batidas quase audíveis do coração de cada um.
O amor e toda a mágica que pode fazer.
Os sonhos, realizados. Os sorrisos sinceros tão casualmente soltos.
Eu queria tanto...
Eu tentei. Muitos foram os caminhos que eu percorri e as pessoas que passei.
No final das contas... Nada me esperava no fim, além do que sempre me espera no fim. Nada.
E mais uma vez a razão gritou ao meu coração: pare de tentar!
E mais uma vez o meu coração respondeu determinado: só mais essa vez...
Eu queria tanta coisa...
Mas a principal delas era: deixar de sonhar.
Porque queria que os sonhos fossem realidade.
E a realidade fosse tão feliz que não precisaria de sonhos...
Eu queria...

Kelly Christine