25 de mai. de 2016

Eu não escolhi esperar...

Só quem teve fome sabe o valor que tem o pão.
Só quem teve sede sabe o valor do copo d’agua.
Só quem já teve as lágrimas contidas pela vergonha de chorar, sabe o valor que tem um abraço sem perguntas.
Estive aqui o tempo todo, só você não viu.
Estive ao seu lado, em silêncio, tentando te transportar para o meu mundo.
E você, sem ao menos me perguntar, me arrastou para o seu.
Tão próximos,
Tão distantes,
Os centímetros que separam você de mim, na minha cama, são quilômetros de silêncios que gritam.
Mal interpretados,
Silêncios que imploram,
A morte silenciosa que se aproxima do peito.
Não choro mais,
Não argumento mais,
Tudo passa devagar, como se despedindo.
Eu estava lá.
Por que você me enxerga, mas não consegue me ver?
Por que você acha que por mais anos a fio eu irei esperar?
Os olhos se cerram,
A porta de fecha,
Mais uma noite, uma noite a mais,
Até quando?
Era escrever ou explodir,
Era escrever ou me calar,
O surto que surta em mim,
Apagam o brilho dos olhos, extingue a chama de toda a esperança,
De quem cansou de lutar.
O vento frio,
A garoa fina,
Apenas temperam uma alma em desespero que não oferece mais resistência.
Fantasio nos filmes,
E vejo nas telas uma realidade que jamais viverei,
Casada, exaurida,
Desistência iludida,
O amor partiu de mim,
Dizendo não só um ‘até logo’, como sempre,
Mas adeus, olhando à frente,
É o fim.


Kelly Christine