1 de mai. de 2017

Covardia...

Atravessando a dor da própria solidão sem apoio de ninguém.
A fé que me sustenta também enfrenta seus momentos de fraqueza.
Eu tento entender onde estava o meu erro.
Eu só pedi para você estar ali, comigo.
Ali, do meu lado, mais nada.
Mesmo assim, era demais.
Sem pestanejar ou sequer questionar,
Eu realizava cada um dos seus caprichos,
Mas quando só ameaçava questionar algo meu,
Era drama demais,
Chorona demais,
Tudo demais.
Egoísta demais para perceber o próprio egoísmo,
Dilacerava um coração aos poucos,
Cujo único erro foi amar demais.
Cansada de insistir numa vida sem perspectivas, eu me mantive em silêncio.
E mesmo assim, ainda era considerado um erro.
Um dia que você não me deu atenção enquanto eu estava lá.
No outro, eu não estava lá, e você não fez questão,
O terceiro foi o sinal de alerta.
Pra quê eu servia afinal?
Cedia aos seus desejos, e deixava de lado meus sentimentos?
O quão cruel pode ser uma pessoa,
Para despertar o amor de outra, sem intenção de amá-la?
Por que não me disse adeus, de uma vez?
Tão corajoso para gritar aos quatro ventos, os meus supostos erros,
E covarde demais para me afastar de uma vez?
Eu ainda tenho utilidade? E quando terei valor?
Cansada de me afogar em lágrimas de uma felicidade que só existe na minha cabeça,
Eu espero mais uma vez os dias passarem.
O adeus que a sua covardia deixou de dizer,
A realidade do tempo se encarrega de trazer.


Kelly Christine