9 de out. de 2017

Desaparecendo...

E aquela chama tímida continua apagando,
Pouco a pouco, segundo a segundo.
Miseravelmente se apoiando em certezas que só geram incertezas.
Até quando precisarei fingir que está tudo bem?
Tenho que engolir todas as palavras que precisava dizer,
Me afogando em esperanças,
Então dissolvidas nas lágrimas de mais uma noite insone.
Eu olho no fundo dos seus olhos,
Você não consegue ver, não consegue sentir.
Não há mais conexões entre nós.
Meses sem um tempo que seja apenas nós dois,
A culpa é da crise, do gato, da saúde frágil e do total desiquilíbrio das minhas emoções.
Todos responsáveis... menos você.
Não há diálogo, não há conversa.
O silêncio permanece entalando a garganta de quem, pouco a pouco, vai desistindo.
Desistindo de lutar,
Desistindo de insistir no que machuca,
Desistindo de tentar conversar, argumentar, explicar, se fazer entender,
Desistindo...
De quem tem olhos, mas não consegue ver,
De quem tem ouvidos, mas não consegue ouvir,
De uma mente brilhante que não consegue compreender,
Vê a natureza humana frágil gradualmente ruir.
Nada faz, nada fez.
Fará?
Tarde demais pode ser,
Adiantará?
Eu ainda estou aqui,
Esperando um algo que nem sei se estaria por vir,
Segurando água com as duas mãos, a pensar:
Adiantará?
Eu me mantive ao seu lado,
Mesmo quando sua bipolaridade me expulsou,
Mesmo quando seu gênio ruim me maltratou,
Mesmo quando no meio de um sorriso, tudo o que eu queria fazer era chorar,
Mesmo assim, eu estava ali. Quem mais estará?
Preso a um passado que não vive o presente e não planeja o futuro.
Uma vida vivida apenas para respirar e nada mais,
Eu não me importaria, de ter os meus dias iguais,
Se tivesse a certeza de que, mais além,
Poderia contar com alguém,
Que não hesitaria em me estender a mão,
E me entregar o coração.
Não há amor e nem felicidade,
Sofrem aqueles que ainda demonstram bondade,
Por pessoas que te veem desmoronar,
Sem ao menos querer te escutar.
A fé que ilumina meu céu,
Me consola e não deixa me conformar com um destino cruel,
De uma chuva de pedras que me isolam... solidão.
Deus jamais colocaria em seu coração
Um sonho impossível de ser realizado,
Então esse seria o meu fardo,
Para chegar ao que sempre desejei?
Ter chegado ao destino, enfim, de tudo o que sonhei?
Ter o amor correspondido,
Esquecer o que tenho sofrido,
E finalmente, como a canção diz,
Ter um final feliz?

Kelly Christine

HISTÓRIAS, NOSSAS HISTÓRIAS,
DIAS DE LUTA.


Nenhuma glória...