E
aquela chama tímida continua apagando,
Pouco
a pouco, segundo a segundo.
Miseravelmente
se apoiando em certezas que só geram incertezas.
Até
quando precisarei fingir que está tudo bem?
Tenho
que engolir todas as palavras que precisava dizer,
Me
afogando em esperanças,
Então
dissolvidas nas lágrimas de mais uma noite insone.
Eu
olho no fundo dos seus olhos,
Você
não consegue ver, não consegue sentir.
Não
há mais conexões entre nós.
Meses
sem um tempo que seja apenas nós dois,
A
culpa é da crise, do gato, da saúde frágil e do total desiquilíbrio das minhas
emoções.
Todos
responsáveis... menos você.
Não
há diálogo, não há conversa.
O
silêncio permanece entalando a garganta de quem, pouco a pouco, vai desistindo.
Desistindo
de lutar,
Desistindo
de insistir no que machuca,
Desistindo
de tentar conversar, argumentar, explicar, se fazer entender,
Desistindo...
De
quem tem olhos, mas não consegue ver,
De
quem tem ouvidos, mas não consegue ouvir,
De
uma mente brilhante que não consegue compreender,
Vê
a natureza humana frágil gradualmente ruir.
Nada
faz, nada fez.
Fará?
Tarde
demais pode ser,
Adiantará?
Eu
ainda estou aqui,
Esperando
um algo que nem sei se estaria por vir,
Segurando
água com as duas mãos, a pensar:
Adiantará?
Eu
me mantive ao seu lado,
Mesmo
quando sua bipolaridade me expulsou,
Mesmo
quando seu gênio ruim me maltratou,
Mesmo
quando no meio de um sorriso, tudo o que eu queria fazer era chorar,
Mesmo
assim, eu estava ali. Quem mais estará?
Preso
a um passado que não vive o presente e não planeja o futuro.
Uma
vida vivida apenas para respirar e nada mais,
Eu
não me importaria, de ter os meus dias iguais,
Se
tivesse a certeza de que, mais além,
Poderia
contar com alguém,
Que
não hesitaria em me estender a mão,
E
me entregar o coração.
Não
há amor e nem felicidade,
Sofrem
aqueles que ainda demonstram bondade,
Por
pessoas que te veem desmoronar,
Sem
ao menos querer te escutar.
A
fé que ilumina meu céu,
Me
consola e não deixa me conformar com um destino cruel,
De
uma chuva de pedras que me isolam... solidão.
Deus
jamais colocaria em seu coração
Um
sonho impossível de ser realizado,
Então
esse seria o meu fardo,
Para
chegar ao que sempre desejei?
Ter
chegado ao destino, enfim, de tudo o que sonhei?
Ter
o amor correspondido,
Esquecer
o que tenho sofrido,
E
finalmente, como a canção diz,
Ter
um final feliz?
Kelly
Christine
HISTÓRIAS,
NOSSAS HISTÓRIAS,
DIAS
DE LUTA.
Nenhuma
glória...
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