18 de set. de 2012

Thanks, Mom...


Obrigado pelas lágrimas de uma existência sem motivos,
Por tantas vezes que eu clamei por ajuda, e o silêncio e o escárnio me responderam de volta,
Obrigado por me ensinar a ter vergonha de chorar.
Vergonha de mim, de tudo o que eu fazia.
Vergonha de ser simplesmente quem eu era.
Obrigado por me ensinar os primeiros passos em direção ao desfiladeiro de tristeza e solidão,
Por tantas e tantas vezes que a minha busca por uma palavra amiga se transformava em um calvário.
Por me mostrar que amargura faz parte da vida que eu terei que viver agora.
Pelos abraços não recebidos, o carinho renegado, os beijos que ficaram sem se encontrar.
Na primeira decepção de amor que eu quis dividir com você, ganhei a gargalhada da ironia e o sangue a corar no meu rosto,
A primeira dor de perda, foi motivo suficiente para ser assunto de tudo e de todos.
Obrigado por partilhar com todos o que sempre relutei para esconder.
Por apontar os meus defeitos em riste, por me fazer desacreditar dos sonhos,
Por entender que nada durará para sempre, e que amor era uma grande utopia.
Obrigado.
Tantas lições dolorosas. Tantos tombos sem um ombro amigo, tantas tragédias narradas em silêncio num quarto escuro e abafado enquanto você achava que eu vagava para o nada a troco de nada.
Tanto sofrimento, tantas lágrimas, tanto perdão recusado.
No dia que eu me tornar alguém assim, prefiro deixar de existir.
Obrigado. Por me ensinar da forma mais cruel a jamais ser como você.

Kelly Christine

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