Obrigado pelas
lágrimas de uma existência sem motivos,
Por tantas vezes que
eu clamei por ajuda, e o silêncio e o escárnio me responderam de volta,
Obrigado por me
ensinar a ter vergonha de chorar.
Vergonha de mim, de
tudo o que eu fazia.
Vergonha de ser
simplesmente quem eu era.
Obrigado por me
ensinar os primeiros passos em direção ao desfiladeiro de tristeza e solidão,
Por tantas e tantas
vezes que a minha busca por uma palavra amiga se transformava em um calvário.
Por me mostrar que
amargura faz parte da vida que eu terei que viver agora.
Pelos abraços não
recebidos, o carinho renegado, os beijos que ficaram sem se encontrar.
Na primeira decepção
de amor que eu quis dividir com você, ganhei a gargalhada da ironia e o sangue
a corar no meu rosto,
A primeira dor de
perda, foi motivo suficiente para ser assunto de tudo e de todos.
Obrigado por
partilhar com todos o que sempre relutei para esconder.
Por apontar os meus
defeitos em riste, por me fazer desacreditar dos sonhos,
Por entender que nada
durará para sempre, e que amor era uma grande utopia.
Obrigado.
Tantas lições
dolorosas. Tantos tombos sem um ombro amigo, tantas tragédias narradas em
silêncio num quarto escuro e abafado enquanto você achava que eu vagava para o
nada a troco de nada.
Tanto sofrimento,
tantas lágrimas, tanto perdão recusado.
No dia que eu me
tornar alguém assim, prefiro deixar de existir.
Obrigado. Por me
ensinar da forma mais cruel a jamais ser como você.
Kelly Christine
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