Me sinto roubada...
O coração era meu. Não me
pertence mais,
Entregue cuidadosamente há dias
atrás,
Mais uma vez tomado de mim.
Tantos planos e tantos sonhos
passearam,
Pelas ruas onde nossos pés
vagaram.
Nunca poderiam imaginar
As palavras que estou a digitar
Seriam o começo de todo meu fim.
Me sinto incompleta...
Sem destaque dentre as pessoas,
apenas mais uma no meio de tanta gente,
Tão simples de coração, tão
diferente,
As palavras que ainda ecoam aos
meus ouvidos,
Gritos calados e temidos,
Fazendo me sentir tão deficiente.
Até o espelho ri de meu débil
olhar,
Espera em vão, a dor um dia se
esgotar,
Uma sombra que permanece
A alma definha, em silêncio
padece,
Sem acreditar na verdade do amor
ou na cura da prece.
Os velhos problemas são só o
complemento,
Para uma vida que já tinha tantos
tormentos,
Não ter mais como respirar
aliviada
Permanece ali, miúda, calada,
Esperando pelo quê? Pela chegada
do nada.
E o coração? Partiu.
O brilho no olhar? Sumiu.
O que restou? Palidez.
O que te mantém ainda? Lucidez.
Deixo o vento secar
As marcas das lágrimas que
continuam a derramar
Sulcos na estrada de pedras de
uma vida
Que não construiu castelos,
Que não cicatrizou feridas,
Não importa quantas vezes e por
quanto tempo eu vou chorar
Nenhum pranto faz voltar
Quem me virou as costas sem nenhum
remorso
Nenhuma saudade, somente negócio.
O anjo feio foi julgado mais uma
vez
A força de todos os seus defeitos
venceu
A melhor parte do anjo de asas
quebradas
Rejeitada, pelo mundo se perdeu.
E o espelho mais uma vez a
refletir
O olhar de dor de quem se força a
sorrir,
A sombra do anjo feio que sou eu.
Partida de lado a lado,
Poesia...
Desfila suas letras e recordações
Tão cheia de saudades e agonia.
Eu escrevo o que ninguém vai ler,
Eu explico o que ninguém vai
entender,
Insistindo em doar um amor,
Que ninguém irá corresponder.
Kelly Christine
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