13 de set. de 2012

A Força dos Defeitos do Anjo Feio...


Me sinto roubada...
O coração era meu. Não me pertence mais,
Entregue cuidadosamente há dias atrás,
Mais uma vez tomado de mim.
Tantos planos e tantos sonhos passearam,
Pelas ruas onde nossos pés vagaram.
Nunca poderiam imaginar
As palavras que estou a digitar
Seriam o começo de todo meu fim.
Me sinto incompleta...
Sem destaque dentre as pessoas, apenas mais uma no meio de tanta gente,
Tão simples de coração, tão diferente,
As palavras que ainda ecoam aos meus ouvidos,
Gritos calados e temidos,
Fazendo me sentir tão deficiente.
Até o espelho ri de meu débil olhar,
Espera em vão, a dor um dia se esgotar,
Uma sombra que permanece
A alma definha, em silêncio padece,
Sem acreditar na verdade do amor ou na cura da prece.
Os velhos problemas são só o complemento,
Para uma vida que já tinha tantos tormentos,
Não ter mais como respirar aliviada
Permanece ali, miúda, calada,
Esperando pelo quê? Pela chegada do nada.
E o coração? Partiu.
O brilho no olhar? Sumiu.
O que restou? Palidez.
O que te mantém ainda? Lucidez.
Deixo o vento secar
As marcas das lágrimas que continuam a derramar
Sulcos na estrada de pedras de uma vida
Que não construiu castelos,
Que não cicatrizou feridas,
Não importa quantas vezes e por quanto tempo eu vou chorar
Nenhum pranto faz voltar
Quem me virou as costas sem nenhum remorso
Nenhuma saudade, somente negócio.
O anjo feio foi julgado mais uma vez
A força de todos os seus defeitos venceu
A melhor parte do anjo de asas quebradas
Rejeitada, pelo mundo se perdeu.
E o espelho mais uma vez a refletir
O olhar de dor de quem se força a sorrir,
A sombra do anjo feio que sou eu.
Partida de lado a lado,
Poesia...
Desfila suas letras e recordações
Tão cheia de saudades e agonia.
Eu escrevo o que ninguém vai ler,
Eu explico o que ninguém vai entender,
Insistindo em doar um amor,
Que ninguém irá corresponder.

Kelly Christine

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente.
Se sentir-se à vontade para isso.