22 de fev. de 2013

Seguindo...


Ei, deixa eu te falar.
Enfrentei tantas coisas pra chegar até aqui,
Nunca desisti de lutar.
Por muitas vezes enfraqueci,
Mas sempre continuei a andar.
Me apoiando silenciosamente em pessoas eu sofri,
Sem nunca questionar.
Hoje, eu não consigo pedir,
A ajuda para continuar.
Tentando não desistir,
Tentando não deixar de tentar.
Palavras secas morrem na garganta,
Sem querer estou a me calar.
Sei que realmente não adianta,
Eu evito gritar.
A dor que o meu peito alavanca,
Me impede de revidar.
Vida, não desista de mim agora,
Eu preciso ter forças pra esperar.
Pelos meus sonhos que deram tanto trabalho,
Ainda posso realizar.
Aquilo que me foi roubado,
Aquilo que deixei passar.
Priorizando tudo que não me pertencia,
Estava ali sempre a ajudar.
Quem nunca me viu além de apoio,
Hoje está a me ignorar.
E eu continuando aqui, vivendo um sonho.
Sem saber se conseguirei continuar.
Ocultei meu riso, e calei meu choro.
Fiz da alma, barco solitário a navegar.
Olhando o céu, filosofando,
Músicas pelos meus ouvidos, desfilando.
Continuo incerta a caminhar.

Kelly Christine

14 de fev. de 2013

A ajuda que só atrapalha.


Era uma vez uma garota. Que só sabia ajudar as pessoas.
Esquecia de si mesma. Seu mundo, seus problemas, suas dores. Tudo sempre em segundo plano.
Sempre prestativa, ouvinte, conselheira, auxiliadora, pró ativa.
Sempre os outros. Sempre eles.
Nunca a si mesma.
Era uma vez uma garota que via dia após dia seu mundo ruir. O silêncio, único e fiel companheiro, era também o único que não a abandonava.
Porque o mundo é duro e implacável.
Porque as pessoas são cruéis.
Podia sempre estar ali quando gritassem, chorassem, esperneassem.
Ela estava sempre ali.
Calada, prestativa, conselheira.
Um riso amigo, uma piada que animava.
Ninguém era capaz de ver o inferno que queimava em seu peito. Nem todo o sofrimento que a torturava em silêncio.
Era uma vez uma garota que só sabia ajudar as pessoas.
As mesmas pessoas que reclamavam de todo seu esforço em vão.
As mesmas pessoas que só lhe retribuíam com ingratidão.
Nada nunca estava bom o suficiente para estas mesmas pessoas.
Ela, não podia gritar e pedir ajuda. Ela não podia reclamar.
Ela nada podia.
Porque o mundo é duro e implacável.
Porque as pessoas são cruéis.
Era uma vez uma garota que só sabia ajudar as pessoas.
Que morreu em silêncio afogada na própria dor.
Tentando ajudar as mesmas pessoas que lhe pagavam com a ingratidão.
Fim.

Kelly Christine

3 de fev. de 2013

Muros & Pontes...


Meus sonhos. Pequenos sonhos.
Decidi escrever, pois sei que ninguém jamais vai entender como me sinto.
Não pela vontade das pessoas, mas porque sei que é inútil eu tentar me explicar.
Eu sonho tão pequenas coisas. Me frustro a cada derrota iminente.
Foi assim na minha carreira.
Foi assim no meu projeto de família.
Foi assim no amor.
A famosa escritora, com carreira estável, uma casa com jardim, um cachorro e uma família “chester perdigão” a cada Natal se tornou isso aí. Um poço de pequenos grandes sonhos quebrados, e milhares de frustrações.
Não estudei.
Não me mudei.
Não construí nada do que eu quis.
Sou o resultado de uma série de escolhas erradas, que me transformaram nisso: nada.
As pessoas me olham e me julgam como fraca, não faço nada por mim. Não sabem da minha história, preferem trabalhar com o achismo popular.
Tão mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...
O tempo passou. Tarde demais para certas escolhas do passado mudarem.
Tarde demais para certos sonhos, antes um tanto ridículos, hoje completamente impossíveis.
Sempre incentivei as outras pessoas a construírem suas pontes, para atingir os seus tão desejados sonhos.
Enquanto eu me isolava, construindo muros para me defender das agressões de quem eu ajudava.
Não tenho nada.
Não tenho ninguém.
Mas e os amigos? O filho? O namorado?
Engraçado as pessoas perguntam de outras pessoas que dependem igualmente de mim para serem felizes. Enquanto eu tenho que fazer todas as pessoas felizes, e não encontro o caminho que me leva além dos muros que eu mesma construí.
Fazer porque é o correto.
Fazer porque a moralidade impõe.
Fazer porque é bonito.
Nunca fazer o que eu quero fazer.
Eu pensei que era alguém, pelo menos alguma coisa.
Assistindo pessoas, vivenciando certas situações, percebi o quão insignificante eu sou.
Para o universo.
Para o mundo.
Para o país.
Para alguém simplesmente.
Enquanto eu for útil para parte oposta do contrato de vida, me manterão por perto. Caso contrario, será assim: todas as pessoas são substituíveis.
Não, nunca concordei com isso. Mas que escolhas tenho? É isso, ou isolamento total.
Quanto custa um sorriso?
E um abraço? Quanto vale?
Quanto vale ver o meu filho sorrindo?
Quantas lágrimas preciso derrubar, fazendo aquilo que não quero, para vê-lo feliz?
As pessoas continuam me julgando, tendo em mente o que veem na superfície.
Esquecem que pode existir, algo mais profundo em mim, do que eles podem ver.
Este mundo, bem, ninguém nunca mais saberá sobre ele.
Afinal, é assim,
Tão mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...

Kelly Christine

2 de fev. de 2013

Jornada.


Eu queria...
Um coração que pudesse se dividir,
Um sonho que nunca fosse se partir,
Um amor que nunca dissesse adeus,
Uma pessoa para sempre nos braços meus.
Eu queria...
Que as lágrimas se fossem para sempre,
Que a tristeza sumisse eternamente,
Que as pessoas não quebrassem promessas,
Que não quisessem tudo às pressas.
Eu queria...
Ser feliz sem magoar ninguém,
Ser reconhecida pelo que sou, não mais um alguém,
Ter perspectiva, ter projeções.
Ter uma única alma, unida por dois corações.
Eu queria muita coisa, muito mais,
Me salvar dos meus dias tão iguais,
Um desejo de um mundo pra mim tão diferente.
Eu queria ver o sol nascer, ter você como presente.
Mas não, eu queria, mas não tenho nada,
Um olhar vazio, a vontade desesperada.
Vários gritos interiores, lágrimas em silêncio me consomem por inteiro,
Procurava quem me completasse, não que me deixasse ao meio.
Hoje o meu querer desiste da própria caminhada,
Desistiu de sonhar, desistiu da jornada.
Vive cada dia, um por um, por sua vez.
Os sonhos todos partidos, azar meu que nada fez.
Eu aceito sem questionar o que o destinou me ofertou,
A vontade de ir de quem por obrigação ficou.
Dou asas a minha sonhadora imaginação,
Que me leva direto onde está preso meu coração.
Meus passos não podem me levar,
O destino se recusa a me guiar,
Todos os motivos eu tinha para desistir,
Todos os motivos se negavam a persistir.
Como uma montanha eu permaneci,
Pareço forte, mas foi o pior abalo que já vivi,
Me mantenho de pé, suportando em silêncio aquela dor,
De quem escolheu viver o caminho do tão sonhado amor.

Kelly Christine