Meus
sonhos. Pequenos sonhos.
Decidi
escrever, pois sei que ninguém jamais vai entender como me sinto.
Não
pela vontade das pessoas, mas porque sei que é inútil eu tentar me explicar.
Eu
sonho tão pequenas coisas. Me frustro a cada derrota iminente.
Foi
assim na minha carreira.
Foi
assim no meu projeto de família.
Foi
assim no amor.
A
famosa escritora, com carreira estável, uma casa com jardim, um cachorro e uma família
“chester perdigão” a cada Natal se tornou isso aí. Um poço de pequenos grandes
sonhos quebrados, e milhares de frustrações.
Não
estudei.
Não
me mudei.
Não
construí nada do que eu quis.
Sou
o resultado de uma série de escolhas erradas, que me transformaram nisso: nada.
As
pessoas me olham e me julgam como fraca, não faço nada por mim. Não sabem da
minha história, preferem trabalhar com o achismo popular.
Tão
mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...
O
tempo passou. Tarde demais para certas escolhas do passado mudarem.
Tarde
demais para certos sonhos, antes um tanto ridículos, hoje completamente
impossíveis.
Sempre
incentivei as outras pessoas a construírem suas pontes, para atingir os seus
tão desejados sonhos.
Enquanto
eu me isolava, construindo muros para me defender das agressões de quem eu ajudava.
Não
tenho nada.
Não
tenho ninguém.
Mas
e os amigos? O filho? O namorado?
Engraçado
as pessoas perguntam de outras pessoas que dependem igualmente de mim para
serem felizes. Enquanto eu tenho que fazer todas as pessoas felizes, e não encontro
o caminho que me leva além dos muros que eu mesma construí.
Fazer
porque é o correto.
Fazer
porque a moralidade impõe.
Fazer
porque é bonito.
Nunca
fazer o que eu quero fazer.
Eu
pensei que era alguém, pelo menos alguma coisa.
Assistindo
pessoas, vivenciando certas situações, percebi o quão insignificante eu sou.
Para
o universo.
Para
o mundo.
Para
o país.
Para
alguém simplesmente.
Enquanto
eu for útil para parte oposta do contrato de vida, me manterão por perto. Caso
contrario, será assim: todas as pessoas são substituíveis.
Não,
nunca concordei com isso. Mas que escolhas tenho? É isso, ou isolamento total.
Quanto
custa um sorriso?
E
um abraço? Quanto vale?
Quanto
vale ver o meu filho sorrindo?
Quantas
lágrimas preciso derrubar, fazendo aquilo que não quero, para vê-lo feliz?
As
pessoas continuam me julgando, tendo em mente o que veem na superfície.
Esquecem
que pode existir, algo mais profundo em mim, do que eles podem ver.
Este
mundo, bem, ninguém nunca mais saberá sobre ele.
Afinal,
é assim,
Tão
mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...
Kelly
Christine
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