3 de fev. de 2013

Muros & Pontes...


Meus sonhos. Pequenos sonhos.
Decidi escrever, pois sei que ninguém jamais vai entender como me sinto.
Não pela vontade das pessoas, mas porque sei que é inútil eu tentar me explicar.
Eu sonho tão pequenas coisas. Me frustro a cada derrota iminente.
Foi assim na minha carreira.
Foi assim no meu projeto de família.
Foi assim no amor.
A famosa escritora, com carreira estável, uma casa com jardim, um cachorro e uma família “chester perdigão” a cada Natal se tornou isso aí. Um poço de pequenos grandes sonhos quebrados, e milhares de frustrações.
Não estudei.
Não me mudei.
Não construí nada do que eu quis.
Sou o resultado de uma série de escolhas erradas, que me transformaram nisso: nada.
As pessoas me olham e me julgam como fraca, não faço nada por mim. Não sabem da minha história, preferem trabalhar com o achismo popular.
Tão mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...
O tempo passou. Tarde demais para certas escolhas do passado mudarem.
Tarde demais para certos sonhos, antes um tanto ridículos, hoje completamente impossíveis.
Sempre incentivei as outras pessoas a construírem suas pontes, para atingir os seus tão desejados sonhos.
Enquanto eu me isolava, construindo muros para me defender das agressões de quem eu ajudava.
Não tenho nada.
Não tenho ninguém.
Mas e os amigos? O filho? O namorado?
Engraçado as pessoas perguntam de outras pessoas que dependem igualmente de mim para serem felizes. Enquanto eu tenho que fazer todas as pessoas felizes, e não encontro o caminho que me leva além dos muros que eu mesma construí.
Fazer porque é o correto.
Fazer porque a moralidade impõe.
Fazer porque é bonito.
Nunca fazer o que eu quero fazer.
Eu pensei que era alguém, pelo menos alguma coisa.
Assistindo pessoas, vivenciando certas situações, percebi o quão insignificante eu sou.
Para o universo.
Para o mundo.
Para o país.
Para alguém simplesmente.
Enquanto eu for útil para parte oposta do contrato de vida, me manterão por perto. Caso contrario, será assim: todas as pessoas são substituíveis.
Não, nunca concordei com isso. Mas que escolhas tenho? É isso, ou isolamento total.
Quanto custa um sorriso?
E um abraço? Quanto vale?
Quanto vale ver o meu filho sorrindo?
Quantas lágrimas preciso derrubar, fazendo aquilo que não quero, para vê-lo feliz?
As pessoas continuam me julgando, tendo em mente o que veem na superfície.
Esquecem que pode existir, algo mais profundo em mim, do que eles podem ver.
Este mundo, bem, ninguém nunca mais saberá sobre ele.
Afinal, é assim,
Tão mais fácil julgar uma pessoa, se não se sente como ela...

Kelly Christine

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