E
de repente, nada mais importa.
Essa
indiferença tão incômoda tem se tornado familiar demais.
Não,
eu não gosto de me sentir assim. Mas parece que uma autodefesa natural foi
criada em torno de mim, e faz com que quanto mais dor e tristeza eu sinto,
menos eu me importe com ela.
Isso
é assustador.
Antes,
tão frágil, quase feita de vidro e sentimentos.
Os
sentimentos ainda existem, mas estão tão escondidos e tão protegidos de mim
mesma que eu me vejo sozinha comigo.
Tem
sido cada vez mais árduo tentar algo diferente disto.
Tudo
tem sido mais difícil.
Respirar,
se manter sensível, não deixar que tudo isso se congele a minha volta. E o
principal: não me congele por dentro. Isto tem sido o mais trabalhoso de
manter.
Penso
em como antes, certas situações me deixariam extremamente triste. Nesse
momento, não sei o que seria pior: ficar deprimida e triste e me manter
sensível a tudo em volta ou me mostrar imparcial a cada vez que sinto uma
facada em mim. O sangue pode escorrer pelo meus dedos, e posso me contorcer em
dor e sofrimento, mas nem mesmo isso tem me arrancado lágrimas ou
argumentações.
Só
silêncio. E um olhar vazio.
O
vazio que nada preenche.
Cada
vez mais isso faz mais sentido.
Cada
vez sinto mais o vazio e menos o que causa ele...
Kelly
Christine.
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