13 de nov. de 2013

Julgamento.

Então de repente, você ouve o seu nome.
E percebe, mais uma vez, as pessoas te julgando sem ao menos te conhecer.
Sem ao menos terem conversado com você uma única vez.
Sua alegria incomoda,
Seu sorriso enerva,
Sua seriedade não transparece seu caráter,
E seu silêncio, ao invés de determinar sua reserva, ostenta a sua soberba.
Seria mesmo isso?
É o que eles acham.
É o que a maioria acha.
Me acham uma pessoa péssima, mas nunca sequer falaram comigo.
Me pintam de várias cores, com várias personalidades,
Porque é mais fácil, tão mais fácil fazer um julgamento de quem não se conhece...
Ah, mas não basta só julgar para si mesmo,
É necessário divulgar a mesma informação, mesmo que imprecisa, para outros.
Vamos contagiar as pessoas e as obrigarem formar opiniões...
Afinal, o que eles acham, o que eles supõem que sabem, é lei.
E todos devem se curvar diante deles e respeitar o que eles dizem.
E não interessa ter outra opinião sobre aquela pessoa.
O que importa é o que a maioria acha.
Pessoas que seguem o fluxo da multidão, são tratadas como gado, e não percebem.
Se a maioria pensa assim, então a maioria está certa.
Mesmo que todos estejam errados.
Ainda penso diferente.
Por que devo fazer um pré-julgamento de quem eu mal conheço?
Por que perder minutos preciosos da minha vida, onde poderia estar fazendo coisas tão mais construtivas, para destruir o caráter de alguém com quem nunca falei?
Ora, eu não penso como gado. Não sou a maioria.
E ser diferente tem sido um preço alto a pagar.
Preço alto para ser eu mesma.
Sei o que sou, sei também que não preciso provar nada a ninguém,
Mas é tão cruel ver as pessoas fazendo isso comigo.
E não basta serem cruéis comigo, também querem que a maioria das pessoas sejam.
Já vi isso em tantos lugares, com tantas pessoas,
Que tinham me convencido de que, todos não poderiam estar errados,
Talvez o problema fosse realmente eu.
E o mundo estava me fazendo pensar como a maioria...
Não, eu não podia permitir.
Ainda permaneço isolada.
Fico cada vez mais em silêncio,
E nesse silêncio eu percebo, as escolhas que fiz.
Posso estar sozinha agora,
Mas sei que no mundo ainda existem pessoas diferentes,
Que entendem exatamente, como eu, o que é pagar o preço do julgamento de todos,
Para pertencer a si mesmo.


Kelly Christine

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