Esse
olhar... tanto ódio nesse coração, se espalha feito um veneno,
Anda
revoltado, embaixo do sereno,
Como
se eu fosse responsável por todas as desgraças de sua vida.
Oras,
quem me deixaste no olho do furacão?
E
quem me abandonou quando eu mais precisei?
Não
era você que prometeu, mundos e fundos,
Não
era você que disse que jamais se tornaria o que se tornou?
Acho
engraçado cobrar de mim algo que nunca fez,
Quando
dediquei tudo o que tinha de melhor a você.
Lavei
o rosto nas águas sagradas da pia,
Nada
como um dia após o outro dia.
E
assim fui passando, um passo de cada vez, uma dor de cada vez,
Fui
ultrapassando e relembrando todo o mal que me causou.
Revivi
cada momento difícil,
Onde
precisei de alguém que parece que nunca existiu.
Caminhei
novamente cada tormento,
Abandonada,
quebrada e sem esperanças.
Não
foi pouca coisa.
E
mesmo assim eu fui perdoando, um erro após o outro,
Uma
dor após a outra,
Uma
lágrima caída em cima de outra.
O
que ganhei?
Foram
sucessivos enganos, é verdade,
Mesmo
assim me pergunto:
O
que ganhei?
A
responsabilidade de erros que não eram meus.
Mesmo
te defendendo, eu estava errada.
Isso
me revoltou.
Que
espécie de homem era você?
Aí
que tá.
Não
era um homem.
Homem
algum deixaria a pessoa que tanto fez por ele na pior situação.
E
me senti tão hipócrita de exigir atitudes adultas de um menino.
A
culpa disso tudo realmente é minha.
Acreditar
que o coração é puro de tudo,
Acreditar
que as pessoas podem sempre mudar,
Acreditar
que todo mundo tem um lado bom,
Acreditar
apenas.
Eu
acredito sim,
Mas
depois de todas as coisas e sensações que eu tive,
E
todas as lições que aprendi,
Eu
só acredito
Em
quem, pelo menos, tenta acreditar em mim.
Kelly
Christine
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