25 de jun. de 2014

Exaurida...

A palavra é: cansada.
Da insistência onde não há mais motivos de insistir,
Do amor não correspondido,
Do olhar gélido,
Da ausência de palavras,
Das lembranças ingratas,
Do coração ferido,
Da alma vazia,
Da vida.
Cansada.
De tudo junto e de nada ao mesmo tempo.
Cansada de estar cansada.
Do sofrimento,
Da melancolia,
Da solidão.
Da vontade de falar contida,
De não ter com quem conversar,
De não ter com quem dividir tudo.
Do que me tornei.
Cansada.
De ver toda minha energia concentrada em alguém que não faria o mesmo por mim,
De perceber que para as pessoas, todos são substituíveis,
De tentar deixar o passado lá atrás,
E ver que o presente não é tão diferente assim.
Não ter esperanças para o futuro.
Cansada.
De insistir em um relacionamento que não tem o que preencher.
De fazer o que todos querem,
De me manter em silêncio quando quero gritar,
De me tornar um fantasma dentro de mim mesma,
De ser infeliz.
Das lágrimas correrem.
Cansada.
De ter que me refugiar nas músicas para não enlouquecer,
De não ter onde buscar ajuda,
De ter que fingir que está tudo bem,
De rir imensuravelmente pra fingir o que não sinto,
De representar um papel de quem não sou,
De ser prisioneira da sociedade,
De buscar a paz.
Cansada.
Não, não é a vida que tem me cansado.
Eu é que estou cansada.
Cansada de viver.

Kelly Christine


18 de jun. de 2014

Se...

Se eu tivesse te escolhido,

Se tivesse seguido meu coração.

Se tivesse tomado a decisão certa.

Nada disso estaria acontecendo?

Se houvesse mais silêncio e menos impulsividade como há hoje,

Se eu me lembrasse de tudo o que foi bom quando esteve por perto,

Se eu me entendesse melhor aquele olhar,

Aquele silêncio,

Será que isso tudo seria mudado?

Sei que não podemos viver de “se”,

Mas é inevitável me perguntar,

Se eu tivesse te escolhido,

Ainda estarias comigo?

Hoje só saudade, só lembrança ocupam o seu lugar.

Não há mágoa, não há amor.

Só vazio.

Não interessa o que o mundo prega,

Pra mim, pessoas sempre serão

Insubstituíveis.


R.I.P.



Kelly Christine.


13 de jun. de 2014

Tristeza Muda.

Eu acordei em silêncio.
Olhei para mim e nada vi.
Olhei para fora e nada vi.
Até quando vou viver uma vida que não é minha?
Era uma tristeza muda,
Umas doses de melancolia,
Lembranças borradas.
E eu vendo a vida passar na janela do ônibus.
Até quando vou viver uma vida que não é minha?
 Não há mais sentimento,
Mal falo de sensações,
Apenas um punhado de memórias,
Que nada me acrescentam, que nada me diminuem.
Até quando vou viver uma vida que não é minha?
Eu já tinha falado várias vezes de vazio,
Mas nada se compara a isso,
Uma esperança sem esperança,
Orações que pedem paz,
Lágrimas silenciosas.
Até quando vou viver uma vida que não é minha?
Seguindo sem destino,
Vivendo sem sonhos,
Um coração ausente de amor.
Olho para o espelho em dúvida,
De lágrimas secas por fora e cortantes na alma.
Continuo me perguntando em silêncio:
Até quando vou viver uma vida que não é minha?


Kelly Christine.


12 de jun. de 2014

Feliz Dia...

E hoje é aquele dia.
Onde as pessoas fingem uma alegria que não sentem,
Ao lado de alguém que não amam,
Sorrindo o mais estranhamente normal possível.
Hoje é o dia.
Que estrategicamente fica 07 dias após o pagamento,
Onde pessoas cruéis pregam o amor a preços exorbitantes,
Enchem vitrines de corações,
E promovem jantares românticos em motéis.
Hoje é o dia.
Que o marido finge que esqueceu,
A mulher que ele escolheu,
Ganha o título de esposa, mas perde o de namorada.
Ou a memória curta para datas,
Ou a vida corrida.
Ou a amante mais divertida.
Hoje é o dia.
Que você passa pelas ruas e secretamente inveja os apaixonados,
Ou pelo menos os que fingem estar.
Que a única pessoa a ser presenteada será você.
Ops, acabou o dinheiro do mês, não dá pra comprar nada.
Hoje é o dia.
O dia que deveria ser todos os dias, dias a fio.
O dia que você deve lembrar que além de você escolher quem está ao seu lado,
Também foi escolhido por ela.
O amor é o encontro de escolhas.
Escolha ser feliz, e fará feliz.
Escolha completar, e será completo.
E isso, tem que perdurar até o fim dos tempos.
Hoje é o dia que as pessoas deveriam começar a serem mais pessoas, simplesmente.
E notar que para amar, de verdade, não existe dia.


Kelly Christine

4 de jun. de 2014

Ela se chamava tristeza...

Às vezes, ela aparece sem ser convidada,
Vai sentando, se acomodando.
Perturba na madrugada,
Se acorda gritando.
Às vezes, chega de mansinho,
Como quem não quer nada
Bem devagarinho,
Quase delicada.
Ela mantém o silêncio ao redor,
E vai derrubando tudo,
Deixando o que é ruim ainda pior,
Fazendo o coração ficar mudo.
Há os que pensam que é saudade,
Há os que acham que é solidão,
É mais dolorosa, pois é verdade,
É mais cruel, porque tem sempre razão.
E lá vem ela mais uma vez,
Derrubando as lágrimas em mim,
O muro em minha volta se desfez,
Meu escudo de defesa teve fim.
E então, ela sorriu,
E o mundo perdeu sua cor,
Dentro de mim o vazio
Da tristeza que ocupou o lugar do amor.

Kelly Christine


3 de jun. de 2014

Letra & Música...[4]

Fazia muito tempo que eu não postava neste quadro...

A letra de hoje é um dos mais novos sucessos de uma das bandas que está no meu TOP 3 de vida.
É um pedido de ajuda, é uma confissão, um alerta.
E ao mesmo tempo, uma despedida.
Apresento à vocês, O mestre dos Ventos, do mais novo CD do Rosa de Saron
Mais uma música de cabeceira, pra mim, do tipo que assim que escutei, me marcou para sempre.

O mestre dos Ventos (Cartas ao Remetente – Rosa de Saron)

Este é o fim
Sinto o ar acabar
Onde estão os meus?
Quem vem me buscar?
Dê-me a sua bênção
Antes de partir
Findarei então, não sofra por mim.

Hoje eu morri, pro pecado...
Eu desabrigo a minha dor,
Viro mendigo do meu destino,
Chagas hão de tocar...
Chagas hão de tocar...

Este é o fim
Dos meus temporais
Tudo que eu senti desfalece aqui
Sim, este é o fim dos ventos
Que uivam sem direção
Tocam-me, mas não me conduzem mais.

Hoje eu morri, pro pecado...
Eu desabrigo a minha dor,
Viro mendigo do meu destino,
Chagas hão de tocar...
Chagas hão de tocar...

Hoje eu morri, pro pecado...
Eu desabrigo...
Eu viro mendigo... do meu destino,
Chagas hão de tocar...
Chagas hão de tocar...