26 de jan. de 2012

Minhas Músicas Preciosas...[Bonus Track]

Era uma vez, dois corações que andavam entristecidos,
Cada um com a sua própria luta e derrota pessoal.
Um belo dia, esses corações se encontraram. Trocaram experiências, choraram dores juntos, conquistaram uma amizade mútua.

Minhas músicas preciosas ‘bonus track’ vai para o outro lado de uma história que só terá um final feliz, se esses corações conseguirem finalmente fazer o que o destino ofereceu de tão bom grado: se encontrarem por completo.


Quem vai cuidar de você... quando eu me for?

Para mim e você...


Quando você sorri, parece que todo o céu se ilumina,
Ver você feliz, me faz muito bem,
Saber que sou importante pra ti, como ninguém,
Imaginar que nossos sonhos se combinam.
Às vezes, sem querer, me pego pensando em nós,
Tantas conversas depois a partilhar
Tantas lágrimas depois para segurar
Um abraço repleto de carinho, isento da voz.
Quando você me olha, me sinto diferente,
Importante sendo apenas o que sou
Indispensável indo apenas para onde vou
Poderia tudo dar certo entra a gente?
Quando eu sonho, minha imaginação ganha asas,
Esquece a tristeza, ressalta o perdão,
Nenhum desejo será batalhado em vão
O tudo que de repente se torna nada.
E o amor? Vai acontecer?
Não tornarei a espera ainda mais difícil
Mas também não dançarei novamente na beira do precipício,
Dê tempo ao tempo: para mim e você.

Kelly Christine

25 de jan. de 2012

Inspiração...

A minha inspiração vem de sonhos quebrados,
Fragmentados,
Coisas partidas deixadas para trás.
Pessoas que prometeram ficar e se foram
Que nunca iriam me magoar e me mutilaram
Apenas feridas que eu não consigo mais fechar.
Olho dentro dos espelhos de água embaixo das pálpebras finas
Nenhuma esperança segura os fios cristalinos que passeiam pelo meu rosto.
As palavras correm soltas pelos meus dedos,
Se juntam, umas as outras, dando sentido a algo que eu mal sei explicar
O coração descompassado no peito, se flagela enterrado em lembranças,
Lembranças que a mente quer apagar.
Não há comida que alimente,
Sono que descanse
Ou vida que valha a pena ser vivida
Se não consegue mais... amar.
Um medo que toma conta de tudo
Assusta passos, assume funções
Confunde idéias, desconfia das intenções,
Não consegue se entregar.
Às vezes, tudo que precisamos
Não são milagres, nem provas de amor,
Não são palavras, nem objetos de valor,
Mas o abraço forte da pergunta calada e silêncio acolhedor
Sem explicações.
E a inspiração continua
Faz os meus dedos, movimentar
Dão voz as minhas palavras
Aquelas que eu quero calar
Assustadas demais para confiar no amor
Que acha mais fácil trair e iludir
Do que simplesmente... amar.

Kelly Christine.

18 de jan. de 2012

Eu Lutei Ate o Fim...

Eu lutei até o fim,
Fui além dos meus limites
Fui além de mim.
Persegui os meus sonhos, como perseguem borboletas raras na floresta:
Um pouco de compulsão para apanhá-las logo,
Um pouco de frustração de vê-las escaparem pelos dedos.
Eu lutei até o fim.
Tentei dar o melhor de mim,
Meu melhor sorriso,
Minha melhor alegria,
Meu melhor sonho realizado.
Eu lutei até o fim,
Até a última lágrima dessa noite cair,
Haverão mais noites.
E muito mais lágrimas.
Mas agora, trilho meu caminho de pedras sozinha.
Não por escolha,
Mas porque quiseste assim.
Eu lutei até o fim,
Deixei os dedos decidirem tudo por mim,
Não receberia nem a benção da morte, nem o sono conciliador,
Porque tudo nessa minha vida tem que ser tão difícil?
Eu lutei até o fim,
Eu andava tanto, olhando pra trás,
Por que não me segurou, quando eu estava indo embora?
Eu nunca fui importante pra você?
Tantas perguntas... e o silêncio,
Maldito silêncio que tudo gritava e nada respondia...
Eu lutei até o fim,
Mas no final, a lugar nenhum cheguei
Dei o melhor de mim,
Fiz tudo o que podia, eu sei,
No final, só lágrimas, sempre assim.
Por tantas vezes que briguei,
O amor que ainda bate aqui no peito
Os olhos que em silêncio eu velei
Me punem cheias de rancor
Por erros que eu não cometi, mas paguei.
A história de um amor,
Tão simples assim,
Com lágrimas que caem agora de par em par, tão cheias de dor
Me condenando, por eu ter lutado... até o fim.

Kelly Christine

11 de jan. de 2012

Minhas músicas preciosas...[10]

“E como paro e falo da minha própria vida?
Como falo dela, sem chorar,
Como choro por ela sem pensar
Que ela poderia ser diferente de ser vivida?
Como faço pra tomar conta de mim?
Já que entrego meu coração para se quebrar
Bato em portas que se fecham antes mesmo de eu entrar
Que antes de chegar meu sorriso, me mostram o fim?
E como faço para você me entender?
Seleciono um milhão de palavras, na mesma explicação
Ignoro a sociedade toda, e te cubro de razão
Para só com um gesto, você me fazer sofrer?
E como tiro você da minha mente?
Lembro a todo instante de te esquecer,
Não adianta dar a vida por alguém que não se importa com você
E não lamenta quando você seguiu em frente?”

Minhas músicas preciosas desse mês é um presente a minha alma. Que sentiu que o limite finalmente chegou, procurando entre os olhares perdidos na multidão encontrou um apenas, a quem entregou toda a sua inspiração. Se abriu, sorriu, resplandeceu.
E foi se apagando a medida que descobria, que quanto mais nos entregamos, mais nos decepcionamos.

Agora... NADA MAIS IMPORTA.

Kelly Christine.

8 de jan. de 2012

Estou aqui.

Você percebe que as coisas perdem a importância quando, não consegue mais ver brilho, nos olhos da única pessoa capaz de te fazer sorrir...

Estou aqui.
Tentando entender as coisas que simplesmente não tem explicação.
Estou aqui.
Olhando para o teto como se ele pudesse dar explicações e respostas, para as minhas dúvidas e perguntas.
Estou aqui.
Com o celular nas mãos, a espera que ele toque, vibre, só com a força do meu pensamento, acreditando que do outro lado será aquela pessoa.
Estou aqui.
Com o coração nas mãos, segurando uma emoção impossível de ser compreendida.
Estou aqui.
Desistindo de tudo o que conquistei agora, pois nada tem significado se não há como ser dividido.
Estou aqui.
Dizendo adeus.

Kelly Christine

2 de jan. de 2012

O Papel Picado.

2012. É verdade. Eu não tinha muita expectativa que esse ano fosse diferente dos anteriores. Mas isso também já foi demais.
Acordei como acordava todas as manhãs. Levantei, fui tomar meu banho, e me arrumar para ir ao trabalho. Penteava o cabelo e encarava no espelho, alguém que parecia tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha: o meu olhar, que não se permitia mais sonhar.
Lá vou eu apressada, tomar o ônibus que já partia, para + uma viagem de 1h. Sonolenta, recostava a cabeça e me permitia sonhar. Pensava e pensava e tudo aquilo que desejava: os meus problemas resolvidos, as pessoas que eu amo por perto, os sorrisos. Ah, os sorrisos! Como eu queria que fossem intensos como eram meus pensamentos naquela pequena grande 1h que me separava do meu destino. Fechei os olhos mais uma vez. E entrei no universo onde tudo era possível.
Acordava quase próxima ao ponto onde precisava descer. Saltei. Caminhei aquele mesmo trecho curto, rumo ao edifício comercial que trabalhava há + de um ano já. Cumprimentei o porteiro, que me olhou de maneira estranha. Aquilo não passou desapercebido por mim. Continuei. O técnico da empresa de monitoramento segurou o elevador, enquanto eu apressava o passo para não tomar o tempo dele. Agradeci, e acionei o botão que me deixaria no oitavo andar. A viagem curtinha entre um andar e outro, me lembrou um conto que já relatei a vocês, sobre ao abrir a porta do elevador, todo o mundo que eu desejei estivesse por trás dela. Imaginava isso todos os dias. Mas nunca aconteceu. Agora muito menos.
Enfiei a chave na porta, notei luz. Estranho. Não era hora de nenhum deles estar no escritório. Abri, e mal cumprimentei ambos desejando bom dia, que um deles me chamou a sala. Foi só o tempo de colocar minha bolsa sobre a mesa. Sentei a frente deles. Uma atmosfera pesada, de que algo ruim estava para acontecer. Mas no primeiro dia útil do ano? Seriam capazes de tamanha crueldade?
Foram. O mesmo discurso de todas as vezes: estavam com problemas financeiros, corte, excelente trabalho, excelente funcionário, e blá blá blá. Eu encarava o aviso prévio assinado por ambos na minha frente, muda, com os pensamentos em meio a uma neblina tensa. Assinei. Entreguei a chave da sala na mesa deles, sai pela porta sem olhar para trás.
No elevador, desespero. O que seria de mim agora, desempregada mais uma vez? Olhei para o porteiro e finalmente entendi o seu olhar. Acenei levemente com a cabeça, puxei meus fones de ouvido, a música corria, mas eu não conseguia me concentrar nela. Me dirigi ao ponto. O ônibus de volta não demorou nada e veio vazio. Paguei ao motorista, e sentei-me no canto mais isolado do coletivo. Prendi o máximo que pude, mas elas rolaram pela minha face. O caminho todo um silêncio na alma. Era como um condenado a morte seguisse rumo a forca: já estava conformado, apesar da dor.
Saltei a 3 quadras de casa. No caminho, eu já sabia o que me esperava: ela. É. Sabia que ela me responsabilizaria, me chamaria de incompetente e outras coisas que não adiantaria argumentar, por mais que eu quisesse. Ela que queria que 2012 eu estivesse longe da casa dela, agora, fiquei ainda mais refém da boa vontade de alguém que não age como mãe.
Cheguei em casa, olhos vermelhos. Ela já atira: “ te mandaram embora?” Diante da minha afirmação positiva, o discurso que eu já esperava. Me calei. Tranquei-me no quarto e desatei a chorar.
Enquanto escrevo este texto, lembrei-me do dia 30/12 que passei em casa descansando. Toda cidade estava em festa. A área comercial celebrava um ano que foi bom para uns e conciliador para outros, e abria novo espaço para 2012 que estava chegando finalmente. Como celebravam isso? Como todos os anos: a chuva dos papéis rascunho triturados na maquina de documentos. No centro de Santos, na Avenida Paulista, o hábito já tinha virado tradição: a chuva do papel picado no alto dos prédios comerciais, significava que uma etapa se finaliza, e outra etapa começa.
Engraçado ter essa lembrança agora.
O ano mal começou. E já vejo minha vida, tão picada, quanto esse papel.

Kelly Christine