31 de out. de 2013

Destino inexorável.

Passei tanto tempo da minha vida me sustentando sozinha,
Que nem sei mais como é desabafar com alguém.
Me levantando só, quando o mundo me derruba,
Me apoiando somente na minha fé,
Arrumando forças de dentro, somente de dentro.
Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo, que parece que vivi uma outra vida.
Ou talvez aquela realidade só existisse na minha cabeça.
Mesmo depois que o tempo passou, as lembranças dele são fortes.
Tão fortes que não se desprendem de mim, nem quando eu quero pensar em outra coisa.
Mas sei que, fatalmente, isso jamais será mútuo.
E que seus pensamentos, neste momento, pertencem a outras prioridades.
Nada melhor do que pertencer a si mesmo.
Hoje, hoje mesmo, seria um dia especial.
O dia dos sorrisos, de se fazer presente, de transformar sonhos em realidade.
Mas eu fui formalmente “desconvidada” para partilhar essa alegria.
Eu, na verdade, não sou mais bem vinda a partilhar nada.
Quando me lembro daquelas palavras que ouvi,
Das mensagens que eu li,
Acho difícil acreditar que vinham da mesma pessoa.
Mas era.
Sinto as lágrimas correndo pelo rosto marcado em tristeza.
Essa dor que sinto é bastante verdadeira. E silenciosa.
As fotos, os sorrisos,
Memórias.
Que vida foi aquela que eu vivi?
E tão de repente,
A verdade virou mentira,
Os sonhos viraram frustrações,
E os problemas viraram limitações.
O que era forte, enfraqueceu,
E quem estava lá, para juntar os cacos quando tudo acabou, fui somente eu.
Parece que foi ontem,
Parece que foi há dez anos atrás.
Os deuses jogam dados e somos meros peões em seu tabuleiro.
Lembrei de um livro que estou lendo,
Que fala que nosso destino é controlado por três fiandeiras,
Que tecem os fios dourados de nossa vida, fios dourados de nossa história embaixo da árvore da vida.
O destino é mesmo inexorável.
Eu que tinha encontrado meu caminho,
Estava escrevendo minha própria história,
Terminei aqui com páginas em branco e solidão.
A confiança quebrada,
Os sonhos despedaçados,
Os sentimentos banalizados, sendo apenas complemento da virtude racional.
Quantos erros meus.
Eu, tola, procurava um ponto de equilíbrio,
Onde havia duas metades de algo que pensei, se completavam,
Mas aprendi que, essas duas metades, só se destroem.
Só eu não via... Só eu não via.
Hoje só existem as folhas manchadas pelos pontos úmidos.
Vejo o céu escuro da minha janela,
Vem tempestade,
São os deuses que festejam mais uma jogada,
E as fiandeiras continuam tecendo.
Há um vazio em mim impossível de ser completado,
Mas preciso seguir,
E os deuses jogam dados.
Nem tudo que me espera será sempre assim,
Nem tudo será dor e sofrimento para sempre,
Então preciso continuar seguindo.
Eu me permito chorar, porque ainda existe muita coisa em mim,
Deixo as lágrimas silenciosas correrem como um rio que precisa seguir,
Lágrimas que nada imploram, nada pedem,
Apenas aliviam.
Onde será que os fios dourados das fiandeiras me levarão agora?
As lições foram aprendidas,
Mas a estrada ainda não foi vencida.
Me levanto só, mais uma vez.
A força de dentro, somente de dentro, que me acompanha.
A fé guerreira que jamais me deixou no chão,
Me consola que amanhã tudo poderá ser diferente,
Os deuses continuam jogando dados,
E eu continuo seguindo.


Kelly Christine

28 de out. de 2013

Minhas Músicas Preciosas...[28]

Palavras. Existe tanto peso nelas.
A cura quando precisamos,
A violência da raiva,
A doçura do amor.
Palavras.
As mesmas que faltam, quando o coração acelera.
As mesmas que somem, quando as lágrimas começam a correr.
As que consolam quando a dor se torna insuportável,
As que acalmam quando tudo é raiva.
Palavras.
Aquelas que ferem são as mesmas que podem curar.
Sempre escolha bem as suas.

Essa música caiu em meus ouvidos em uma noite insone.
Onde eu achava impossível, a dor que eu estava sentindo ser uma mentira.
Mesmo assim, o mundo me mostrou que a gente sempre perdoa quem mais amamos,
Várias e várias vezes, pelo mesmo motivo.
Vale à pena chorar agora?
Me pergunto em silêncio, na noite escura.
A felicidade só foi descoberta depois do adeus?
E o amor, virou obstáculo?
Palavras. Existe tanto peso nelas.
Quanto mais eu penso sobre as coisas que li,
A mais conclusões sou capaz de chegar.
E todas elas me levam a uma única direção:
Não importa o que você sente,
Não importa o que você fala,
As pessoas só enxergam aquilo que querem enxergar.
Quando a sua utilidade se encerra,
É quando tudo termina?

Palavras. Existe tanto peso nelas...


Kelly Christine

18 de out. de 2013

O relógio...

Tic tac, tic tac.
O dia se arrasta, as horas vagarejam no mesmo lugar.
A tristeza parece não ter fim.
Os dias iguais, as horas iguais.
A mesma rotina que insiste em me mostrar que nada vai mudar.
A dor vai permanecer,
Os sonhos vão morrer,
As esperanças não vão voltar.
Tic tac, tic tac.
A mesma música toca no “repeat”.
Tantas palavras verdadeiras,
Buscam conforto na própria solidão.
O celular mudo,
Vejo em minha mão tantas mensagens que queria de volta.
Vejo as lembranças da minha cabeça,
Quem disse que o tempo faz esquecer,
Esquece que a saudade faz lembrar.
Tic, tac, tic tac.
As batidas arrastadas marcam as paredes enegrecidas, desprovidas de vida.
Maldito relógio que corre de mim quando sorrio,
E que dorme quando a tristeza permanece.
Presa dentro de mim,
Assisto silenciosa mais uma hora passar,
Mais um dia passar,
Mais da vida passar.
O instante mágico se foi,
A minha vida não vai voltar,
Batalhas que ensinam lições,
E não me mantiveram feliz.
E agora que opção eu tive?
Me encontro abraçando os joelhos,
Sinto o umedecer das lágrimas caídas,
A música terminou. E o silêncio de fora, se choca com o barulho de dentro,
Que se cala apenas para ouvir:
Tic tac, tic tac.

Kelly Christine.


15 de out. de 2013

Quando a Imagem Fala por Si...[4]

Nada mais precisa ser dito.
Apenas sentido.


Continue Subindo...

Era madrugada.
E eu lutava com um sono que não chegava.
As lágrimas não paravam de correr.
Tantas palavras não ditas, tanto sentimento ainda preso no peito, a garganta em nó, a respiração fraca.
Tudo tinha ido em vão.
O coração ardia.
Ele sempre foi impetuoso, nunca aceitou uma derrota, nunca desistiu antes de lutar.
Agora lutava para se manter vivo.
Eu pensava, pensava, pensava.
Eu passei a noite inteira pensando, procurando respostas para perguntas que nem ao menos entendia.
Eu precisava de ajuda, e, no entanto, não tinha voz para pedir.
Eu simplesmente não conseguia.
Implorava com os olhos.
Os mesmos que tudo revelavam, para quem os soubessem ler.
Sempre foi mais fácil enfiar a minha dor no bolso e ajudar.
Manter-me em silêncio, ignorando que também tinha problemas.
Eu sempre enxerguei o outro antes de mim.
E nunca considerei o quanto poderia ser um erro.
Até agora.
Até me ver assim. Tão destruída, tão bagunçada por dentro.
Um imenso tornado de coisas que estavam delicadamente cada qual em seu lugar.
E agora, tudo caos.
Eu tinha confiado de novo.
E estava sendo abandonada... de novo.
Era difícil para eu mesma não me julgar.
Sério mesmo que eu me deixei levar, pensando que tudo seria diferente?
Não, lógico que não.
Os obstáculos chegam. E quando você não consegue mais contornar eles, se livra do que atrasa o seu caminho.
Melhor alternativa, para quem segue.
Tristeza para quem ficou para trás.
A vida mais uma vez me deu o biscoito e mais uma vez me tomou o biscoito.
Até eu aprender. A diferença entre sorte e merecimento.
Eu fiquei para trás.
Não faz mal.
Cheguei no fundo do poço. Agora só tenho duas opções:
Permanecer no escuro, ou começar a subir.
Escolhi a segunda.
Nessa minha pequena grande jornada,
Solidão, dor.
Um passo pequeno de cada vez.
Um dia após o outro.
Os problemas não sumiram.
E agora não tenho mais ninguém para poder me ajudar na subida.
Então, só me resta confiar em Deus.
E continuar subindo devagar.
A vida pode ter me mostrado a escuridão, o sofrimento, a solidão.
Mas jamais destruirá minha fé.
É o que me mantém viva. É o que me faz continuar a subir.
Um passo pequeno de cada vez.
Um dia após o outro.
Vejo agora que, no fundo, nunca precisou de mim para viver.
E também me tornei algo sem importância.
As lembranças se apagaram, e nenhuma de minhas palavras ou lágrimas te demoveram.
Não faz mal.
Nada pode alterar o sentimento bonito. O mesmo que permanece intacto no meu coração.
Nem dizer que eu não tentei.
A vida é mesmo assim.
Não espero o aplauso ou o reconhecimento.
Apenas espero que Deus ilumine o caminho,
Abençoe quem continuou seguindo, sem sequer olhar para trás.
E que mantenha suas forças em mim,
Para cada passo pequeno,
Um dia após o outro.
E que eu não desista.
De continuar subindo.


Kelly Christine

11 de out. de 2013

Não é Menos do Que Mereço...

Eu só queria que a dor também partisse junto com as lágrimas que não param de cair.
Tanta história presa na garganta. Ninguém para ouvir.
Todos desistem de mim.
Não sou eu que desisto das pessoas, a verdade é mais redundante que isso.
Sou alguém tão insuportável, que elas é que desistem de mim.
E tem bons motivos pra isso.
Eu não faço bem.
A ninguém.
Tenho um gênio ruim, sou teimosa, emotiva demais, silenciosa demais.
Até a verdade dos meus sentimentos não me redime.
Condenada à solidão, para sempre só.
Existem coisas que jamais serão consertadas. 
Por maior que seja nossa vontade.
Por mais corajosa que seja nossa disposição.
Por mais bonita que seja nossa esperança.
Por maior que seja nossa fé.
Fecho os olhos, o ar não entra nos pulmões.
O mundo podia parar de girar aqui.
Um choro não contido, o rosto banhado,
Um abraço calado, posto de lado quem nada pode responder.
O quarto deserto, a música que responde verdades.
O grito que ecoa em silêncio, dentro de um vazio que acabou de se formar.
Quebrada mais uma vez.
Não faz diferença.
Não é menos do que eu mereço.
Vamos lá, engole tua dor em silêncio.
Tenha o monitor como testemunha da maior tristeza que já viveu.
Vamos, olhe no espelho. É você que buscou isso.
Realmente achou que iria ser diferente?
Levo os joelhos ao queixo. Busco conforto. A única companhia que tenho é a de mim mesma.
Não é menos do que eu mereço.
A verdade pode até ser mais digna. Mas isso não diminui a dor que ela causa.
Sonhos despedaçados.
E eu que acreditei que seria diferente.
A esperança, a fé.
Levaram onde levam às expectativas.
Não culpo o destino pelas minhas escolhas,
Não é culpa dele o que sou.
Eu não faço bem,
Eu não faço o bem.
E mesmo me sentindo tão destruída, aceito.
Não é menos do que eu mereço.

Kelly Christine.


Entendendo Um Olhar...

Quando eu não sorrir, será quando eu mais preciso de um sorriso seu.
Quando eu não falar, será quando eu mais preciso de uma palavra sua.
Quando eu cair, será quando eu mais preciso de você para levantar.
Quando estiver só é quando precisarei da tua presença,
Quando tudo for tristeza, é quando eu mais preciso da tua alegria.
E quando eu me for, peça pra eu ficar.
Quando a raiva for maior, me acalme.
Quando amor for menor, me ame mais.
E quando achar que eu não preciso é quando mais vou precisar de ti.
Porque os sentimentos vão além das ações,
As emoções vão além das reações,
E as palavras são desnecessárias, para quem sabe desvendar a profundidade de um olhar.


Kelly Christine

3 de out. de 2013

Sempre assim.

E vai ser sempre assim,
Você tem que perdoar, mas não pode errar.
Você tem que consolar, mas não pode chorar.
Você tem que fortalecer, mas não pode fraquejar.
Será sempre assim.
Você tem que confiar, mesmo às cegas.
Você tem que andar devagar, mesmo com pressa.
Você tem que aceitar, mesmo se não quiser.
Será sempre assim.
Tudo tem que mudar, mas não pode começar por você.
Todos tem que acertar, mas não será você a corrigir.
A situação tem que te favorecer, mesmo que você não contribua com ela.
E será sempre assim.
Preciso me calar, mesmo quando meu coração quer a voz.
Preciso não chorar, mesmo quando tudo é tristeza.
Preciso me perder, mesmo quando quero me achar.
Será sempre assim.
Querer, quando não se quer.
Estar bem, quando não se está.
Se esconder para não chorar.
Magoar-se e ignorar a dor.
Será sempre assim.
A injustiça muda,
Que a vida impõe,
Que ninguém altera,
Simplesmente aceita,
Afinal,
Será sempre assim.


Kelly Christine.