Era
madrugada.
E
eu lutava com um sono que não chegava.
As
lágrimas não paravam de correr.
Tantas
palavras não ditas, tanto sentimento ainda preso no peito, a garganta em nó, a
respiração fraca.
Tudo
tinha ido em vão.
O
coração ardia.
Ele
sempre foi impetuoso, nunca aceitou uma derrota, nunca desistiu antes de lutar.
Agora
lutava para se manter vivo.
Eu
pensava, pensava, pensava.
Eu
passei a noite inteira pensando, procurando respostas para perguntas que nem ao
menos entendia.
Eu
precisava de ajuda, e, no entanto, não tinha voz para pedir.
Eu
simplesmente não conseguia.
Implorava
com os olhos.
Os
mesmos que tudo revelavam, para quem os soubessem ler.
Sempre
foi mais fácil enfiar a minha dor no bolso e ajudar.
Manter-me
em silêncio, ignorando que também tinha problemas.
Eu
sempre enxerguei o outro antes de mim.
E
nunca considerei o quanto poderia ser um erro.
Até
agora.
Até
me ver assim. Tão destruída, tão bagunçada por dentro.
Um
imenso tornado de coisas que estavam delicadamente cada qual em seu lugar.
E
agora, tudo caos.
Eu
tinha confiado de novo.
E
estava sendo abandonada... de novo.
Era
difícil para eu mesma não me julgar.
Sério
mesmo que eu me deixei levar, pensando que tudo seria diferente?
Não,
lógico que não.
Os
obstáculos chegam. E quando você não consegue mais contornar eles, se livra do
que atrasa o seu caminho.
Melhor
alternativa, para quem segue.
Tristeza
para quem ficou para trás.
A
vida mais uma vez me deu o biscoito e mais uma vez me tomou o biscoito.
Até
eu aprender. A diferença entre sorte e merecimento.
Eu
fiquei para trás.
Não
faz mal.
Cheguei
no fundo do poço. Agora só tenho duas opções:
Permanecer
no escuro, ou começar a subir.
Escolhi
a segunda.
Nessa
minha pequena grande jornada,
Solidão,
dor.
Um
passo pequeno de cada vez.
Um
dia após o outro.
Os
problemas não sumiram.
E
agora não tenho mais ninguém para poder me ajudar na subida.
Então,
só me resta confiar em Deus.
E
continuar subindo devagar.
A
vida pode ter me mostrado a escuridão, o sofrimento, a solidão.
Mas
jamais destruirá minha fé.
É
o que me mantém viva. É o que me faz continuar a subir.
Um
passo pequeno de cada vez.
Um
dia após o outro.
Vejo
agora que, no fundo, nunca precisou de mim para viver.
E
também me tornei algo sem importância.
As
lembranças se apagaram, e nenhuma de minhas palavras ou lágrimas te demoveram.
Não
faz mal.
Nada
pode alterar o sentimento bonito. O mesmo que permanece intacto no meu coração.
Nem
dizer que eu não tentei.
A
vida é mesmo assim.
Não
espero o aplauso ou o reconhecimento.
Apenas
espero que Deus ilumine o caminho,
Abençoe
quem continuou seguindo, sem sequer olhar para trás.
E
que mantenha suas forças em mim,
Para
cada passo pequeno,
Um
dia após o outro.
E
que eu não desista.
De
continuar subindo.
Kelly
Christine
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