Por
que as coisas precisam ser tão difíceis?
O
amor é um sentimento tão simples,
Basta
amar e pronto.
Sem
grandes complicações, traumas, sofrimento, desentendimentos.
Não
podia ser simples assim?
Podia.
Mas
não é.
Há
os desencontros,
Há
a solidão,
As
lágrimas.
Por
que complicar o amor?
Aquele
que você fecha os olhos e entrega o coração,
Aquele
onde podem existir milhares de pessoas a sua volta, só uma fazem seus olhos
brilharem,
Aquele
que permanece fiel, independente de todas as adversidades ao qual é submetido.
Esse
é o amor verdadeiro.
O
que caminha ao seu lado, entrelaça os dedos nos seus cabelos e te acha linda
numa manhã bagunçada.
O
que entende os seus problemas, o que te escuta, o que está ali para o que der e
vier.
O
que precisa de você sempre por perto, o que acredita no que sente,
Não
no que os outros dizem.
Os
outros... são só os outros.
Mas
não, não pode ser simples assim.
Pra
que simplificar o que podemos complicar?
Eu
engoli todos os cacos deixados dentro de mim, e fiquei em silêncio.
Permaneci
onde ninguém mais queria ficar.
Caminhei
no deserto da minha alma, encarando a solidão que então seria minha única
companhia.
Sobrevivi
à tempestade, mas não sem sentir os dados que ela me causou.
Enfrentei
a tristeza, a angústia.
Carregava
comigo uma culpa que não era minha.
Encarava
os olhares das pessoas, que me julgavam em silêncio e me difamavam em voz alta.
Fui
guerreira. E lutei até o fim.
Eu
sabia das consequências de permanecer em silêncio.
Eu
sabia que, por mais partida que eu estivesse, a conexão que eu tinha com ele
era mais que simples amor.
Mesmo
assim eu aprendi a enfrentar os meus demônios.
Mesmo
assim, aprendi a conviver com eles, já que não podia vencê-los.
E
tudo isso, mesmo tudo isso acontecendo dentro de mim, essa luta diária,
De
ter que abaixar a cabeça para não cruzar o seu olhar com o meu,
E
revelar a você toda a dor que ainda exista (e existe) em mim,
De
ter que me segurar, cada vez que colocava a mão no celular para não mandar um
“sinto sua falta”.
De
ter que ir diversas vezes ao banheiro, chorar copiosamente, voltar à mesa como
se nada houvesse acontecido, mas os olhos vermelhos me denunciavam.
Eu
estava lá.
As
batalhas diárias pareciam intermináveis.
E
não era por orgulho. Era apenas porque nada mais que eu dissesse ou fizesse,
seria diferente.
E
eu permaneci. Não de pé, nem caída, apenas do jeito que o destino me permitiu.
Nada
falava as pessoas.
Elas
não tinham a mínima ideia do que acontecia comigo.
E
mesmo se tivessem, oras, nunca se importariam.
Sem
família e amigos que eu pudesse desabafar, eu chorava em todos os lugares que
me via só, ou na companhia de gente estranha.
Na
rua, no ônibus, pela praia.
A
única pessoa que eu me permiti chorar no colo, foi do meu filho, quando a dor
foi demasiadamente pesada para suportar.
E
vem me dizer que eu ando vivendo normalmente?
Então...
deixa eu te contar,
As
batalhas que eu enfrento, não são de conhecimento público,
O
único amigo que eu confiava plenamente, me abandonou no momento que eu mais
precisei dele.
Vou
me expor pra quê?
As
pessoas já me julgam sem que eu diga ou expresse qualquer tipo de emoção.
Imagine
se soubessem da minha vida.
Eu
acreditei em você.
Eu
entreguei o que eu tinha de mais precioso e sagrado à você,
Eu
confiei em você.
Te
defendi, chorei por você, estava lá quando ninguém mais estava.
E
o que eu ganhei?
O
que eu sempre ganho?
Silêncio
não é esquecimento.
Distância
pode silenciar uma voz, mas não apaga um sentimento.
Boa
sorte nas suas escolhas.
Boa
sorte no caminho que decidiu trilhar.
Eu
lutei muito para ser o coração de dragão ligado pela eternidade à você.
Hoje,
só me tornei uma mera lembrança.
Destino
inexorável.
Kelly
Christine