19 de mar. de 2014

O amor perdido...

Por que as coisas precisam ser tão difíceis?
O amor é um sentimento tão simples,
Basta amar e pronto.
Sem grandes complicações, traumas, sofrimento, desentendimentos.
Não podia ser simples assim?
Podia.
Mas não é.
Há os desencontros,
Há a solidão,
As lágrimas.
Por que complicar o amor?
Aquele que você fecha os olhos e entrega o coração,
Aquele onde podem existir milhares de pessoas a sua volta, só uma fazem seus olhos brilharem,
Aquele que permanece fiel, independente de todas as adversidades ao qual é submetido.
Esse é o amor verdadeiro.
O que caminha ao seu lado, entrelaça os dedos nos seus cabelos e te acha linda numa manhã bagunçada.
O que entende os seus problemas, o que te escuta, o que está ali para o que der e vier.
O que precisa de você sempre por perto, o que acredita no que sente,
Não no que os outros dizem.
Os outros... são só os outros.
Mas não, não pode ser simples assim.
Pra que simplificar o que podemos complicar?
Eu engoli todos os cacos deixados dentro de mim, e fiquei em silêncio.
Permaneci onde ninguém mais queria ficar.
Caminhei no deserto da minha alma, encarando a solidão que então seria minha única companhia.
Sobrevivi à tempestade, mas não sem sentir os dados que ela me causou.
Enfrentei a tristeza, a angústia.
Carregava comigo uma culpa que não era minha.
Encarava os olhares das pessoas, que me julgavam em silêncio e me difamavam em voz alta.
Fui guerreira. E lutei até o fim.
Eu sabia das consequências de permanecer em silêncio.
Eu sabia que, por mais partida que eu estivesse, a conexão que eu tinha com ele era mais que simples amor.
Mesmo assim eu aprendi a enfrentar os meus demônios.
Mesmo assim, aprendi a conviver com eles, já que não podia vencê-los.
E tudo isso, mesmo tudo isso acontecendo dentro de mim, essa luta diária,
De ter que abaixar a cabeça para não cruzar o seu olhar com o meu,
E revelar a você toda a dor que ainda exista (e existe) em mim,
De ter que me segurar, cada vez que colocava a mão no celular para não mandar um “sinto sua falta”.
De ter que ir diversas vezes ao banheiro, chorar copiosamente, voltar à mesa como se nada houvesse acontecido, mas os olhos vermelhos me denunciavam.
Eu estava lá.
As batalhas diárias pareciam intermináveis.
E não era por orgulho. Era apenas porque nada mais que eu dissesse ou fizesse, seria diferente.
E eu permaneci. Não de pé, nem caída, apenas do jeito que o destino me permitiu.
Nada falava as pessoas.
Elas não tinham a mínima ideia do que acontecia comigo.
E mesmo se tivessem, oras, nunca se importariam.
Sem família e amigos que eu pudesse desabafar, eu chorava em todos os lugares que me via só, ou na companhia de gente estranha.
Na rua, no ônibus, pela praia.
A única pessoa que eu me permiti chorar no colo, foi do meu filho, quando a dor foi demasiadamente pesada para suportar.
E vem me dizer que eu ando vivendo normalmente?
Então... deixa eu te contar,
As batalhas que eu enfrento, não são de conhecimento público,
O único amigo que eu confiava plenamente, me abandonou no momento que eu mais precisei dele.
Vou me expor pra quê?
As pessoas já me julgam sem que eu diga ou expresse qualquer tipo de emoção.
Imagine se soubessem da minha vida.
Eu acreditei em você.
Eu entreguei o que eu tinha de mais precioso e sagrado à você,
Eu confiei em você.
Te defendi, chorei por você, estava lá quando ninguém mais estava.
E o que eu ganhei?
O que eu sempre ganho?
Silêncio não é esquecimento.
Distância pode silenciar uma voz, mas não apaga um sentimento.
Boa sorte nas suas escolhas.
Boa sorte no caminho que decidiu trilhar.
Eu lutei muito para ser o coração de dragão ligado pela eternidade à você.
Hoje, só me tornei uma mera lembrança.
Destino inexorável.

Kelly Christine




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