30 de out. de 2014

Eu mudei.

Sim, eu mudei.
As milhares de ondas que bateram
No que eu chamei de amor resistente,
Se partiu finalmente,
Revelando que nem tudo é para sempre.
Eu mudei.
Desisti de justificar as atitudes inexplicáveis das pessoas,
Cansei de sonhar um sonho impossível,
De travar batalhas intermináveis em vão.
Eu mudei.
Ante o maior medo de estar só,
E mendigar a companhia alheia,
Prefiro eu ter ao lado a solidão,
Do que vender tão barato o coração.
Eu mudei.
Deixei de me doar a quem jamais deu um passo por mim,
Não confio mais,
Não choro mais,
Não insisto mais, no que não vale mais à pena.
Eu mudei.
Fechei aquela porta que, por tanto tempo, esteve aberta.
Fiz escolhas que jamais faria antes,
Tomei decisões sabendo o que aconteceria depois.
Eu mudei.
Até mesmo a mais doce das criaturas,
Sucumbiria a tão terrível realidade.
Ver um mundo informatizado de mentiras,
E mentiras informatizando emoções.
Eu mudei.
Hoje, confiar nas pessoas não é uma opção.
Entregar o coração.
Nada disso faz parte da minha realidade.
Realidade essa que tem só um parâmetro:
Doa-se lealdade,
Recebe-se traição.
Entrega-se amor,
Recebe-se dor,
Doa-se por inteiro,
Não recebe nenhum quinhão.
Eu mudei.
Obriguei meus sentimentos a se calarem,
Convenci o coração,
Que certos tipos de ações,
Não tem perdão.

Kelly Christine  


28 de out. de 2014

A escolha que não fiz...

Apesar de tanto tempo ter se passado,
Ainda tem sido muito difícil lidar com as memórias.
Quando coração enxerga algo que não existe mais,
Quando se recusa a aceitar o final,
Quando não entende a certeza de um adeus.
As promessas quebradas ficaram pelo caminho,
O futuro planejado foi deixado para trás.
As lágrimas, até então escondidas, se mostram a quem quiser ver.
Aceitei as consequências de escolhas que não fiz,
Me calei diante da injustiça,
Perdoei até mesmo o que parecia imperdoável.
Não me sinto feliz, me conformei com isso.
O amor terminou, me conformei com isso.
Aquele sorriso bonito não vai mais voltar, me conformei com isso.
Existe agora outro alguém, me conformei com isso.
Mas o coração com nada se conformou.
Fica me torturando, dia após dia, com lembranças que eu quero esquecer,
Momentos que não quero mais viver,
Cenas que não desejo mais ver.
Agora, aqui, percebo o quanto o destino prega peças,
A vida quer te fortalecer te enfraquecendo,
Quer que você seja feliz, mas chore muito até chegar lá.
Tudo tem que ser pela dor primeiro?
E o coração continua não aceitar,
Que o amor incondicional e infinito,
Um dia iria acabar.


Kelly Christine,

21 de out. de 2014

Um grito em silêncio...

Pequenos gritos em silêncio, pedindo ajuda.
O olhar que diz tudo, sem falar absolutamente nada.
Dor.
Eu me sinto apagando, aos poucos, uma chama sem oxigênio.
Ficar me refugiando no sono,
Me escondendo de uma vida que jamais desejei viver,
Não tem feito bem pra mim.
Nada disso tem feito bem pra mim.
E então, quando a noite cai,
E a solidão se abate,
Estou eu, entre a água que cai sobre a minha cabeça,
E a que se derrama pelos meus olhos.
Ambas se encontram, se misturam,
E se transformam na maior das minhas frustrações:
Estar sempre lutando por algo
Que no fundo você sabe
Que jamais irá acontecer.


Kelly Christine

7 de out. de 2014

Mais ou menos...

Um sorriso mais ou menos,
Um sonho mais ou menos,
Uma vida mais ou menos,
Com amigos mais ou menos,
Cercada de gente mais ou menos,
Num emprego mais ou menos,
Com um salário mais ou menos,
Sendo feliz mais ou menos,
Sendo triste mais ou menos,
Atitudes mais ou menos,
Esperanças mais ou menos,
Pra continuar assim
Seria melhor calar mais,
Falar menos,
Sorrir mais,
Chorar menos,
Viver mais,
Questionar menos,
Entretanto, o que ganhamos,
É se conformar mais,
E reclamar menos,
Se isolar mais,
Desabafar menos,
Silenciar mais,
Chorar menos,
Emprestar sorrisos aos demais
E amar menos.
Bem menos.


Kelly Christine.

3 de out. de 2014

Minhas Músicas Preciosas...[The Fault in Our Stars]

O filme é “A Culpa é das Estrelas”.
A música é do Ed Sheerman.
Quando eu vi esse filme, baseado no romance homônimo de John Green, me debulhei em lágrimas.
Uma maneira sutil, de saber que a vida é tão frágil.
Histórias de amor verdadeiro são fugazes.
Eu vi e revi esse filme algumas vezes.
Separei um trecho, que se encontra no filme e no livro, que descreve o quão bonito e maduro pode ser o amor quando assim, condicionado a terminar a qualquer momento, e no entanto, eterno enquanto durar. O discurso fúnebre que acho que qualquer pessoa gostaria de receber, mesmo não estando presente.


De Hazel para Gus:
"(...) Não posso falar da nossa história de amor, então vou falar de matemática. Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso."

Obrigada, Hazel Grace, Augustus Waters e John Green.
Vocês me ensinaram algo que sei que não terei, mas não é impossível de acontecer.

Esse é o problema da dor: ela precisa ser sentida.

Indico livro, filme e trilha sonora. Segue uma das músicas, que se tornou uma das minhas favoritas.

Okay?




2 de out. de 2014

Celebração...

Um brinde ao esquecimento quando acontece
E à lembrança quando não adoece.
Um brinde às nossas mágoas e sofrimentos,
Nossas escolhas erradas, nossos passos incertos.
Vamos brindar.
A todas às vezes que tivemos o coração partido,
Todas as pessoas que esqueceram que somos feitos de carne, não ferro,
Todas as palavras duras ditas sem pensar,
Todas as palavras difíceis ditas e pensadas.
Celebremos.
Ao que pensamos que seria melhor e não foi,
As mentiras que nos moveram à frente,
As promessas deixadas pra trás.
Ao sorriso apagado,
Ao olhar triste.
Deixemos de lado tudo o que nos motivou,
E celebremos o que nos derrotou,
Um ‘viva’ às taças que transbordam de lágrimas,
Derramadas por uma causa perdida,
Relembrando uma vida inteira sofrida,
Pelo amor dedicado em vão,
Pelo vazio permanente no coração,
Um brinde.
Aos sonhos quebrados,
A frustração instaurada,
A alegria ausente,
Àqueles que se vão.
Meus parabéns à dor.
Ao contrário do amor,
Está sempre presente.



Kelly Christine