16 de dez. de 2015

Um futuro sem amanhã...

Todo adeus dói.
Como pode não doer?
Você deixa pra trás tudo aquilo que um dia acreditou,
Poderia ser seu.
Queria poder explicar, porque temos que deixar,
Porque somos deixados,
Porque, alguns de nós, nasceram incompletos.
Como queria poder modificar esse olhar,
Que encara o espelho com uma expressão vazia,
E tenta colocar no rosto um sorriso que não condiz com a sua alma.
Vejo as luzes de Natal na madrugada,
Piscando, piscando,
Pequenas estrelas artificiais penduradas à janela.
Seu brilho aparece turvo,
Embaçado pelas lágrimas silenciosas correndo pelo rosto.
Não acredito mais.
Tantas idas e vindas,
Quantos pedaços partidos,
Cansaço e solidão.
Não quero mais o que não posso carregar,
Um fardo pesado demais para mim,
Um fantasma vivente.
Nem mesmo o silêncio quis minha companhia,
Nem mesmo ele, que por tanto tempo esteve ao meu lado.
Não sou prioridade,
Nem mesmo opção.
Não serei a primeira,
Dificilmente serei a última.
Até quando terei que assistir os meus sonhos morrerem?
Uma imaginação impossível,
Pequenas imagens girando na minha cabeça,
Improváveis de acontecer um dia.
Os desejos que arranham,
O coração calado, quebrado, fragilizado,
Mal conseguiu dormir.
Pensamentos sombrios que rondam,
Um futuro sem amanhã,
De uma pessoa como eu,
Que analisa o que não pode se ver,
É reprovada em sua maneira de viver.
Agora aguenta,
A mulher com o espírito de menina,
Que vê a alma envelhecer solitária,
Ansiando por companhia.
Suporta!
Engole o choro, e aceita o que não te pertence,
Diga adeus, não olhe para trás.
Nada te espera lá.
Não há nada para você.
Aquele coração é dono de si mesmo.
E tem outra pessoa como morada.
Não existe nada nesse mundo que possa mudar isso,
Nem mesmo vontade,
Nem mesmo trabalho.
Há apenas a distância,
Que os quilômetros separam,
Que os olhos não creem.
Aceita,
Que certas pessoas como você,
Foram feitas para não pertencerem a ninguém,
E permanecerão assim... Incompletas.
Por toda vida.

Kelly Christine

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