Dói, sabe. Ver que tantos anos da
vida foram em vão,
Que a minhas ações, nunca sem
razão,
Só resultaram em fracasso.
E o coração, fingindo ser de aço,
Tenta suportar o insuportável,
Quer gritar, quando é obrigado a
ser amável,
No fundo dos olhos onde todo o
mundo perdeu a cor.
Onde está o amor?
Que vem de repente, te
surpreender,
Que te completa, te prende,
envolve você,
E faz sua mente girar.
Onde está a alegria, estampada no
olhar?
De quem caminha a longos passos
ao entardecer,
E ainda acredita que se pode viver,
Sob a mesma luz que tudo ilumina,
Sem definhar num destino que a
prende na sina,
De ser infeliz para outros
promover,
Para ter que se diminuir e ver toda a
gente crescer,
Por que tudo tem que ser assim?
Cadê o conto de fadas prometido
pra mim?
Em quantas lágrimas ainda preciso
me afogar,
Para dessa escuridão poder me
libertar?
Quanto mais terei que fingir,
Que nada mais me atinge, e tudo
me faz sorrir,
Até quando terei que abrir mão,
Daquilo que faz vibrar meu
coração?
Para poder fazer feliz,
Aquele que nunca me diz,
Que tudo faria por mim,
Que estaria comigo até o fim.
Talvez esse seja o meu destino,
Aceitar o passado, ignorar aquilo
que não termino,
E esquecer a minha imagem no seu olhar refletida,
Que me fez suportar até então as
feridas.
La vem a realidade,
Sufocando as minhas saudades.
La vem a realidade,
Sufocando as minhas saudades.
Me obrigo a aceitar,
Que não posso mais amar,
E deixo partir, insensatez,
A chance de ser feliz, outra vez.
Kelly
Christine
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