17 de dez. de 2016

De todos os sorrisos...

De todos os sorrisos desse mundo,
Por que fui escolher justamente o seu?
De todos os abraços que queria em volta de mim,
Por que logo o seu?
Para que viver mais uma mentira,
Para que acreditar?
Distante, tão alto, sonhando acordada,
Cair... e não levantar.
Eu evitei com todas as forças que pude,
Expor o meu coração,
Pequeno, triste a miúde,
Escondi em vão.
As pilhas de livros num canto qualquer,
Revelam os sonhos do coração de uma menina,
Preso no corpo de uma mulher,
Que aos poucos, se acaba e definha.
Em silêncio como sempre,
De repente, por muito tempo segurei,
Não deu mais,
A lágrima escorre teimosa pelo rosto,
Muitas outras vem atrás.
E o choro contido de quem foi forte enquanto deu,
Lutou, sangrou, caiu e perdeu,
A batalha de um coração remendado,
Ferido, aos pedaços e sempre deixado de lado,
O sorriso de quem, calada, engole uma vez mais,
A tristeza de ser deixada pra trás.
Então, meu amigo, boa sorte,
Só o melhor eu te desejarei,
Que a vida te mantenha forte,
E deixe as flores que no teu caminho depositei,
Que todos te tratem bem,
Que cuidem de ti, como eu cuidei.
Só não esqueça de uma coisa:
Fiz o melhor que pude,
E dei o melhor de mim, 
Para conhecer por tuas mãos,
O meu fim.
Choro agora ao me lembrar,
De todas as coisas, simples, que eu pude te mostrar.
Mas a vida é mesmo assim,
A realidade vem, e te avisa:
Você é mais uma qualquer,
Não tem nenhuma importância,
Uma única diferença sequer.
Encara as coisas de frente,
É o que precisa fazer, não o que você quer,
Olhando pela janela,
Não quero aceitar,
Que essa face verdadeira,
É a que deveria reinar,
Um pranto que não pára,
Um grito que se cala,
Lembra ao meu coração, que escuto ruir:
Entre os meus dedos escorre a dor,
Felicidade já não sei.
De todos os sorrisos que conheci,
O seu foi o que eu mais amei.


Kelly Christine

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