E em vários pedaços eu fiquei,
Ali parada, um nó na garganta, um
embargo na voz,
Tantos problemas, tantos sonhos,
Onde foi que eu errei dessa vez?
Eu cobrava atenção, eu pedia
carinho, eu queria afeto.
Quantas vezes em silêncio eu
desejei?
E você me ignorou.
Uma, duas, dez, mil vezes.
Uma frieza no olhar, um semblante
desprovido de remorso.
Eu só queria o teu colo amigo,
Mas quando eu precisei,
Quem estava lá?
Quantas vezes você veio até mim?
Quantas vezes me surpreendeu?
Uma mensagem fora de hora, um
encontro ao acaso,
Apenas algo que me tirasse do
eixo,
Quantas vezes?
Quantas vezes, sem eu precisar
correr?
Quantas vezes, sem eu precisar
interver?
Em quantos pedaços eu terei que
me juntar mais uma vez?
Por quanto tempo eu terei que
esperar para ter meu próprio conto de fadas,
Sem me intoxicar pelo que vejo
nas redes sociais,
Onde parece que nunca chegarei
aquele nível de felicidade que os outros ostentam.
Por quanto tempo terei que
esperar,
Pra você segurar minha mão,
Pra me dizer que tudo pode dar
errado, mas você estará sempre ali,
Por quanto tempo?
Quando o mundo inteiro me
esfaquear,
De muitos lados e várias
maneiras,
Por quanto tempo terei que
esperar até você vir em meu socorro?
Quanto terei que gritar para você
largar tudo e me proteger?
Quando eu perder a fé,
Desacreditar dos sonhos,
Desistir da vida,
Você virá?
Ou vai esperar eu me tornar uma lembrança
pequena no seu olhar,
Onde saudade não caberá mais,
Onde você estará?
Quando tudo for silêncio e paz?
As lágrimas que ferem,
O olhar que se despede...
Eu parei de lutar.
Kelly Christine.
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