28 de nov. de 2012

A Mente do Sonhador...


Estaria muito velha para um conto de fadas?

A mente do sonhador é a que mais sofre no mundo.
Tem que aguentar a realidade, os insucessos e o ceticismo como grandes agressores diários, contínuos, cruéis.
Luta para manter a mente livre para sonhar,
E o coração, confiante para continuar a acreditar que ainda pode ser possível.
Às vezes, fraqueja.
Às vezes, reza.
Às vezes tropeça.
Perdoa, porque a falta das pessoas pode ser maior do que os erros cometidos por elas.
Pede desculpas, mesmo sabendo que nada fez de errado.
Compreende.
Briga para defender seus indefesos, mais poderosos sonhos.
Cai, enfraquecido pela dureza das palavras.
Chora, pela frieza das atitudes.
Ergue-se, com a confiança que tudo pode ser diferente amanhã.
Poderia mesmo?
Ando pela rua, olhando todos, sem ver absolutamente ninguém.
O mesmo trajeto de sempre, o que dividia de mãos dadas, e lugares comuns tão cheios de significados,
As pedras no chão, gastas pelos nossos passos, tão cheias de histórias.
Lembranças.
Doces amargas recordações de um tempo que parece que por mais que eu lute, jamais irá voltar.
Não, eu sei que não irá voltar.
Mas a mente do sonhador é assim,
Quanto mais impossível parece ser, mas possível para ele é.
O coração desse sonhador é um coração cheio de memórias. E um coração cheio de memórias, é um coração cheio de pequenas cicatrizes.
Cada uma delas carrega uma história que o sonhador queria mudar.
Todas elas formam o caráter deste sonhador.
O erro faz parte da sua vida.
O perdão aprendeu, porque também erra.
Mas ser perdoado não faz parte de sua trajetória.
Chora em silêncio, sem reclamar.
Toda história que imaginou para si, sempre teve grande encontros, grandes caminhadas, grandes finais felizes.
Nessa caminhada cinzenta, por pedras que falam com seus pés, o sonhador se pergunta,
‘Será que a minha história poderia ser feliz, sem ter um final?’
Uma lágrima cai, na blusa tão infantil pra mim.

Estaria muito velha para um conto de fadas?

Kelly Christine

22 de nov. de 2012

O sorriso que se foi...


Do mesmo jeito que trouxe o meu sorriso de volta,
Você o levou,
Sem um plano, inesperadamente.
Hoje, incontáveis lágrimas no meu rosto,
Tantas outras no meu coração,
Me impedem de sorrir novamente.
Como poderia?
Fingir que nada aconteceu e seguir assim?
É como se eu perdesse uma promoção no trabalho,
De gerência, voltei a ser um simples funcionário,
Depois de tanto esforço e luta para chegar lá.
Difícil ver nos seus olhos,
Como se nada tivesse acontecido,
Como se tivesse acordado ontem, e só um pesadelo tivesse vivido,
Eu me vi sozinha,
No meio da estrada,
Em uma caminhada,
Que pensei ser nossa, mas era só minha.
Me iludindo mais uma vez,
Seria eu egoísta e mesquinha?
Eu queria só andar de mãos dadas,
Sabia que haveria pedras, haveria paradas,
Mas eu jamais soltaria a sua mão,
Como você, sem hesitar, soltou a minha.
Na primeira dificuldade,
Nenhuma conversa.
O que era um apoio, virou um obstáculo.
E foi assim que se livrou de mim.
Com vários pedaços de alma espalhados, eu fui desejando,
Muitas flores, muito sol e muita paz. Continue caminhando.
Eu ainda estou caída, no mesmo chão que me deixou,
Eu ainda te vejo à frente, mesmo sabendo que para trás você não olhou,
O que é verdadeiro volta?
Não meu caro.
O que é verdadeiro jamais se vai.
Jamais deixa o outro para trás,
Não abandona, não magoa, não destrói.
Há discussões, há brigas.
Há pequenos arranhões e grandes feridas,
Tudo é suportável, tudo é curável, desde que um tenha o outro pra se cuidar.
Cuidar...
Me pergunto onde falhei.
Foi por conta do excesso de cuidados a uma pessoa,
Que não me cuidei.
Hoje, aqui estou eu, partida,
É em mim que está aberta a ferida,
E Nada restou além de mim mesma para tratar.
Eu tento ser forte,
Mas não há como não chorar.
Tantas palavras vazias e promessas quebradas,
O caminho mais fácil,
O menos trabalhoso,
É o que todos escolhem pra fazer.
Eu escolhi o que meu coração fez por querer.
Pobre coração, você não sabia,
Que todo seu calor foi retribuído com a atitude fria,
De quem é orgulhoso demais pra mudar,
De quem é fraco demais para amar,
Que prometeu a confiança inquebrável,
E esqueceu de avisar,
Que não era pra sempre,
E não iria durar...

Kelly Christine

21 de nov. de 2012

Era só meu...


E quantas vezes eu bati na mesma porta, sem resposta?
Quantas vezes eu confiei nas pessoas,
Mesmo sabendo o preço alto que pagaria no final?
E que final... Porque o “pra sempre” sempre acaba.
Eu olhei para trás, todas as pedras que eu percorri.
Caminhos sem arrependimentos, sem volta.
Tantas lembranças em uma pequena cabeça.
Tanto sofrimento em um só coração.
Ah, coração!
Que covardia a minha, te submeter a isso novamente,
Mais uma vez eu te entreguei sem medo,
Mais uma vez devolvido aos pedaços,
Mais uma vez.
Ah, coração...
Tantas coisas aconteceram entre você e o mundo,
Tanto amor, agora solitário,
Tantas decepções, tantas lágrimas,
Sempre tudo tão intenso, sempre tudo eu.
O coração criança pergunta:
- O que faço agora com esse tanto de sentimento?
- Pra onde vou? Não sei pra onde ir...
- O que faço com tantos sonhos? Não tenho mais com quem dividir...
- E como posso ficar com esse tanto de lembranças?
Eu me fiz, e refiz.
Me entreguei.
Tudo e tão somente,
A confiança inquestionável,
Toda quebrada novamente.
Eu não tive escolhas.
Nenhuma única alternativa,
Para poder lutar e cuidar de uma nova ferida.
Uma cicatriz, profunda, marcada, sangrenta.
Pessoas olham incrédulas pra mim:
“Como você aguenta?”
Eu acreditei no pensamento de lutar pelos sonhos,
De sempre ouvir o meu coração.
E onde houvesse 1% de chance,
Nenhuma batalha seria em vão.
As lágrimas vieram junto com a verdade.
Triste ilusão,
Priorizei meus sentimentos, dei importância ao que era importante,
Ganhei decepção.
Minha culpa, minha culpa.
Me perdoe coração.
Eu com minha teimosia de achar que todos fariam tudo que eu faço, por mim,
Nunca fizeram, nunca farão.
Nada sobrou,
O que não tinha fim,
Finalmente acabou,
Não sei de onde vim,
Pouco importa para onde vou,
Bati em uma porta e não me deixaram entrar,
Em minha porta ninguém sequer bateu, muito menos entrou.
Escreva...  Escreva criança...
Essas palavras que ninguém vai ler,
Desabafe com quem não pode te abraçar,
Chore as lágrimas que ninguém vai ver.
Procure consolo onde nunca irá encontrar,
Tenha fé em algo que nunca vai acontecer,
Quebre tantas e mais tantas vezes o coração,
Até você aprender.
O meu adeus eu guardei pra mim,
O adeus que eu não dei,
De um amor que eu não terminei,
E um coração que não devolvi,
Mesmo assim, tudo em volta desmoronou, eu sei.
Adeus à esperança,
Bem vindo de volta, anjo feio,
Adeus ao espírito da criança.
Ela cresceu, e me abandonou,
Ela se foi, nem pra trás olhou.
Morra aos poucos,
Da mesma forma que o sorriso morreu,
Coração finalmente se calou,
A única coisa que entende é que perdeu,
Outra vez, outro grande amor,
Que era grande só pra ele,
Que era importante só pra ele,
Que era infinito só pra ele.
Que amava sozinho,
Que era só meu.

Kelly Christine

19 de nov. de 2012

Trust I Seek...


É tão difícil.
Sentir que foi deixada pra trás.
Perceber que nunca as pessoas vão fazer por você o que você faz por elas.
Ser trocada, ou melhor, não ser escolhida.
Não ser prioridade na vida de ninguém,
Não significar nada.
Ser passatempo, hobby, lazer. Nada mais.
Dizem sempre da importância.
Fazem exatamente o oposto.
Palavras, que o vento leva,
E o tempo mostra que eram vazias,
Como as promessas quebradas
E os sonhos despedaçados.
Mentiras,
Omissões.
Por fim, nada disso tem importância.
Eu continuei no mesmo lugar,
A confiança que eu tanto procurei,
Eu me iludi
E não achei.
Nada mais importa.

Kelly Christine

14 de nov. de 2012

60 Minutos.


Mais um dia.
Eu cheguei em casa, e mal tive tempo de fechar a porta. A inquisição chegou e me encheu de perguntas, de acusações. E eu tão cansada de tudo isso, de estar aqui, dela, dessa vida que eu levo.

- Sua velha! O que você pensa que você é? Conversando com molecada no corredor, se sentindo adolescente? Sempre tem um ‘step’ né? É isso que você quer sua vadia desavergonhada!  Vou falar tudo para o seu pai!

Eu olhava incrédula. O inferno todo porque dois amigos meus conversavam na porta do apartamento. Digo, submundo. Jamais convidaria eles pra entrar, sabia que se fizesse isso, estaria os condenando ao inferno ou a minha vergonha de vê-los expulsos por aquele ser, tão mesquinho, tão estupido. Dois amigos. Imagina se eu chamasse umas dez pessoas diferentes e enfiasse todo mundo dentro de casa. Imagine se fossem dois traficantes da região que me abasteciam de dinheiro e ‘poeira’. Não. Duas pessoas tão trabalhadoras quanto eu. Mas aqui, o único caráter que se julga é o meu. Aliás, me parece que eu não tenho caráter pra julgar.
Eu parei de ficar obcecada pelo computador. Parei de simplesmente sair de casa, para o trabalho e do trabalho para casa. Eu queria conviver com pessoas, falar com elas, rir com elas, ter algo que eu jamais conseguiria em casa. Aqui eu não tenho nada. Aqui eu sou nada.
Mudei minha rotina. Anos a fio fazendo exatamente as mesmas coisas, passei a chegar exatos 60 minutos depois do horário que eu costumava chegar todos os dias. Foram os 60 minutos mais caros da minha existência...
Quando estava no computador: eu era a ‘adolescente’ pensando que a vida se resumia a pc, pc, pc. Não podia conversar com ninguém, não podia jogar com ninguém. Nada. Vi minhas redes sociais sendo vasculhadas e todo o meu momento de desabafo, já que eu me isolava cada vez mais, sendo usado contra mim, em várias discussões. Estava à beira de um colapso, quando eu mesma dei um basta. E fui procurar o que me fazia bem, quase que sem querer.
Encontrei refúgio nos meus colegas de trabalho. Pessoas que eu passo a maior parte do dia, a maior parte da semana. Se meu erro era o computador, se era a capoeira que ela sempre condenou, agora estava sendo os benditos dias de trabalho.
Eu não via alguém diferente falando comigo nos corredores do sufocante prédio há mais de 05 anos. Mesmo assim já foi motivo suficiente para me acusar como se as pessoas viessem me visitar todos os dias. Dificilmente viriam. Dificilmente eu repetirei a experiência.  Melhor ficar pela rua, convivendo com uma série de estranhos já que ela não faz questão nenhuma de conhecer com quem eu convivo.
Mas eu não posso ficar no computador. Não posso trazer ninguém aqui. Não posso ir na casa de ninguém. Que diabos eu faço então? Simples: Eu tenho que ser a mãe dedicada que se anula, se omite, não tem sonhos, não tem espírito, não tem alma. É doutrinada a lavar, passar, cozinhar, arrumar, cuidar de uma casa que não é minha e ser submissa a qualquer cara que pague minhas contas e livre minha presença dos olhos dela. Eu tenho que ser um corpo apenas. Não tenho mais idade pra ter vida. Não tenho recursos pra ter vida. Não tenho direito de ter vida.
Vejo os anos passarem e nada muda. Tanta gente entrou e saiu da minha vida, e nada mudou. Tantos empregos, nenhum trabalho. Nunca tive condições financeiras de me manter sozinha em algum lugar. Com um filho pra criar, a coisa se tornou duas vezes precária. E a minha fé no futuro diminuindo a cada instante...
E ela continua seu discurso cheio de razão e dona absoluta da verdade. Eu permaneço em silêncio. Vou ao quarto, exijo do meu filho que me deixe sozinha.  Quero ter pelo menos o direito de eu mesma segurar minhas lágrimas, únicas coisas livres em mim. Quero chorar, quero gritar, quero soluçar, quero destruir cada muro que ela tenta construir em volta de mim para me matar. Quero minha liberdade. Milhares de gritos que escorrem pela minha face em silêncio...
Sem felicidade.
Sem alegria.
Sem sorrisos.
Sem respeito.
Sem sonhos.
Sem vida.
Vazia.
Uma simples visita, apenas uma passada de alguém que veio pela primeira vez a casa que eu sou obrigada a me abrigar, custou as lágrimas de quem chora calada. Sem chances. Sem opções.
E o mundo irá mudar? Não. Para o mundo mudar, é necessário que as pessoas mudem.
Ela não vai mudar, porque não quer.
Eu não vou mudar, porque não posso.
Fé... Não me abandone agora. Os sonhos se despedaçaram por inteiro e a esperança sumiu por completo.
60 minutos. Uma hora.
Esse é o preço do meu caráter.
Então realmente eu estou valendo muito pouco.

Kelly Christine

13 de nov. de 2012

O ciclo se repete...


Me ensinaram a algum tempo atrás que não devemos nunca colocar o orgulho entre nós e o que queremos. Eu procurei a minha vida toda fazer isso, em vão. Eu procurei passar isso para todos que conviviam comigo, também em vão. Sempre o orgulho vence, por melhores que sejam as nossas intenções.
Tão mais fácil agredir verbalmente quem não tem interesse nenhum, a não ser o seu bem estar. Tão mais fácil ser cruel com quem não retruca, não revida, não rebate argumentos. Sempre mais fácil.
A gente se decepciona, se cala, mas permanece ali. Um comparativo simples – como um cão que apanhou sem pudores do próprio dono. Ele permanece fiel a ele, mas toda a vez que o dono se aproximar, ele recuará com medo, não sabendo diferenciar o que será um carinho e o que será uma agressão. Coração estúpido.
A gente se dedica as pessoas. Confia nelas, entrega o coração. Pra quê? A troco de quê? Para ser maltratado mais uma vez, para se entristecer mais uma vez.

A gente faz e refaz, se contorce. Faz de tudo um repente.
Depois de tantas lágrimas e choros, faz tudo de novo.
Acreditando que será diferente.
Mas nunca é, e nem nunca será.
Vida, um preço alto que se tem a pagar.
Ver os sonhos despedaçando nas mãos da principal pessoa, do motivo deles acontecerem,
Ver mais uma vez tantas esperanças se perderem.
Não sei onde me levará esse caminho, tão cheio de marcas,
Não responsabilizarei o destino, já que ele não retruca e nem fala.
Assim me disseram, uma pessoa que se anula e a outra que se cala.
Não posso pedir para o sol não brilhar, e nem a lua desaparecer,
Não posso pedir para alguém se tornar o que não quer ser,
Então mais uma vez, observo em silêncio meus sentimentos se consumindo,
Todos os meus mais profundos desejos sumindo,
Infelizmente, não é só lamentar,
É querer mudar o que foi escrito, e ser obrigada a se conformar.
Pois quem precisava da mudança, não tem interesse em mudar,
Vê tudo da maneira mais confortável, tem a vontade mas lhe falta a coragem,
De embarcar de cabeça em uma longa e difícil viagem
Em direção ao que acredita,
Uma chance de fazer a própria vida mais bonita,
Mas não, melhor deixar as coisas como estão,
Melhor dar razão à razão.
Do que acreditar em alguém que simplesmente falou com o seu olhar mais sincero,
“Sua felicidade é a única coisa que eu realmente quero”.

Kelly Christine

8 de nov. de 2012

Arranhão...


Eu explico, e você não entende.
Eu suplico ajuda com o olhar, e recebo o silêncio como resposta.
Não me diz nada além do que eu já sabia. Nenhuma palavra que eu preciso é dita.
E quando eu alerto, entende como uma cobrança, e cobrança não é amor.
???
Eu me vi por várias e insistentes vezes tentando dar o meu melhor. Mesmo quando todo o meu mundo desabava sobre mim, eu larguei os meus pedaços ao chão para poder sustentar o seu. Esperar por algo semelhante? Sim, todos esperamos que as pessoas façam por nós o que fazemos por elas. Doce ilusão...
 E em tempos difíceis como os de agora, me vejo cercada de muitos problemas, poucas soluções, nenhum apoio. O que esperar? O que dizer?
Cadê o abraço sem perguntas? Onde está o olhar que diz: nada importa do que acontecer, eu vou permanecer ao seu lado? Onde ficou o sorriso que dá forças, em meio às lágrimas que nada ganharam além do chão que caíram?
Isso são cobranças. Isso é comparar uma pessoa a outra. Pelo menos, é o que parece ser.
Não pra mim.
E eu continuo com a mesma agonia de quem não tem com quem conversar.
Minha companhia: o silêncio.
E mesmo me mantendo calada, ainda acham que eu estou errada.
Sempre errada, sempre desistindo sem lutar. Será mesmo?
Não acredito nisso. Não acredito que as pessoas se iludam tão facilmente com o que vêem e esquecem por completo do que sabem.
Diz que eu não busco soluções para os meus problemas/erros. Então, se EU preciso fazer isso, estou mais uma vez sozinha no processo. Eu não peço ajuda – sou soberba comparativa. Eu peço ajuda – sou mal compreendida. Mas que diabos, devo fazer afinal?
Quando as folhas caem, o vento gela, tudo fica cinza, o outono está se iniciando. Tempos difíceis, colheitas secas, sol mirrado. Quando as primeiras flores surgem, e o perfume do orvalho é ressaltado, sabemos que os tempos de cor e aromas coloridos se iniciam. Venho me perguntando: até quando será outono na minha vida? Sabe, eu venho aguentando tudo até onde posso, toda a sobrecarga que tem se depositado nas minhas costas, sem reclamar, sem questionar, com lágrimas nos olhos. E quando eu digo: não suporto mais, o que recebo. O julgamento das pessoas dizendo tudo o que sabem, não sabem e imaginam de mim?
Eu posso ter me enganado com muitas coisas nessa vida. Me iludi com as pessoas, confiei demais nelas, gerei expectativas. Mesmo tão decepcionada por tantas experiências ruins, nunca deixei de apoiar e ajudar quem precisou de mim, quem gritou por socorro. O que levamos desse mundo é somente isso: o que seremos para as pessoas, não o que obtivemos delas. E eu prefiro ser alguém para ser lembrado como um apoio fundamental em um momento difícil, do que ser alguém empoeirando um porta-retratos em uma estante, presa em uma memória boa que nunca será repetida.
Queria sim. Queria que as pessoas fizessem por mim o que eu faço por elas. Mas eu só queria. O maior erro é pedir isso.
Descobri isso hoje. Da pior maneira possível.
A confiança inquestionável... Tem o seu primeiro arranhão.
Nunca doeu tanto levar um simples arranhão.
Vida minha... Leve embora toda essa dor que carrego comigo, para não afetar mais as pessoas que amo.
Ou me afogue de vez em meio dela.

Kelly Christine.