21 de nov. de 2012

Era só meu...


E quantas vezes eu bati na mesma porta, sem resposta?
Quantas vezes eu confiei nas pessoas,
Mesmo sabendo o preço alto que pagaria no final?
E que final... Porque o “pra sempre” sempre acaba.
Eu olhei para trás, todas as pedras que eu percorri.
Caminhos sem arrependimentos, sem volta.
Tantas lembranças em uma pequena cabeça.
Tanto sofrimento em um só coração.
Ah, coração!
Que covardia a minha, te submeter a isso novamente,
Mais uma vez eu te entreguei sem medo,
Mais uma vez devolvido aos pedaços,
Mais uma vez.
Ah, coração...
Tantas coisas aconteceram entre você e o mundo,
Tanto amor, agora solitário,
Tantas decepções, tantas lágrimas,
Sempre tudo tão intenso, sempre tudo eu.
O coração criança pergunta:
- O que faço agora com esse tanto de sentimento?
- Pra onde vou? Não sei pra onde ir...
- O que faço com tantos sonhos? Não tenho mais com quem dividir...
- E como posso ficar com esse tanto de lembranças?
Eu me fiz, e refiz.
Me entreguei.
Tudo e tão somente,
A confiança inquestionável,
Toda quebrada novamente.
Eu não tive escolhas.
Nenhuma única alternativa,
Para poder lutar e cuidar de uma nova ferida.
Uma cicatriz, profunda, marcada, sangrenta.
Pessoas olham incrédulas pra mim:
“Como você aguenta?”
Eu acreditei no pensamento de lutar pelos sonhos,
De sempre ouvir o meu coração.
E onde houvesse 1% de chance,
Nenhuma batalha seria em vão.
As lágrimas vieram junto com a verdade.
Triste ilusão,
Priorizei meus sentimentos, dei importância ao que era importante,
Ganhei decepção.
Minha culpa, minha culpa.
Me perdoe coração.
Eu com minha teimosia de achar que todos fariam tudo que eu faço, por mim,
Nunca fizeram, nunca farão.
Nada sobrou,
O que não tinha fim,
Finalmente acabou,
Não sei de onde vim,
Pouco importa para onde vou,
Bati em uma porta e não me deixaram entrar,
Em minha porta ninguém sequer bateu, muito menos entrou.
Escreva...  Escreva criança...
Essas palavras que ninguém vai ler,
Desabafe com quem não pode te abraçar,
Chore as lágrimas que ninguém vai ver.
Procure consolo onde nunca irá encontrar,
Tenha fé em algo que nunca vai acontecer,
Quebre tantas e mais tantas vezes o coração,
Até você aprender.
O meu adeus eu guardei pra mim,
O adeus que eu não dei,
De um amor que eu não terminei,
E um coração que não devolvi,
Mesmo assim, tudo em volta desmoronou, eu sei.
Adeus à esperança,
Bem vindo de volta, anjo feio,
Adeus ao espírito da criança.
Ela cresceu, e me abandonou,
Ela se foi, nem pra trás olhou.
Morra aos poucos,
Da mesma forma que o sorriso morreu,
Coração finalmente se calou,
A única coisa que entende é que perdeu,
Outra vez, outro grande amor,
Que era grande só pra ele,
Que era importante só pra ele,
Que era infinito só pra ele.
Que amava sozinho,
Que era só meu.

Kelly Christine

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