Eu
explico, e você não entende.
Eu
suplico ajuda com o olhar, e recebo o silêncio como resposta.
Não
me diz nada além do que eu já sabia. Nenhuma palavra que eu preciso é dita.
E
quando eu alerto, entende como uma cobrança, e cobrança não é amor.
???
Eu
me vi por várias e insistentes vezes tentando dar o meu melhor. Mesmo quando
todo o meu mundo desabava sobre mim, eu larguei os meus pedaços ao chão para
poder sustentar o seu. Esperar por algo semelhante? Sim, todos esperamos que as
pessoas façam por nós o que fazemos por elas. Doce ilusão...
E em tempos difíceis como os de agora, me vejo
cercada de muitos problemas, poucas soluções, nenhum apoio. O que esperar? O
que dizer?
Cadê
o abraço sem perguntas? Onde está o olhar que diz: nada importa do que
acontecer, eu vou permanecer ao seu lado? Onde ficou o sorriso que dá forças,
em meio às lágrimas que nada ganharam além do chão que caíram?
Isso
são cobranças. Isso é comparar uma pessoa a outra. Pelo menos, é o que parece
ser.
Não
pra mim.
E
eu continuo com a mesma agonia de quem não tem com quem conversar.
Minha
companhia: o silêncio.
E
mesmo me mantendo calada, ainda acham que eu estou errada.
Sempre
errada, sempre desistindo sem lutar. Será mesmo?
Não
acredito nisso. Não acredito que as pessoas se iludam tão facilmente com o que
vêem e esquecem por completo do que sabem.
Diz
que eu não busco soluções para os meus problemas/erros. Então, se EU preciso
fazer isso, estou mais uma vez sozinha no processo. Eu não peço ajuda – sou soberba
comparativa. Eu peço ajuda – sou mal compreendida. Mas que diabos, devo fazer
afinal?
Quando
as folhas caem, o vento gela, tudo fica cinza, o outono está se iniciando.
Tempos difíceis, colheitas secas, sol mirrado. Quando as primeiras flores surgem,
e o perfume do orvalho é ressaltado, sabemos que os tempos de cor e aromas coloridos
se iniciam. Venho me perguntando: até quando será outono na minha vida? Sabe,
eu venho aguentando tudo até onde posso, toda a sobrecarga que tem se
depositado nas minhas costas, sem reclamar, sem questionar, com lágrimas nos
olhos. E quando eu digo: não suporto mais, o que recebo. O julgamento das
pessoas dizendo tudo o que sabem, não sabem e imaginam de mim?
Eu
posso ter me enganado com muitas coisas nessa vida. Me iludi com as pessoas,
confiei demais nelas, gerei expectativas. Mesmo tão decepcionada por tantas
experiências ruins, nunca deixei de apoiar e ajudar quem precisou de mim, quem
gritou por socorro. O que levamos desse mundo é somente isso: o que seremos para
as pessoas, não o que obtivemos delas. E eu prefiro ser alguém para ser
lembrado como um apoio fundamental em um momento difícil, do que ser alguém
empoeirando um porta-retratos em uma estante, presa em uma memória boa que
nunca será repetida.
Queria
sim. Queria que as pessoas fizessem por mim o que eu faço por elas. Mas eu só
queria. O maior erro é pedir isso.
Descobri
isso hoje. Da pior maneira possível.
A
confiança inquestionável... Tem o seu primeiro arranhão.
Nunca
doeu tanto levar um simples arranhão.
Vida
minha... Leve embora toda essa dor que carrego comigo, para não afetar mais as
pessoas que amo.
Ou
me afogue de vez em meio dela.
Kelly
Christine.
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