8 de nov. de 2012

Arranhão...


Eu explico, e você não entende.
Eu suplico ajuda com o olhar, e recebo o silêncio como resposta.
Não me diz nada além do que eu já sabia. Nenhuma palavra que eu preciso é dita.
E quando eu alerto, entende como uma cobrança, e cobrança não é amor.
???
Eu me vi por várias e insistentes vezes tentando dar o meu melhor. Mesmo quando todo o meu mundo desabava sobre mim, eu larguei os meus pedaços ao chão para poder sustentar o seu. Esperar por algo semelhante? Sim, todos esperamos que as pessoas façam por nós o que fazemos por elas. Doce ilusão...
 E em tempos difíceis como os de agora, me vejo cercada de muitos problemas, poucas soluções, nenhum apoio. O que esperar? O que dizer?
Cadê o abraço sem perguntas? Onde está o olhar que diz: nada importa do que acontecer, eu vou permanecer ao seu lado? Onde ficou o sorriso que dá forças, em meio às lágrimas que nada ganharam além do chão que caíram?
Isso são cobranças. Isso é comparar uma pessoa a outra. Pelo menos, é o que parece ser.
Não pra mim.
E eu continuo com a mesma agonia de quem não tem com quem conversar.
Minha companhia: o silêncio.
E mesmo me mantendo calada, ainda acham que eu estou errada.
Sempre errada, sempre desistindo sem lutar. Será mesmo?
Não acredito nisso. Não acredito que as pessoas se iludam tão facilmente com o que vêem e esquecem por completo do que sabem.
Diz que eu não busco soluções para os meus problemas/erros. Então, se EU preciso fazer isso, estou mais uma vez sozinha no processo. Eu não peço ajuda – sou soberba comparativa. Eu peço ajuda – sou mal compreendida. Mas que diabos, devo fazer afinal?
Quando as folhas caem, o vento gela, tudo fica cinza, o outono está se iniciando. Tempos difíceis, colheitas secas, sol mirrado. Quando as primeiras flores surgem, e o perfume do orvalho é ressaltado, sabemos que os tempos de cor e aromas coloridos se iniciam. Venho me perguntando: até quando será outono na minha vida? Sabe, eu venho aguentando tudo até onde posso, toda a sobrecarga que tem se depositado nas minhas costas, sem reclamar, sem questionar, com lágrimas nos olhos. E quando eu digo: não suporto mais, o que recebo. O julgamento das pessoas dizendo tudo o que sabem, não sabem e imaginam de mim?
Eu posso ter me enganado com muitas coisas nessa vida. Me iludi com as pessoas, confiei demais nelas, gerei expectativas. Mesmo tão decepcionada por tantas experiências ruins, nunca deixei de apoiar e ajudar quem precisou de mim, quem gritou por socorro. O que levamos desse mundo é somente isso: o que seremos para as pessoas, não o que obtivemos delas. E eu prefiro ser alguém para ser lembrado como um apoio fundamental em um momento difícil, do que ser alguém empoeirando um porta-retratos em uma estante, presa em uma memória boa que nunca será repetida.
Queria sim. Queria que as pessoas fizessem por mim o que eu faço por elas. Mas eu só queria. O maior erro é pedir isso.
Descobri isso hoje. Da pior maneira possível.
A confiança inquestionável... Tem o seu primeiro arranhão.
Nunca doeu tanto levar um simples arranhão.
Vida minha... Leve embora toda essa dor que carrego comigo, para não afetar mais as pessoas que amo.
Ou me afogue de vez em meio dela.

Kelly Christine.

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