Eu olho dentro de mim mais uma
vez.
A mesma sensação do vazio voltou.
A sensação de estar atrapalhando,
de ser um anexo que precisa sair.
A sensação de não servir mais.
Eu estou aqui, mais uma vez.
As lágrimas, de par em par,
descem pelo rosto sem esperanças.
Eu sonhei tanta coisa. Não adiantou
nada.
Eu lutei para que as coisas
dessem certo.
Fiz meu papel, corri atrás,
lutei, briguei.
Por fim, fui derrotada.
Por quem? Pela coisa mais difícil
de lutar: a realidade.
Ela usa tudo contra você.
Até mesmo quem você achava que
estaria lá pra te apoiar.
Eu perdi.
Foram como dizia a música: dias
de luta.
Não me sobrou nem a glória.
Desejo de todo o meu coração que
sejas sucedido no que escolheu como caminho a trilhar.
Eu? Fico aqui. Existe o limite
até onde posso ir.
E desses planos, eu não faço
parte.
Tarde demais para começar de
novo.
Só eu não tinha percebido, que
pra mim, não haveria uma segunda chance.
Eu? Com todas as minhas
limitações, problemas e derrotas pessoais.
Sério que eu pensei que poderia
ser diferente?
Eu fui tão tola.
Mas a vida é assim. Tenho que
agradecer por ter aprendido, pela enésima vez,
Não é que a grama do vizinho é
mais verde,
Ou a felicidade que é mais
generosa com as outras pessoas.
Eu simplesmente, não sirvo pra
ninguém.
E as escolhas e consequências delas
me condenaram a vida que tenho.
O destino pode ser modificado.
Desde que seja primeiramente aceito.
Eu relutei muito em aceitar, e
queria mudar logo de cara.
Não dá. Nunca deu.
Abaixei minha cabeça,
Fechei os olhos.
Deixa essa amargura escorrer em
silencio pelas lágrimas que ensopam os dedos agora.
Engula sozinha essa dor. Se
consuma por dentro.
Pois a única ajuda que receberá é
justamente da única pessoa que tens agora: eu mesma.
Kelly Christine
"... E o espelho se quebrou de
lado a lado.
A maldição se abateu sobre mim."
Agatha Christie
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