4 de jul. de 2018

O amor não pode ser unilateral...


O amor não pode ser unilateral.
Ele tem que invadir a sua alma e te encher de luz,
Completar o que te falta, transbordar o que te sobra,
Ter o brilho dos olhos como algo comum.
O amor não pode ser unilateral.
Ele precisa ser divido para se multiplicar,
Te arrancar sorrisos, te abraçar,
Chamar teu nome quando a dificuldade surgir,
Dormir no seu abraço.
O amor não pode ser unilateral.
Ele tem que estar presente quando o mundo inteiro te esfaquear,
Ser teu escudo de bravura,
E teu recanto de paz,
Proporcionar ao teu coração o que ele precisa.
O amor não pode ser unilateral.
Ele não pode agir sozinho,
Ele não pode abraçar sozinho,
Ele não pode beijar sozinho.
O amor não pode ser unilateral.
Quem ama por dois, acaba não amando ninguém,
Não possui amor próprio, não pode amar por alguém,
Está condenado a morrer de sede a beirada do lago.
O amor não pode ser unilateral.
Amores assim estão condenados a solidão da tentativa e aceitação,
Tenta modificar o que não pode mudar,
E aceitar como certo tudo aquilo que é errado,
Condenado a dor.
O amor não pode ser unilateral,
Ame-o. Ame-a. Nunca ame a sensação que as pessoas te causam,
Sinta falta, beije, chore, ria, abrace, esteja com você sempre,
E quando não puder estar com você fisicamente, que deixe o coração com você,
Que pense em você sempre,
Que planeje um futuro,
Que os erros do passado apenas sejam lições.
O amor não pode ser unilateral.
Unilateral não é amor.
É piedade. É insegurança.
É tudo, menos amor.

Kelly Christine



21 de mai. de 2018

Amigos breves...


Afinal, o que são os amigos?
De tão simples de explicar, é difícil explicar.
Amigo é aquele que está lá ao seu lado quando ninguém mais estiver.
É aquele que te apoia, te suporta e ao mesmo tempo te repreende na falta.
É o que ri com você,
O que chora com você.
O que mata um e não vê por sua causa.
Amigo é aquele que, quando o coração for magoado pelo amor, estará lá.
Para cuidar das feridas, secar suas lágrimas, te proteger.
Amigo se magoa também, mas jamais deixará você de lado.
Acho que essa é a definição de amigo: o amor que estará lá quando o outro amor faltar.
Na teoria, seria assim.
Vejo por mim, que isso não funciona.
Uma vida de amores superficiais e amigos rasos.
Aqueles que te desejam pela utilidade, e não conseguem enxergar o seu valor.
Pensei que, com o tempo, eu tivesse superado isso.
Entrei pra faculdade,
Conheci novos amigos...
Tão rasos quanto os anteriores.
Eu perdi a utilidade: não tenho valor.
Fui deixada de lado.
Desisti.
É preciso aprender a estar só e tentar entender a própria solidão.
Os amores rasos, ficaram para trás.
E eu fiquei para trás, deixada por aqueles que disseram que seria para sempre.
Me faltou maturidade?
Onde foi que errei?
Perguntas que me faço.
Talvez um dia eu entenda:
Não posso me culpar por aquilo que não dependia só de mim.
Eu fui fiel.
Eu estive lá.
Agora, aqui atrás, eu desejo sorte.
Que vocês não encontrem pelo caminho, o mesmo tipo de pessoa que encontrei no meu:
Aquela que só entende o valor da outra, quando precisa.

Kelly Christine



Never again...

3 de mai. de 2018

A gente chora...


A gente chora...
Antes, quando crianças, a gente chorava alto até nossa mãe aparecer, lembra?
Era pelo joelho ralado,
Pelo brinquedo roubado,
Pela atenção.
Hoje, a gente chora,
Baixinho, para ninguém ouvir,
Para não precisar dar nenhuma explicação,
Pelo partido coração,
Ou alimentar uma curiosidade, longe de ser sincera.
A gente chora no chuveiro, para ninguém perceber.
Os olhos vermelhos denunciam um crime, para os mais atentos, impossível de ocultar.
Mas, quem estaria atento?
A casa em silêncio, a sala vazia.
O quarto de paredes cinzas, está tão quieto quando o timbre da voz,
Que tem na alma tantos gritos sufocados,
Presos a garganta e que não há com quem dividir.
Preciso me acostumar com isso...
A gente chora.
Não tem ninguém olhando,
Quem se importa com isso?
Seja na beirada da cama,
Ou sentada no ônibus,
Em um lugar onde as pessoas se sentam e não se importam.
Seja aqui, ali ou acolá,
A gente chora.
Porque não há nenhum outro alívio que você possa dar a sua alma.
Não há amores, não há amigos.
E o Deus, tão altíssimo, observa como bom professor - em silêncio.
São as ideias, as agonias, os dramas, os traumas, seu mundo.
Resumido a dois filetes de água que não param de correr de seus olhos.
A gente chora.
E por que não haveria de chorar?
Quem te apoiou?
Quem está contigo agora?
Suas escolhas erradas,
Seus passos incertos,
Te trouxeram até aqui.
Menina sem sorte,
Desejou tanto a morte,
Que a própria morte a fez desistir.
Agora são lágrimas.
Correndo em pares,
Em todos os lugares,
Que te viram partir.
Enquanto a gente chora,
O outro comemora,
A alegria de sorrir.
Aprenda de uma vez,
Que tudo o que você fez,
Foi dar o seu tempo,
A quem não retribuiu nada,
Em nenhum momento.
Decisões equivocadas,
Uma vida fracassada,
De quem insiste em tentar.
Um silêncio profundo ao relento,
De quem nunca conheceu a felicidade,
Além de curtos momentos,
E agora se põe a chorar.
De novo, no mesmo lugar,
O coração concorda com a mente,
Cala essa voz da alma,
Esconda tudo o que sente,
Está na hora de partir.

Kelly Christine
  

23 de abr. de 2018

O adeus de um sorriso...


E você me perguntando do meu problema,
Como explicar...
Que o meu problema era você?
As palavras escorregaram pela sua boca.
Você sequer as sentiu.
Mas elas sentenciavam um forçado adeus,
A quem não teria dito nem ao menos “olá”.
Lágrimas correram no mesmo momento,
Não pude segurar,
A primeira desculpa que dei, para esconder meu sofrimento,
E me permitisse chorar.
A vida é mesmo dura,
Me fez lembrar...
De tudo aquilo que eu preferia esquecer.
De noites em claro desejando erroneamente teu sorriso mais perto,
Da confusão que se instalou dentro de mim,
E agora precisava de um veredicto final.
Por que tudo tem que ser sempre assim?
Eu mal vislumbro o começo,
E já tenho que me acostumar com o fim.
Pessoas tão diferentes... tão desiguais,
Mas que eram parecidas nos sentimentos,
Era pelo menos o que eu pensava.
O coração... ah, partido mais uma vez.
Tão frágil, novamente se desfez,
O que eu queria? Meu Deus, o que você queria mulher?
Ser diferente de uma qualquer?
Ser pessoa importante, não dividir com mais ninguém,
Aquele que você não tem?
Ora, ora... quanta hipocrisia,
Faça a gentileza de manter a cabeça cheia, e a alma vazia,
Não deseje mais daquilo que você nunca terá,
Não testemunhe com tristeza a felicidade para o outro chegar,
Sentindo cada fragmento seu.
Acorda mulher! Ele nunca te pertenceu,
Como pode julgar suas decisões?
Vocês entrelaçaram os dedos, não os corações,
Aquieta teus sentimentos... permita-se chorar.
Tire de dentro de si tudo aquilo que está a te magoar,
Entenda de uma vez por todas o que te aconteceu.
Tenha em sua cabeça a claridade do que está a sofrer,
Achou que um carinho qualquer já era seu,
Nunca te disse nada... nem nada te prometeu.
Cometeu de novo o erro, viu mais uma vez seus sonhos, suas ilusões,
Sobrepor as suas emoções.
Recomece mais uma vez,
Não há escolhas além da sensatez,
De quem ouviu a vida inteira, que pertencia ao fracasso,
E todas as suas pequenas conquistas eram fiascos.
Tarde demais para tentar,
Velha demais para continuar,
Escuto aquela voz do além,
Que continua afirmando que eu nunca fui e nunca serei ninguém.
A vida é mesmo assim,
Felicidade não foi feita pra mim,
Ficou perdida no meio daquele sorriso,
Que morreu do adeus dado, quando era preciso.

Kelly Christine




22 de mar. de 2018

Quanto terei que esperar?


E em vários pedaços eu fiquei,
Ali parada, um nó na garganta, um embargo na voz,
Tantos problemas, tantos sonhos,
Onde foi que eu errei dessa vez?
Eu cobrava atenção, eu pedia carinho, eu queria afeto.
Quantas vezes em silêncio eu desejei?
E você me ignorou.
Uma, duas, dez, mil vezes.
Uma frieza no olhar, um semblante desprovido de remorso.
Eu só queria o teu colo amigo,
Mas quando eu precisei,
Quem estava lá?
Quantas vezes você veio até mim?
Quantas vezes me surpreendeu?
Uma mensagem fora de hora, um encontro ao acaso,
Apenas algo que me tirasse do eixo,
Quantas vezes?
Quantas vezes, sem eu precisar correr?
Quantas vezes, sem eu precisar interver?
Em quantos pedaços eu terei que me juntar mais uma vez?
Por quanto tempo eu terei que esperar para ter meu próprio conto de fadas,
Sem me intoxicar pelo que vejo nas redes sociais,
Onde parece que nunca chegarei aquele nível de felicidade que os outros ostentam.
Por quanto tempo terei que esperar,
Pra você segurar minha mão,
Pra me dizer que tudo pode dar errado, mas você estará sempre ali,
Por quanto tempo?
Quando o mundo inteiro me esfaquear,
De muitos lados e várias maneiras,
Por quanto tempo terei que esperar até você vir em meu socorro?
Quanto terei que gritar para você largar tudo e me proteger?
Quando eu perder a fé,
Desacreditar dos sonhos,
Desistir da vida,
Você virá?
Ou vai esperar eu me tornar uma lembrança pequena no seu olhar,
Onde saudade não caberá mais,
Onde você estará?
Quando tudo for silêncio e paz?
As lágrimas que ferem,
O olhar que se despede...
Eu parei de lutar.

Kelly Christine.



21 de jan. de 2018

Próximo Adeus...

Eu era irritante.
Era o barulho que eu fazia ao comer,
Era por falar demais.
Era por pensar demais.
Por ser “fresca demais”.
Nada estava bom.
Escutei isso durante semanas, e delicadamente, sutilmente, tentava reverter a situação.
Em silêncio, eu implorava que isso mudasse,
Estava cansada de tanto desamor.
Eu me podava, ainda mais.
Eu não ouvia uma palavra de afeto, um elogio.
Toda frase era uma piada ou uma agressão verbal ‘de leve’.
Eu pensava: se o amor está nas palavras,
Onde está esse amor agora?
Não me lembro mais o que é ser elogiada por alguém.
Não sei mais o que é me sentir querida, especial, fazer falta.
Me olho no espelho e parece que eu enxergo só aqueles defeitos que ele não cansa de enumerar.
O que sou eu afinal?
Por que insiste em ficar onde nada parece não te satisfazer?
Eu cruzo a cidade inteira para ficar umas horas ao seu lado,
Eu sempre te elogio, sempre te olho como nunca olhei para outro alguém,
Eu expresso meu carinho, sinto saudades, corro atrás,
E apesar de todos os meus defeitos, aos quais não nego a existência,
Dou o melhor de mim,
Entrego meu coração, abro as janelas de par em par.
E você?
Toda vez que eu subo naquele ônibus,
Vejo um olhar de quem se vê livre de uma obrigação,
Todas as noites andando sozinha pelas ruas,
Só Deus guia os meus passos,
Sim, aquele mesmo Deus que você desdenha.
As lágrimas, agora desenfreadas, caem com força pelo rosto,
Destilando no peito as palavras que pesam mortas na garganta,
Não podem ser ditas, pois não farão efeito algum.
Não serão ouvidas, pois não serão compreendidas.
Eu sou irritante,
É o barulho que eu faço ao comer,
É por falar demais,
É por pensar demais,
É por ser fresca demais.
Me explica que amor é esse,
Que não fala o que sente,
Não se elogia,
Não se cuida,
Não se rega?
Que amor é esse que só vê o que o outro tem defeituoso,
Que amor é esse que me obriga a deixar de ser o que sou,
Pra me tornar aquilo que você quer?
No meu pranto silencioso, partilho com a minha alma os pensamentos que me ferem,
Não há amigos para chorar,
Não há um ombro que me console.
E o Único que me mantém de pé,
É aquele mesmo Deus do qual você quer me afastar.
Talvez, eu não queria admitir para mim,
O quão próximo de um adeus eu possa estar.


Kelly Christine

7 de nov. de 2017

Eu preciso de alguém...

Começo esse texto apenas com esse apelo:
Eu preciso de alguém que também precise de mim.
Alguém que sinta saudades,
Que surpreenda, de vez em quando.
Não preciso de milhares de provas, de centenas de presentes,
Uma flor arrancada de um jardim, um bilhete inesperado, uma mensagem fora de hora,
Eu preciso de alguém que também precise de mim.
Que acorde no meio da noite e perceba o quanto eu faço falta,
Que durma abraçado comigo quando eu estiver ao seu lado,
Que goste do meu cheiro, do meu carinho,
Que tenha fotos minhas no seu celular quando eu não estiver por perto.
Eu preciso de alguém que também precise de mim.
Que faça planos comigo, que imagine um futuro inteiro pela frente,
Que me impulsione pra frente, estando ao meu lado,
Que goste de gatos, de cachorros, de viagens, de Netflix.
Eu preciso de alguém que também precise de mim.
Será tão pecado desejar algo assim?
Hoje eu tenho que ficar calada,
Saio de tão longe pra te ver,
Tenho que correr atrás,
Não posso exigir nada, cobrar nada, reclamar de nada, sem diálogo.
E vejo o futuro repetir o passado,
Cansada de ter que mendigar pelo sentimento mais nobre da vida,
Eu preciso de alguém que também precise de mim,
Que não fique dormindo quando eu saio de casa pra vê-lo,
Ou pelo menos, que me convide para dormir também,
Que não tenha preguiça de estar comigo,
Que entenda que certos silêncios se fazem necessários,
Que analise melhor aquilo que fala e que faz.
Eu preciso de alguém que também precise de mim,
Pois ser maltratada, deixada de lado, correr sozinha, cansa.
Porque ser sempre eu a tentar manter essa relação de pé, cansa.
Porque ficar implorando carinho, atenção, amor, cansa.
Porque eu preciso de alguém que precise de mim,
Antes de eu desistir de precisar.


Kelly Christine