20 de jan. de 2014

Um pouquinho mais...

E era assim que eu me via.
Eu achava que merecia só um pouquinho mais.
Um pouquinho mais de carinho, um pouquinho mais de compreensão.
Mas esse pouquinho não significava que eu precisava viver da caridade alheia.
Carinho é dado sem pedir,
Deveria ser recebido da mesma maneira.
Eu sabia que me sujeitava a certas coisas porque ainda tinha esperança.
De que as coisas poderiam mudar.
De que as coisas poderiam voltar a ser como antes.
E eu olhava pra mim.
Olhava bem pra mim...
O que eu via não era tão ruim assim.
Qual era o problema então?
O problema era justamente esse:
O que eu via, não era a mesma coisa que as outras pessoas viam.
Eu não queria ser só aquilo,
Eu queria mais.
Me mantinha em silêncio,
Triste, triste.
Sabia que não podia pedir. Sabia que uma hora ou outra, olhando no fundo dos meus olhos, tudo seria perceptível.
Seria mesmo?
Tanto tempo já se passou.
E eu ali, fiel como um cão. E como um cão, esperando por migalhas de tempo e atenção.
E era assim que eu me via.
Será que eu não merecia mais?
Provavelmente sim.
Mas se merecia mais, não receberia onde estava.
Eu só era interessante quando não havia mais nenhum outro interesse.
As palavras entalavam na garganta.
Triste, triste.
O sorriso que estampa o rosto, só disfarça o que o olhar livremente expressa.
Eu estava no tempo errado, na hora errada, no lugar errado.
Tudo errado...
Toda errada...
Era hora. De ir.
E deixar que a vida se encarregue de limpar as lágrimas e curar as feridas.
Pois eu me via, com todas as imperfeições e toda a capacidade de me superar e sabia:
Mesmo com todos os meus defeitos, eu merecia mais.


Kelly Christine.

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