E era assim que eu me
via.
Eu achava que merecia
só um pouquinho mais.
Um pouquinho mais de
carinho, um pouquinho mais de compreensão.
Mas esse pouquinho
não significava que eu precisava viver da caridade alheia.
Carinho é dado sem
pedir,
Deveria ser recebido
da mesma maneira.
Eu sabia que me
sujeitava a certas coisas porque ainda tinha esperança.
De que as coisas
poderiam mudar.
De que as coisas
poderiam voltar a ser como antes.
E eu olhava pra mim.
Olhava bem pra mim...
O que eu via não era
tão ruim assim.
Qual era o problema então?
O problema era
justamente esse:
O que eu via, não era
a mesma coisa que as outras pessoas viam.
Eu não queria ser só
aquilo,
Eu queria mais.
Me mantinha em
silêncio,
Triste, triste.
Sabia que não podia
pedir. Sabia que uma hora ou outra, olhando no fundo dos meus olhos, tudo seria
perceptível.
Seria mesmo?
Tanto tempo já se
passou.
E eu ali, fiel como
um cão. E como um cão, esperando por migalhas de tempo e atenção.
E era assim que eu me
via.
Será que eu não
merecia mais?
Provavelmente sim.
Mas se merecia mais,
não receberia onde estava.
Eu só era
interessante quando não havia mais nenhum outro interesse.
As palavras entalavam
na garganta.
Triste, triste.
O sorriso que estampa
o rosto, só disfarça o que o olhar livremente expressa.
Eu estava no tempo
errado, na hora errada, no lugar errado.
Tudo errado...
Toda errada...
Era hora. De ir.
E deixar que a vida
se encarregue de limpar as lágrimas e curar as feridas.
Pois eu me via, com
todas as imperfeições e toda a capacidade de me superar e sabia:
Mesmo com todos os
meus defeitos, eu merecia mais.
Kelly Christine.
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