O Silêncio que oprime, é o mesmo que liberta. Estou mais uma vez mergulhada no mar do silêncio da minha alma. O coração assustado, acuado, sozinho, não sabe para que lado seguir, nem aonde ir: queria apenas que um fim de semana mágico virasse uma realidade eterna. Simples não?
Se todos os nossos sonhos se tornassem reais e possíveis, eles perderiam a graça e o brilho assim que virassem rotina. Deixariam de serem sonhos. Mas, e quando nada do que a gente sonha se torna real? Sim, isso sim é desesperador.
Escuto a chuva lá fora. Ela bate na minha janela, um som gélido. De nada parece aquele som que escutei, da mesma chuva batendo nas pedras, libertando o cheiro do mato pelo quarto, dando aquele ar de campo por toda casa. Parece que foi outra vida minha. Parece que nada daquilo foi real.
Quando coloquei os pés no chão onde nasci, pude perceber o quanto de mim havia mudado. O quanto de mim havia crescido. E o quanto de mim voltou para cá: deixei tudo o que mais queria para trás, enquanto trazia meu corpo à tona, de volta a realidade que eu queria simplesmente apagar. É como acordar de um sonho, em meio a um pesadelo real.
O silêncio quer calar minha voz mais uma vez. Se eu deixar ele me dominar, jamais serei feliz novamente. O silêncio é cúmplice da razão, ambos trabalham para tornar as nossas vidas em escala de “preto e branco” e nos fazer deixar de acreditar que as pessoas mudam e são capazes sim de fazer outras felizes. O silêncio dono da razão.
Era um céu tão cheio de estrelas como eu jamais havia visto em outro lugar. Elas brilhavam todas juntas, tão perto dos meus olhos que por várias vezes achei que podia tocá-las. Ele estava do meu lado, absorto na mesma visão que a minha, dividindo aquele momento que, eu jamais poderia imaginar que se tornaria especial, agora longe de tudo isso.
Acabei de receber todas as fotos. É triste você olhar para elas sem saber onde começam os sonhos, e terminam as lembranças. Um nó na garganta fecha minha respiração, consome por dentro as minhas palavras.
Preciso manter o silêncio que salva. Lágrimas rolam pela face, sem que eu tenha tempo de contê-las. Se eu não acalmar o coração agitado, ele simplesmente ficará fraco por bater sem motivação, sem direção, acabará desistindo da jornada. Ainda não estou preparada para deixar esse mundo, apesar da vontade de começar a vida de maneira diferente ser muito convidativa.
Ficarei em silêncio apenas. Para que esse sentimento me abandone com o tempo. Ou me consuma de uma vez. Mas que tome uma posição logo.
Kelly Christine
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente.
Se sentir-se à vontade para isso.