Quando
você vê tantas situações mudando a sua essência, você também não se pergunta:
será que o erro foi realmente meu?
Foi.
Nada
do que eu fale fará diferença agora.
Só
Deus sabe o quanto doeu ler e ouvir tudo aquilo. Uma voz repetida ecoando
dentro da minha cabeça.
O
coração fora do corpo.
Eu
tento segurar um choro preso na minha garganta. Uma luta de grande bravura,
digna de narrativas medievais.
E
eu me defendendo de mim mesma.
Perdi
o sono, perdi a noite.
Perdi
bem mais do que isso, mas agora era uma causa irremediável.
Vejo
por entre meus dedos todas as palavras que tentei dizer,
Todos
os desejos que eu tentei fazer,
Todos
os sentimentos que eu tentei manter.
Tudo
se esvaindo. Um grão de nada, foi tudo o que restou.
E
ainda tenho que manter o papel.
O
sorriso no rosto como se nada estivesse acontecendo.
A
pergunta que alguns fazem “tá tudo bem?” respondida com uma mentira: “sim,
está.”
O
silêncio que se faz cada vez mais presente e cada vez mais frequente.
As
chagas da alma surgem pelo corpo, vez ou outra.
Eu
não as evito mais.
Não
queria terminar a vida sem antes ter realizado os pequenos sonhos que me
levavam ao sorriso fácil.
Mas
não questionarei o destino se ele fizer a gentileza de me tirar de cena para sempre.
Questionar
é algo que não tenho feito mais.
Nem
as pessoas,
Nem
a mim.
Muito
menos a vida.
Tudo
que está acontecendo agora, foi movido por alguma razão.
E
essa razão derivou de uma escolha feita antes.
Questionar
depois da decisão tomada é o mesmo que assoprar depois do arranhão ferido.
Pode
aliviar momentaneamente, mas não muda a dor.
Se
a dor não pode ser mudada, aceite-a. E aprenda a conviver com ela.
Os
olhos refletidos no espelho conotam uma sombra que não via há muito.
Os
sulcos mais profundos, a profundidade do olhar mais triste.
Os
olhos, janelas da alma.
Se
me olhassem bem no fundo, sem a curiosidade, apenas a preocupação, perceberiam
o que há em mim.
Ou
melhor, o que falta em mim.
A
ausência de tudo que se esvaiu, um vazio que nem muitas coisas juntas, mesmo
sem se encaixar, não preenchem.
Eu
não desisti de tudo.
O
tudo desistiu de mim primeiro.
Não
é que eu não queira lutar.
Só
não há mais o porquê da luta.
Eu
e a minha incapacidade de me por no lugar das outras pessoas.
Isso
explica tudo.
Eu
antes fazia as pessoas o que eu queria que elas fizessem por mim.
Percebo
que sempre acreditei fazer o certo. Mas esse certo não era suficiente.
Uma
pessoa pequena pode se sentir grande quando humilha um alguém maior em tamanho.
Eu
só não queria ser essa pessoa maior.
Porque
eu não me lembro de ter feito nada semelhante.
Mas
sim, devo ter feito.
Afinal,
eu não cresci neste aspecto.
Pensando
dessa forma, eu só cresci em um único aspecto.
O
de manter cada vez mais em silêncio.
Quanto
maior for a dor.
Depois
de tantos adjetivos negativos que venho recebendo, tenho procurado mudar minha
postura.
O
que antes fazia as pessoas sorrirem, hoje faz elas pensar.
Toda
a filosofia fala que devemos mudar o que nos incomoda.
Nem
sempre isso é possível, principalmente quando envolve outras pessoas além de você.
De
uma coisa é certa.
Não
responsabilizo o destino pela minha incompetência e pelos meus fracassos.
Só
aceito.
Palavra
de ordem: resignação.
Kelly
Christine
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