Nunca
pensei que minha mente fosse me dar tamanha sentença.
E
o erro era meu.
Não
sinto pena de mim mesma,
Não
questiono valores.
Precisava
de certas mudanças.
Escutei
as palavras mais cortantes que poderia ouvir de alguém a minha vida inteira
ontem.
Não
senti pena de mim. Não vi surgir lágrimas em meu rosto.
Nada
além de conjuras entre minha mente e minha alma.
Por
sua vez meu coração nunca esteve tão calado, e tão resignado.
E
o erro era meu.
Só
quem pode perturbar a minha paz é quem eu permito.
Entre
aceitar a injustiça e lutar pela própria paz,
Escolhi
o caminho que me faz crescer.
A
paz é algo que só herdarei quando morrer.
E
é assim, com todas as pessoas. Porém são poucas que enxergam. A vida é uma
eterna busca pela paz, e enquanto não se travam algumas pequenas e grandes
batalhas internas e externas, não se vive.
Quem
acha que está em paz consigo mesmo se ilude acreditando que isto é vida.
Viver
é movimento e discordância.
Sei
que a vida é curta, sei que em breve estarei chegando a esta paz.
Por
enquanto não tenho pressa. Minhas metas não são ambiciosas, e finalmente me
levarão onde quero ir.
Não
preciso mudar minha personalidade. Preciso mudar o modo como eu vejo as
pessoas.
E
o erro era meu.
Chico
Xavier foi uma das pessoas mais sábias que eu já tive conhecimento e ao qual eu
já li bastante a respeito.
Ele
sempre dizia que nunca devemos retribuir uma dor com outra dor, uma mágoa com
outra.
Dizia
que deveríamos dar as pessoas apenas o que queríamos refletido em nossas
próprias vidas. Do mau, a vida se encarrega de corrigir. E do que comete a
injustiça, nunca pode ser julgado por ninguém além dos olhos de Deus.
Li
muito referente a isso ontem, e há alguns dias. E sobre outras coisas também.
Descobri em mim mesma, respostas que passei a vida inteira tentando encontrar
nas pessoas, e no entanto estavam em mim.
E
o erro era meu.
O
primeiro passo para o crescimento estava em reconhecer as falhas. Eu sei que
tenho muitas, nem menores, nem maiores, mas minhas. Meus defeitos, minhas
correções, reflexões com o mundo.
Pouco
a pouco sinto que isso tudo me fez crescer de alguma maneira.
E
o erro era meu.
Não,
eu não vou me culpar. E nem responsabilizarei ninguém. A parte de assumir um
erro e corrigir uma falha não significa que o mundo precisa pairar sobre minhas
costas.
Senti
durante anos a indiferença, o desamor e até repugnância da minha família.
Sentia muita pena de mim, vivia me lamentando sobre a falta de sorte que eu
tinha.
Entendi
o quanto as pessoas que eu achava que me ajudariam a sair dessa depressão longínqua
se entediavam rapidamente de mim. E não via nada que fizesse sentido.
O
erro era meu.
A
situação de minha casa não mudou. A situação da minha vida pessoal e
profissional também está inalterada.
O
que mudou foi o modo de como eu encaro as pessoas e as coisas.
Passei
anos sendo gentil e amável com gente que não merecia nada de mim, nem mesmo
atenção.
Sou
grata por estas experiências. Me fizeram crescer.
Mostraram
ao meu Mestre Chico que segui, mesmo sem querer, seus ensinamentos e fiz o que
podia.
Mas
ainda não era meu melhor.
E
o erro era meu.
Era
tempo de deixar de lado os temores e mergulhar profundamente em mim. Em busca
de conhecimento e reflexão.
Sim,
eu posso fazer melhor. Pensava em dividir a vida, os problemas, as indecisões,
os medos, os acertos, os livros com alguém.
Estava
errada. E o erro era meu.
Eu
preciso sempre das pessoas. Talvez não hoje, ou amanhã, mas precisarei
eventualmente.
Mas
eu aprendi a lição. Antes de precisar de outros, eu preciso de mim.
Ontem,
hoje e sempre.
Sei
que há dias que parece que nada dá certo. As emoções estão bagunçadas, e tudo
que queremos é um pouco de colo para um choro contido e um pouco de atenção
para esses terrores se dissiparem.
Todas
as filosofias e religiões pregam que é sempre bom ter pessoas que te fazem bem
por perto.
Mas
você jamais atrairá pessoas assim para você, se não se regozijar-se em si mesmo
antes.
Um
apoio, um ombro um colo. De vez em quando, não sempre.
E
esse erro foi meu.
Não
dependa de ninguém além de si mesmo. Entre precisar e depender existe um grande
penhasco. Respeite a diferença para poder entender como funciona e ver que dá
certo.
Olharei
para minha postura com mais atenção. Velarei por mim com mais cuidado. Antes de
permitir que outra pessoa faça isso comigo.
Agradeço
aquelas palavras duras que ouvi, ecoando dentro da minha mente. Horas e horas,
meditando, refletindo. Sim, foram de serventia. Me deram uma dura lição, que me
impôs a condição de nunca mais confiar plenamente em alguém.
Não
guardo rancores e nem mágoas. Não sou vingativa, não vou beber o veneno
esperando que o outro morra. A vida se encarrega de dar lições, tardias ou não,
para todos, sem exceções. Foi assim comigo.
Não
ouvirá as mesmas lamentações, dia após dia, desse alguém doente. A cura para
minha doença não estava nos sentimentos, nem nas pessoas, estava em mim.
E
eu era forte o suficiente para enfrentar isso. Eu tinha o grão de fé. A vida
tinha me feito rastejar durante muito tempo. Era hora de levantar e olhar em
alguma direção.
Se
haverá alguém ao meu lado para dividir esse olhar, deixarei o destino se
encarregar disso.
Não
falo nada mais sobre o que é precioso para mim. Será preciso bem mais do que
simples curiosidade para se descobrir.
E
o erro desta vez não é meu.
Kelly
Christine.
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