19 de fev. de 2011

Money, Money, Dinheiro, Dinheiro...

Eu olhava pela janela, vendo o mundo lá fora já sem esperanças. Depois de planilhar todos os custos mensais, despesas, empréstimos, faturas, e tudo mais, vi que minhas dívidas superavam o que eu ganhava 02(duas) vezes mais. Aquilo me desesperou. Eu chorava, chorava. Por que as coisas tinham voltado àquele inferno? Eu não sabia. Sabia que a minha sede de conseguir uma oportunidade melhor fez com que eu trocasse de emprego 03(três) vezes no mesmo ano, e isso não fez nada bem para as minhas dívidas fixas, e para o meu bolso. Sentia-me sozinha. Eu estava travando uma batalha que parecia que não tinha fim: tentava ganhar mais, comprar minha casa, sair daquele inferno. Porém tinha mais coisas pra pagar, que surgiam vai saber Deus de onde: juros sobre juros, renegociações que simplesmente foram um fiasco. Era o maldito dinheiro dominando a vida capitalista das pessoas.
Dinheiro. Parecia que quanto mais eu odiava esse objeto de desejo de 10 entre 10 pessoas, mais ele se escondia de mim. Eu, como todas as pessoas na terra, preciso de dinheiro: comer, morar, vestir, etc. Mas quanto mais eu preciso, menos eu tenho. Eu não tenho dinheiro e o odeio. Imagine se eu o tivesse: com certeza ainda o odiaria. Vejo como somos reféns desse papel que, ao mesmo tempo em que ajuda, destrói vidas, nos escraviza, nos cega. Papo comunista? Talvez. Falo sempre para os meus amigos mais próximos que eu em outra vida fui perseguida e assassinada nos porões da ditadura: eu protestava mesmo, e era contra a repressão e a desigualdade. Ainda sou meio anarquista, isso é algo que carrego no sangue. Da onde vem eu não sei, só sei que o que eu puder fazer para fugir à regra eu farei.
Dinheiro: sim, precisamos dele, em 98% dos casos não sobreviveríamos sem ele, porém, eu penso que esses 2% que vivem sem o conhecimento do dinheiro, são bem mais felizes. Porque jamais matariam ou humilhariam um  semelhante em nome de um papel que equivale apenas a um bem material, não compra uma vida. Quando os humanos tão apaixonados por materialismo forem surpreendidos pela escassez do papel que eles tanto precisam, o que farão? Mais papel moeda? Sim. É um circulo vicioso que nunca terá fim.
Um dia iremos todos ao pó. A única certeza que temos na vida é a morte. Nesse dia, quero carregar comigo as lembranças, o conhecimento e o amor que aprendi e ganhei durante os anos de minha jornada. O resto será disputado à tapa por quem fica nesse mundo doente.

Kelly Christine.

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