Minha vida = um restaurante. Meus sonhos = pratos. Problemas = música. Ontem eu me senti assim: há momentos que penso que os meus sonhos são como os pratos brancos num restaurante grego – somente quebrados conseguem alegrar alguém. Por que quando estamos frustrados, tristes, decepcionados com tudo, sempre existe uma pessoa para nos deixar ainda pior?
Eu discutia com a parede praticamente. Ele me ouvia calado, prestes a sair dali a qualquer momento. Nosso menino entrava e saia do quarto a todo o momento, me vendo em lágrimas ele ficava triste também, na sua inocência queria me ajudar. Eu também queria ajuda. Eu também precisava de ajuda, no entanto, a única pessoa que podia me ajudar estava ali, de braços cruzados, não sabendo nem que caminho tomar, nem o que fazer, se iria embora ou se queria ficar.
Gritava, batia o pé, eu queria chamar a atenção de alguma maneira, estava surtando. Meu Deus, por que as coisas comigo tem que ser mais difíceis? Não sei. Só sei que ele esta a ponto de explodir e eu de me calar para sempre.
Tomei uma ducha gelada, me forcei a me acalmar. Problemas financeiros, emocionais, familiares, eu não agüentava mais essa rotina da minha vida de “casa para o trabalho” e “do trabalho para casa”. A partir do momento que eu tive um filho, eu tive que me privar de toda minha liberdade, amigos e diversão. Me privei de tudo. Hoje com ele crescido, percebo o quanto eu perdi, sofri calada, me isolei. Ninguém me visita, me liga, sabe se eu estou viva ou morta. Ninguém se lembra sequer que existo. NINGUÉM. Culpa deles? De maneira alguma. Culpa minha por ter sido tão imatura e por ter tomado tantas decisões erradas ao longo dos anos a fio. Há como reverter isso? Sinceramente não sei. Quem passa na pele o desafio de ser mãe solteira sem o apoio da família sabe do que eu estou falando.
A dança no restaurante continua. Enquanto houverem pratos para serem quebrados, a música não vai parar...
Kelly Christine
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