29 de mai. de 2013

Tão Idiota...

Tão idiota eu sou...
Acreditando que as coisas que eu imagino podem, de fato, acontecerem.
Acreditando que os sonhos podem se realizar, sem se perderem.
Tendo esperança em causas perdidas,
Tendo uma fé não correspondida.
Me pergunto até quando pretendo me machucar assim?
Tão idiota eu sou...
Fazendo o que posso pelas pessoas, sabendo que tudo ficará sem agradecimento,
Sabendo que eu agora preciso tanto de ajuda e conto somente com o meu silêncio,
Uma sobre outra dor que não quer se curar.
Tentava caminhar por esse mundo inteiro,
Amar a mesma pessoa de janeiro a janeiro,
A única coisa que permaneceu, solidão.
Um silêncio invadindo sem temores meu coração,
Sem nada a receber, sempre pronta a me doar.
E o amor se mantém firme, onde precisa estar,
Um sentimento que mal cabe no corpo, facilmente decifrado no olhar,
Na ponta de meus dedos, o carinho que o coração tão sinceramente te ofereceu,
Desejando silenciosamente ser alguém que para sempre te pertenceu,
Mas nos meus olhos, nada viu, ou fingiu não enxergar,
Sem nenhuma palavra dita, eu estava ali a implorar,
Por algo que o destino, há muito tempo me disse não,
Entreguei para alguém meu coração,
Que me devolveu sem pensar,
Não, não podia me amar,
Ah, tão idiota eu sou,
Pensando dia após dia no que ficou,
Me pego sozinha a suspirar,
Não adianta do destino algo esperar,
Mas eu ainda acredito, nunca deixei de acreditar,
E mesmo relutante, uma pequena esperança permanece a resistir,
Aquela que, com lágrimas nos olhos, me obriga a sorrir,
Mesmo sabendo da história, este fim aconteceu,
Um coração tão idiota... É esse meu.


Kelly Christine

24 de mai. de 2013

Minhas Músicas Preciosas...[Bonus Track]


Certas músicas dispensam explicações.


Toda rosa tem seus espinhos 
Nós dois deitados em silêncio
No calor da noite
Embora estejamos deitados juntos
Nós sentimos quilômetros de distância dentro de nós

Foi alguma coisa que eu disse ou que eu fiz
Minhas palavras não soaram corretas?
Embora eu tenha tentado não te machucar
Embora eu tenha tentado
Mas eu acho que a razão deles falarem que

Toda rosa tem seus espinhos
Como toda noite tem sua madrugada
Como todo cowboy canta sua triste, triste canção,
Toda rosa tem seus espinhos...

Embora seja pouco tempo agora
Eu ainda posso sentir muita dor
Como uma faca que te corta
A ferida sara, mas a cicatriz, a cicatriz permanece.

Eu sei que eu poderia salvar nosso amor aquela noite,
Se eu soubesse o que dizer.
Ao invés de fazer amor
Nós dois fizemos nossos caminhos separados

Agora eu ouço que você achou alguém novo
E que eu nunca signifiquei muito pra você
Ouvir aquilo me rasga por dentro
E ver você me corta como uma faca

Toda rosa tem seus espinhos
Como toda noite tem sua madrugada
Como todo cowboy canta sua triste, triste canção,
Toda rosa tem seus espinhos...
Toda rosa tem seus espinhos...


23 de mai. de 2013

Minhas Músicas Preciosas...[24]


Eu pensei que era só comigo.
Nunca é.
As músicas são universais e eternas. Podem expressar as emoções de qualquer um, desde que esse se identifique com a letra, com a melodia.
As músicas que falam por você.
Eu tentei. E eu sempre tento.
Infelizmente entre o tentar e o conseguir existe um largo abismo.
Sempre assim. Sempre assim.
Eu me tornei um poço de sentimentos que não tem utilidade nenhuma a não ser me ferir.
Não servem para os outros,
Não encantam ninguém.
O coração não escolhe quem ama.
Simplesmente ama.
Onde está o universo que conspira em favor de quem vai atrás do que se quer?
Onde está a força que movimenta o mundo, e não deixam nossos sonhos morrerem?
Enquanto eu me declarava que amava de janeiro a janeiro, ouvia que nada adiantaria.
E é isso.
Tenho que engolir em silêncio.
Tenho que aceitar.
Por quê?
Por que sempre assim?
Sempre acreditei que quem se desentende, estava tentando se encaixar de alguma forma.
Eu sempre acredito em um monte de coisas que não servem de nada.
Por burrice?
Eu achava que era fé.
Eu mesma me tornei alguém sem utilidade alguma.
Um poço de sentimentos que ninguém quer.
Não sei nem o que fazer.
Já que eu não posso chorar.
Minhas músicas preciosas deste mês, diz que o mundo vai acabar,
Mas eu continuarei amando. De janeiro a janeiro.
Mesmo não tendo utilidade pra ninguém.
Ainda são meus sentimentos.
Só meus. Rejeitados mais uma vez.

Eu não posso chorar.

21 de mai. de 2013

Sonhos Despedaçados...


Os meus sonhos estão cercados... por arames farpados...

Foi esses dias.
Fui no casamento de um colega do trabalho, com outros colegas também.
Durante a cerimônia, foi como se as portas da realidade batessem na minha cara, de par em par.
Por muitos e muitos anos eu sonhava com aquilo. Lutei desenfreadamente para fazer com que tudo acontecesse, lutei para dividir minha vida, meus sonhos, meus problemas com alguém, queria ser entregue pelo meu pai ao braço direito de um homem que seria meu amigo, companheiro, amante, por toda minha vida.
Sim aquilo tudo aconteceu naquela noite.
Mas não foi comigo.
E jamais aconteceria.
As lágrimas desciam de par em par, sem controle.
Os colegas riram de minha postura, afinal, tão normal chorar em casamentos, mas no meu caso, chegara a ser copioso, afinal existiam outros motivos além da emoção.
Tantas lembranças em sonhos destruídos, retratados em um momento que não me pertencia.
Tantos desejos de realizar tudo isso com alguém impossível. Mas não.
Eu estava ali sozinha. Eu estava ali, eu, minhas lágrimas, e os sonhos frustrados de alguém que jamais viria isso acontecer.
Não, não era por falta de luta. Nem de tentativas, nem nada disso.
Eu lutei e o tempo passou. E esse tempo que passou jamais voltaria novamente para que eu tentasse mais uma vez.
Os anos não foram generosos e nem suaves para ninguém.
Me deixaram dolorosamente no limiar de tudo o que desejava.
Não era como simplesmente ter pena de mim, ou coisa semelhante.
Parecia que o meu destino estava me mostrando que eu não tinha sido destinada a permanecer em tudo o que eu sonhei.
O que quero?
O que ninguém pode me dar de volta.
Os anos que eu perdi, lutando por uma causa igualmente perdida.
Lágrimas vermelhas que saltam aos olhos.
Estou sozinha mais uma vez. Isso não é algo que eu desejei, mas não adianta me lamentar.
Renato Russo já dizia: queria ter alguém pra conversar, que não usasse o que eu digo contra mim depois.
As palavras chegam mais uma vez pelas mensagens.
Medito sobre elas mais uma vez.
Situações tão diversas, o mesmo sentimento de impotência.
Sei de todo aquele discurso heroico, sobre caráter e problemas que moldam a personalidade de cada um.
Eu sei de tudo isso.
Eu quero continuar lutar, por mais frustrante que isso possa parecer.
Mas o tempo impiedoso está passando. E o tempo não volta.
Sofro num silêncio amargo de saber que terei que ser sombra dos sonhos alheios, já que os meus mesmos não podem mais acontecer.
Sou velha demais pra isso.
A vida me contrariou em tudo o que sempre acreditei.
Os sonhos não chegam, mesmo depois de você tentar, insistir e não desistir.
O tempo não espera você realizar o que quer. Ele te enfraquecerá, envelhecerá e depois te deixará com vergonha de continuar tentando conseguir coisas consideradas “ridículas” pra sua idade.
Por que me importar com que os outros pensam ou dizem na sociedade?
Porque infelizmente ainda faço parte dessa sociedade ridícula que exige padrões.
Porque tenho um filho, que gostaria que não se envergonhasse de mim.
O que eu quero?
Uma família Chester Perdigão.
Um Natal dos meus sonhos e conversas corriqueiras na soleira da porta.
Sorrir sem motivos. Chorar de felicidade.
Ver o tempo correr devagar, não assistindo a vida passar, mas vivendo cada segundo dela e saboreando dividir isso tudo com o mesmo olhar.
O olhar que me tomou do braço esquerdo do meu pai.
No impossível não existe concorrência. Por isso ninguém nunca chegou até lá.
E é justamente para onde todos os caminhos da minha vida querem me mandar.
Uma lágrima cai manchando o papel mais uma vez.
Resignação.

Kelly Christine

16 de mai. de 2013

Nostálgica Melancolia.


Parece que foi ontem.
Aqueles problemas que eram tão grandes e tão insolúveis se tornaram tão pequenos, e tão passíveis de resolução.
Ainda existiam amigos, poucos, mas existiam.
Ainda existia uma fé na vida, pessoas que se importavam, música boa, motivos pra seguir.
Eu era demasiadamente apaixonada pelas pessoas. Fazia qualquer coisa por amor, ele sempre gritava mais alto, não tão diferente de hoje, porém era bem mais imprudente.
Eram tempos de paz.
Eu ainda tinha uma família. Precária, com problemas menores do que os de hoje, mais ainda assim, era uma família.
Responsável, a idade não era bem uma desculpa, mas eu sempre procurei ser ajustada do modo mais pragmático possível.
Claro que existiram os conflitos.
Lógico que houveram lágrimas.
A vida era um eterno frenesi de muitas coisas juntas, muitas sensações reais e pouco virtualismo. O contato das pessoas era mais pessoal, por pior que fossem estes.
Foram tempos bons. Que acabaram.
Deixaram lições, inspiraram poemas e canções.
Saudades? Talvez alguma.
Vontade de voltar no tempo? Talvez para corrigir certas coisas.
Para viver de novo, um momento ou outro.
Voltar tudo de vez? Não.
O conjunto de todos os erros que cometi naquele passado, são os mesmos que fundamentaram o meu caráter de hoje.
Cometo muitos erros ainda, mas tenho muito orgulho de ter passado pelo que passei.
As cicatrizes são provas de que eu sobrevivi a tempos difíceis.
Nostalgia.
Me vejo nos tempos de colégio, onde todas as preocupações eram voltadas a prova do dia seguinte, ou ter que parecer menos ‘nerd’ para o bonitinho de olhos castanhos da sala ao lado.
Tudo tão diferente e ao mesmo tempo tudo tão igual.
 Continuo tentando agradar as pessoas, que não perdem um único minuto de seu tempo comigo.
Priorizo quem me tem por opcional.
Enquanto tiver coisas e funções úteis, ainda tenho o interesse de quem nada mais tem, além disso.
Tem coisas que não mudam.
A principal delas foi a essência.
Mais uma noite mal dormida de pesadelos reais que tenho vivido nos últimos meses.
A sensação de que algo lá atrás ficou por resolver, algo que poderia me transformar por completo.
O despertador toca. Hora de sair do tempestuoso mundo dos sonhos e vivenciar a triste realidade diária, com toda sua mesquinhez, ódio e rancor.
Trabalho, torpor, trabalho.
Uma nostalgia que invadiu o coração de vontade de viver uma vez mais uma vez todo aquele frenesi.

Solidão.

Kelly Christine

13 de mai. de 2013

Aquilo que não posso mudar...


Sinto saudades de tempos que não voltam mais,
De coisas que ficaram para trás,
E a vida não é piedosa para trazer de volta.

O carinho da família não é meu,
O amor que não sobreviveu,
A tantas idas e tantas revoltas.

Escrevo porque não vejo saída,
Desabafo na minha poesia,
Quem não vê esperanças no cair da noite,
E nem no nascer do dia.

Sozinha permaneço,
Envolta na minha própria escuridão,
Dores sofridas em silêncio, não esqueço,
O vazio sem sentido do meu coração.

O olhar que nada espera,
Encara o amanhã sem saber ir ou voltar
As feridas que não regeneram,
Não querem mais se curar.

O mundo continua girando,
Não importa o quanto eu grite ou não.
E quantos gritos cabem no silêncio?
Quantas lágrimas em vão?

Não questiono, não argumento,
Aceito, pois o meu destino é o de aceitar,
Aquilo que machuca, frio, agourento,
Aquilo que não posso mudar.

Eu acreditei nos meus instantes,
Com a fé que tudo iria acabar,
A felicidade sonhada e agora tão distante,
Mostra porque não lutar

O sonho partido,
O coração ferido,
Não existe consolo
Não há um amigo
Que me dê o ombro
E me diga que como eu não há ninguém,
Que permanecerá comigo
Que vai ficar tudo bem.

E o destino escreveu assim,
O amor se corrompeu,
Meu desejo mais bonito teve um fim
Um sonho que era só meu.

A poesia acabou,
Um caminho que foi feito ao andar.
O sentimento bonito obrigado a ir embora,
Quando o que mais queria era ficar.

Kelly Christine

11 de mai. de 2013

Condenada a própria sorte.


A verdade é que todo mundo tem vergonha do que eu sou.
Antes eu não me importava com isso.
Hoje tudo está tão evidente, que fica difícil não ligar.
Eu não sou a namorada que você apresentaria aos seus amigos.
Eu não sou o exemplo de amiga que você apresentaria aos seus pais.
Eu não sou a mãe que orgulharia seus professores.
A verdade é essa.
Eu não sou um exemplo. Pra ninguém.
Eu não sou algo pra se orgulhar, ou manter ao lado,
Mas os meus sentimentos são dignos de confiança, pode acreditar!
Eu posso ter atitudes estranhas, posso me vestir mal, ter maus hábitos,
Mas o meu coração é a única coisa que eu orgulho de dizer que jamais mudaria, e é tão bonito.
É o melhor que eu tenho em mim. É a única coisa que tenho de meu a oferecer.
Mas ninguém quer conhece-lo. Ninguém consegue chegar até ele.
Esbarram no julgamento alheio, aquele que me define pelo que vê, não pelo que sou. Não pelo que sinto.
Ei, eu sou uma pessoa que sorri tanto. Por que não me deixa sorrir com você?
Sou alguém que ama incondicionalmente. Por que não me deixa te amar?
Sou alguém que confia de olhos fechados e guardo segredos sem traições. Por que não confia em mim?
Porque existem pessoas que acham que sabem tudo ao meu respeito só olhando para o meu rosto.
E esquecem completamente de me olhar onde até poderiam conseguir respostas: no fundo dos meus olhos.
Boatos, mentiras, julgamentos.
Eu fui condenada pela sociedade doente antes mesmo de cometer o delito.
Enquanto eu continuo abrindo mão do ar que eu respiro por alguém,
Que não abre mão nem dos cinco minutos a mais de sono que pode dormir.
Vi minha vida se desfazendo de novo.
E eu chorando de novo.
Eu disse que nunca mais iria reclamar ou questionar.
A pergunta, a única que fica na minha cabeça é:
O que foi que eu fiz para pessoas diferentes me odiarem de maneira tão igual?
Ser eu mesmo tem me custado tão caro,
Não posso me tornar o que eles querem.
Eles não me aceitam da maneira que sou.
Vamos lá, amanhã é outro dia.
Sei o que irá mudar.
Lá vem ela mais uma vez, a única que fica ao meu lado quando todo o mundo passa a ruir.

Solidão.

Kelly Christine

9 de mai. de 2013

Um dia de cada vez...


Será que realmente importa?
Eu não digo mais como me sinto.
Não vejo mais necessidade de ficar me expressando a ninguém.
Só porque não falo não quer dizer que eu não sinta.
Sinto. Sinto um mar de coisas que não posso colocar em palavras.
Simplesmente não posso mais. Questionei tanto, perdi pessoas, perdi sentimentos.
Hoje não faço mais isso, mesmo assim...
Mais uma vez, as palavras duras me encontraram, apesar de eu as ter evitado durante todo período que eu pude.
Via meus sentimentos mais profundos, protegidos por uma casca espessa que eu mesma fui obrigada a erguer, sendo corrompidos mais uma vez. Sentia as lágrimas queimando para sair, e a minha resistência lutando o mais arduamente que o meu silêncio podia permitir.
Não, eu não podia chorar.
Senti grande orgulho de mim. Eu tinha me vencido, mais uma vez.
As pessoas sensíveis sofrem demasiadamente. E precisam ser protegidas constantemente.
Mas quem faria isso por mim além de eu mesma?
Queria sim a sorte de um amor tranquilo, como dizia Cazuza. Mas o nosso coração não escolhe quem amar, ele ama, independente de.
A importância que eu não possuo, é a que eu dou.
Só o meu silêncio foi testemunha, das lágrimas dentro do aparente sorriso.
Será que realmente importa?
Se importar, eu jamais vou saber.
Não vou reclamar, não vou questionar mais uma vez.
Eu aprendi a aceitar as coisas do jeito que são.
Mudo o que não posso aceitar. Aceito o que não posso mudar.
Tem funcionado assim.
O que quero do meu futuro?
Que Deus continue me dando resistência e alimentando a minha fé,
Para continuar vivendo... Um dia de cada vez.

Kelly Christine

3 de mai. de 2013

Ninguém Mais...


Texto escrito sob uma forte chuva, há algum tempo...

Por mais que eu tente, aquelas palavras ainda ecoam na minha mente.
Não dá pra não lembrar, de algo que não dá pra esquecer.
Sinto a dor sozinha, só eu posso dividir esses pensamentos.
Tantas verdades e tantos erros meus estampados na franqueza da atitude colérica que me levaram até aqui.
E quantos gritos cabem no silêncio?
Mantenho a postura que a vida impõe.
Finjo a força que eu não tenho.
Estampo no rosto o sorriso de uma felicidade que não sinto.
Vejo as mudanças acontecerem gradualmente e atropelando tudo o que eu até então acreditava ser o certo.
Preciso mudar. Não porque quero apenas, mas porque preciso.
Meu castelo de vidro despedaçando. Só eu posso me sustentar agora.
Não me dou o direito de chorar, de pedir, de cair.
Não posso mais.
Claro que fraquejo, quem é a pessoa que também não sente as forças sumirem quando parece que o mundo quer despencar em torno de si?
Não posso mais.
As lágrimas correm de par em par pelo rosto.
Seco com raiva. Não posso mais.
O último estágio da dor humana.
Engulo em seco, eu preciso continuar, mesmo que seja na marra.
Se for para caminhar no vidro até os pés sangrarem, que seja.
Em nenhum momento eu vou deixar a dor transparecer mais uma vez.
O mundo pode estar desabando, e o meu eu ruindo por dentro.
Por que me sentir injustiçada se existem + 7 bilhões de pessoas que também são?
Por que se sentir especial, se simplesmente não sou nada, além de mais uma?
Não posso mais.
Quem tem que cuidar de mim, sou eu. Quem tem que abraçar o travesseiro, e se sustentar nas próprias forças, sobre as próprias pernas. Sou eu.
Doeu. E quanta coisa ainda dói em mim? Quanta coisa que não me permito falar, chorar, sofrer.
Aprendi a simplesmente aceitar.  Me adaptei ao silêncio ponderado que tudo responde com mais serventia e menos acusações.
Os amigos, nunca foram amigos.
Eu parei de gerar expectativas.
Parei de crer em coisas que antes, para mim, faziam todo sentido, eram possíveis, e hoje, dariam bons filmes. Nada mais.
Escrevo. Que as letras levem para longe o que me faz assim.
Um amigo, o único em que confio, me disse entre uma frase e outra:
- O que você faz com você mesma? Está morrendo em silêncio por dentro.
Então que seja assim. Uma morte lenta e silenciosa. O que sobrar de mim será forte o suficiente para prosseguir na selva de concreto e aço.
Não serei o girassol que chama a atenção e está sempre voltado ao sol.
Serei a pequena e delicada flor que insiste em crescer entre os muros. Discreta e forte. Como deve ser.
Os sentimentos? Estes ficam na raiz.
Me sustentam, porém ninguém mais ouvirá falar sobre eles.
Protegidos no escuro da terra, onde o bravo poderia encontra-lo, mas o valente não o quer.
Deixe-o onde está.
Não posso mais.
Suas palavras foram capazes de mudar o que eu achava mais bonito em mim.
Que o silêncio seja testemunha disso tudo.
E ninguém mais.

Kelly Christine