Parece que foi ontem.
Aqueles problemas que
eram tão grandes e tão insolúveis se tornaram tão pequenos, e tão passíveis de
resolução.
Ainda existiam
amigos, poucos, mas existiam.
Ainda existia uma fé
na vida, pessoas que se importavam, música boa, motivos pra seguir.
Eu era demasiadamente
apaixonada pelas pessoas. Fazia qualquer coisa por amor, ele sempre gritava
mais alto, não tão diferente de hoje, porém era bem mais imprudente.
Eram tempos de paz.
Eu ainda tinha uma
família. Precária, com problemas menores do que os de hoje, mais ainda assim,
era uma família.
Responsável, a idade
não era bem uma desculpa, mas eu sempre procurei ser ajustada do modo mais pragmático
possível.
Claro que existiram
os conflitos.
Lógico que houveram
lágrimas.
A vida era um eterno
frenesi de muitas coisas juntas, muitas sensações reais e pouco virtualismo. O
contato das pessoas era mais pessoal, por pior que fossem estes.
Foram tempos bons.
Que acabaram.
Deixaram lições,
inspiraram poemas e canções.
Saudades? Talvez
alguma.
Vontade de voltar no
tempo? Talvez para corrigir certas coisas.
Para viver de novo,
um momento ou outro.
Voltar tudo de vez?
Não.
O conjunto de todos
os erros que cometi naquele passado, são os mesmos que fundamentaram o meu caráter
de hoje.
Cometo muitos erros
ainda, mas tenho muito orgulho de ter passado pelo que passei.
As cicatrizes são
provas de que eu sobrevivi a tempos difíceis.
Nostalgia.
Me vejo nos tempos de
colégio, onde todas as preocupações eram voltadas a prova do dia seguinte, ou
ter que parecer menos ‘nerd’ para o bonitinho de olhos castanhos da sala ao
lado.
Tudo tão diferente e
ao mesmo tempo tudo tão igual.
Continuo tentando agradar as pessoas, que não
perdem um único minuto de seu tempo comigo.
Priorizo quem me tem
por opcional.
Enquanto tiver coisas
e funções úteis, ainda tenho o interesse de quem nada mais tem, além disso.
Tem coisas que não
mudam.
A principal delas foi
a essência.
Mais uma noite mal
dormida de pesadelos reais que tenho vivido nos últimos meses.
A sensação de que
algo lá atrás ficou por resolver, algo que poderia me transformar por completo.
O despertador toca.
Hora de sair do tempestuoso mundo dos sonhos e vivenciar a triste realidade
diária, com toda sua mesquinhez, ódio e rancor.
Trabalho, torpor,
trabalho.
Uma nostalgia que
invadiu o coração de vontade de viver uma vez mais uma vez todo aquele frenesi.
Solidão.
Kelly Christine
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