19 de out. de 2012

A Pequena Ilha.


Hoje eu acordei tão carente. Me sentindo desamparada, querendo o colo de família, aquele abraço sem perguntas, aquele sorriso de que apesar de tantas tempestades, te dá a certeza que tudo vai ficar bem. Eu não me lembro, em todos esses anos, de alguma vez isso ter acontecido comigo, para bem da verdade, isso nunca aconteceu com exceção de alguns poucos amigos, o que ajuda, mas não é definitivamente a mesma coisa.
Tantas dúvidas, tantos questionamentos, cercada por um mar de problemas e vendo a pequena ilha da minha vida perdendo diariamente uma faixa de areia. Eu me sinto desaparecer, pouco a pouco, pedaço a pedaço, sem ter onde me apoiar, sem ter em quem acreditar. Me ver assim, sozinha, querendo conversar e tendo o silêncio como companheiro é tão frustrante. Por que quando me vejo acuada feito um animal prestes a ser abatido, após uma longa e cansativa caçada, quero buscar forças onde jamais houve amor?
Eu escrevo, para não perder o pouco da sanidade que me resta. Convivo diariamente com gente hipócrita, dissimulada, cruel, orgulhosa, vingativa. Pessoas que esqueceram como sorrir, como podemos ser felizes, sendo apenas nós mesmos. Por que tão difícil? Por que preferir um caminho onde se trilha um caminho de tristezas e espinhos, ao invés de ver o sol de uma maneira mais humilde? Eu não preciso ser o topo da cadeia alimentar, quero apenas que as pessoas me tratem com o mínimo que a humanidade precisa para se tornar digna: respeito e justiça.
Eu resolvo os problemas das outras pessoas. Eu suporto suas dores, eu tento segurar na mão delas e guiá-las para onde acho correto. Eu tento fazer, eu tento acontecer para que tudo ao redor delas não desmorone. Mas e quem segura o meu mundo? Quem não irá permitir que a pequena ilha não desapareça nesse oceano de incertezas e dor?
Mergulhando no submundo de Hades, sem esperança de que algum Hércules me traga de volta.
Aceitar o destino. É o primeiro passo para perceber que você chegou no limite da sua fé.

Kelly Christine

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