Hoje
eu acordei tão carente. Me sentindo desamparada, querendo o colo de família,
aquele abraço sem perguntas, aquele sorriso de que apesar de tantas
tempestades, te dá a certeza que tudo vai ficar bem. Eu não me lembro, em todos
esses anos, de alguma vez isso ter acontecido comigo, para bem da verdade, isso
nunca aconteceu com exceção de alguns poucos amigos, o que ajuda, mas não é
definitivamente a mesma coisa.
Tantas
dúvidas, tantos questionamentos, cercada por um mar de problemas e vendo a
pequena ilha da minha vida perdendo diariamente uma faixa de areia. Eu me sinto
desaparecer, pouco a pouco, pedaço a pedaço, sem ter onde me apoiar, sem ter em
quem acreditar. Me ver assim, sozinha, querendo conversar e tendo o silêncio
como companheiro é tão frustrante. Por que quando me vejo acuada feito um
animal prestes a ser abatido, após uma longa e cansativa caçada, quero buscar
forças onde jamais houve amor?
Eu
escrevo, para não perder o pouco da sanidade que me resta. Convivo diariamente
com gente hipócrita, dissimulada, cruel, orgulhosa, vingativa. Pessoas que
esqueceram como sorrir, como podemos ser felizes, sendo apenas nós mesmos. Por
que tão difícil? Por que preferir um caminho onde se trilha um caminho de
tristezas e espinhos, ao invés de ver o sol de uma maneira mais humilde? Eu não
preciso ser o topo da cadeia alimentar, quero apenas que as pessoas me tratem
com o mínimo que a humanidade precisa para se tornar digna: respeito e justiça.
Eu
resolvo os problemas das outras pessoas. Eu suporto suas dores, eu tento
segurar na mão delas e guiá-las para onde acho correto. Eu tento fazer, eu
tento acontecer para que tudo ao redor delas não desmorone. Mas e quem segura o
meu mundo? Quem não irá permitir que a pequena ilha não desapareça nesse oceano
de incertezas e dor?
Mergulhando
no submundo de Hades, sem esperança de que algum Hércules me traga de volta.
Aceitar
o destino. É o primeiro passo para perceber que você chegou no limite da sua
fé.
Kelly
Christine
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