O engraçado é que eu
sempre penso que fui eu que fiz algo errado.
Sempre me analisando,
cobrando, colocando defeitos.
Erros que nem sempre
são meus, me condenando por palavras que nem eu mesmo disse.
Onde está tudo o que
desejei?
Eu me permiti, me dei
uma chance. Mais uma chance, sempre perdoando as falhas que não eram minhas,
sempre me condenando pelas falhas que eu achava que eram minhas.
Me sinto uma espécie
de bengala.
Útil quando não se
tem apoio, caminha sempre ao seu lado, não faz perguntas, não questiona.
Quando não precisa do
uso dela, encosta no canto. Quieta, sem argumentos.
Mas aí vem a dor nas articulações
novamente.
É hora de tirar a
bengala do canto mais uma vez.
A dor passa, e é para
o canto esquecido de algum lugar que a bengala vai.
E assim a vida segue,
sem novidades.
Preferir a companhia
da solidão deve ser excelente alternativa para quem passou a vida toda em
silêncio.
Eu antes tinha pavor
de ficar sozinha. Era o meu único e principal medo, meu fantasma de toda vida.
Hoje, a solidão não
me assusta mais. Porque não existe nada mais doloroso do que se sentir só ao
lado de alguém.
Alguém que você faz
de tudo, todos os dias, para se manter do lado de dentro.
Alguém que faz de
tudo, todos os dias, para continuar te mantendo do lado de fora.
Aí você aprende a ser
sozinho. A vida te obriga. Ou é isso, ou nada.
Me pergunto qual a
diferença entre o nada e a solidão. Parecem bem semelhantes pra mim.
Bem, a bengala foi
encostada mais uma vez. Permanecerá em silêncio até ser requisitada mais uma
vez por sua utilidade. E nada mais.
Kelly Christine
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