14 de jun. de 2013

A bengala...

O engraçado é que eu sempre penso que fui eu que fiz algo errado.
Sempre me analisando, cobrando, colocando defeitos.
Erros que nem sempre são meus, me condenando por palavras que nem eu mesmo disse.
Onde está tudo o que desejei?
Eu me permiti, me dei uma chance. Mais uma chance, sempre perdoando as falhas que não eram minhas, sempre me condenando pelas falhas que eu achava que eram minhas.
Me sinto uma espécie de bengala.
Útil quando não se tem apoio, caminha sempre ao seu lado, não faz perguntas, não questiona.
Quando não precisa do uso dela, encosta no canto. Quieta, sem argumentos.
Mas aí vem a dor nas articulações novamente.
É hora de tirar a bengala do canto mais uma vez.
A dor passa, e é para o canto esquecido de algum lugar que a bengala vai.
E assim a vida segue, sem novidades.
Preferir a companhia da solidão deve ser excelente alternativa para quem passou a vida toda em silêncio.
Eu antes tinha pavor de ficar sozinha. Era o meu único e principal medo, meu fantasma de toda vida.
Hoje, a solidão não me assusta mais. Porque não existe nada mais doloroso do que se sentir só ao lado de alguém.
Alguém que você faz de tudo, todos os dias, para se manter do lado de dentro.
Alguém que faz de tudo, todos os dias, para continuar te mantendo do lado de fora.
Aí você aprende a ser sozinho. A vida te obriga. Ou é isso, ou nada.
Me pergunto qual a diferença entre o nada e a solidão. Parecem bem semelhantes pra mim.
Bem, a bengala foi encostada mais uma vez. Permanecerá em silêncio até ser requisitada mais uma vez por sua utilidade. E nada mais.


Kelly Christine

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