20 de jun. de 2013

Basta.

Quem disser que a solidão ensina ou mostra alguma coisa, em minha opinião está mentindo.
Solidão não tem nada de bom. Não fomos feitos para sermos sozinhos.
Caminhar sozinha. Almoçar sozinha. Voltar pra casa sozinha. Tudo isso tem sido um verdadeiro inferno pra mim.
Estar em um lugar cheio de gente, uma sala cheia de pessoas, todas conversando diversas coisas ao mesmo tempo. Fingir sorrisos, falar sobre amenidades, vestir uma máscara de que está tudo bem. E continuar me sentindo completamente sozinha. Isso é possível?
Sim, é. E tem acontecido todos os dias.
Essa solidão é um vazio que nenhuma outra coisa preenche. Um silêncio difícil de ser quebrado.
Pior saber que eu sou passado que jamais voltará a ser presente.
Pior saber que tudo não passou de aprendizado, enquanto eu encarava de outra forma.
Fui instrutora de vida. Nada mais, além disso.
Mostrei pouco a pouco parte do meu mundo, dos meus sonhos, das coisas que eu acreditava.
Tentei ensinar como uma pessoa pode completar outra em tudo. Não por serem partidas, mas por quererem estar juntas sempre. E vencer todas as dificuldades, era possível superar tudo, de mãos dadas, em nome daquele futuro nosso que sonhamos.
Peraí... que sonhamos?
Não, minha cara. Esse sonho era só meu.
Só eu que não sabia.
Seus planos eram bem outros.
Quando o ‘curso de sobrevivência social’ terminou, eu fui deixada de lado. E tive que fingir que nada sentia, que não me afetou, não doeu, que estava tudo bem.
Fingir, fingir, fingir.
Omitir o que se sentia. Engaiolar um coração que grita o tempo todo perguntando porquê, querendo lutar, querendo entender.
Agora peço ao meu coração, por favor, fique quieto. Nada do que fizer, disser, gritar, mudará esta situação.
O amor que você pensou que existisse, existia sim. Mas somente em você.
Se enganou de novo não foi? Pensou que era uma situação, uma pessoa, um caráter, descobriu de novo através das feridas, que era outra coisa.
Sempre assim.
E o silêncio vazio que nada preenche, tomando conta desse escandaloso coração, não é?
Pessoas são substituíveis. Eu sempre afirmei que não, mas a vida me mostrou o contrário.
Fiz o meu melhor, dei tantos motivos para ficar. Não hesitou, não olhou para trás e se foi.
Filosofias sendo contrariadas.
Obrigada vida, por mais esta lição.
O coração ainda está resistindo, mas a esperança se foi. Uma vez mais.
É hora de deixar esses sonhos que só me feriram também partirem.
Chega de sonhos, chega de amor.
Chega de ficar apenas mostrando, ensinando às pessoas como é amar e receber delas nada além da solidão.
Continuo a viver porque é a minha única alternativa. Mesmo assim, uma mudança brutal me obrigou a ter uma nova postura.
Precisei não apenas mudar minha maneira de ver as pessoas, como também de ver a mim mesma.
Já que as pessoas que eu cuidava com tanto carinho dentro de mim, sempre se vão, que permaneçam todas do lado de fora agora. E não haverá outras que entrarão, pois este lar acabou de fechar.
Para sempre.


Kelly Christine

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