29 de mai. de 2011

Hoje não há poesia...

A gente sempre acredita nas pessoas. Doa o seu carinho a elas, procura confortá-las como é permitido. Doa a sua amizade. Cresce a sua confiança. Ganha sorrisos como prêmio pela tua bondade.
Até um belo dia que o amor acontece. Sem avisar ele bate na porta do teu coração e invade a nossa alma. O amor que deixa tudo belo. O amor que acredita em tudo, até mesmo nas mentiras. O amor que salva. E o que perdoa.
Como dizia Carlos Drummond de Andrade: preste atenção quando os olhos brilharem pode ser o grande amor da sua vida.
O grande amor da sua vida...
Eu sonhei com esse momento desde que era uma menina apenas. Fiz tudo certo, vivi uma vida com caráter. Tentei por várias vezes, e em várias situações acreditei que tudo poderia ser real... Até o dia de hoje.
Estarei preparada para o final frustrado de um conto que nem começou?
Às vezes, gostaria apenas que dentro da minha cabeça houvesse um botão “turn off” e talvez tudo estaria resolvido.Sem lágrimas, sem dor, sem ressentimentos. Apenas e cruamente o fim.
Hoje não há poesia.
Os versos se esconderam de mim, os dedos tremem com o frio do tempo e o da minha alma também. Tão cansada do frio. Frio do fundo do poço, frio do coração das pessoas, frio da distância. Apenas frio. Vejo no olhar das pessoas que pouco importará se for ou ficar. Desde que não me torne um obstáculo na vida delas, dane-se o que acontecerá comigo. Desde que seja completamente invisível, não importa o que farei da minha vida daqui por diante.
O frio que acompanha as lágrimas.
Hoje não há poesia.
A canção se desenrola chorosa no áudio do PC. Sempre a música que me transporta aos sonhos. A música que me faz viajar. Quando essa viagem termina, sou obrigada a voltar à realidade. Nessa hora, eu desejo ardentemente que a vida poderia ser tornar uma grande canção sem fim. As palavras continuam a percorrerem o teclado, se embaralhando todas entre o documento e os meus pensamentos. Martelam na minha mente, incomodam o meu corpo, como uma febre que insiste em ficar dentro de nós. Revisei esse texto 03 vezes. Me perdoem se houver mais erros dos que eu vi.
Hoje não há poesia.
Porque a grande razão de continuar escrevendo é o amor. E hoje ele resolveu me deixar para trás, e desistir desse coração por tantas vezes maltratado. Eu sou uma causa perdida para o amor. O próprio amor desistiu de mim.
Olho pela janela e vejo a chuva fina e o frio lá fora. A canção acabou, a viagem chegou ao fim e as lágrimas continuam a cair.
Hoje não há poesia...

Kelly Christine

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