A poesia começa no pranto
Das lágrimas que corriam em mim
Tentando entender o encanto
Que sem se iniciar, chegou ao fim
As pessoas condenam minha depressão
Mas também não tentam me entender
De ter tantas vezes quebrado o coração
De sempre estar a sofrer
A dúvida me encarava no espelho
Um olhar de vergonha eu sentia
Desamparada, em busca de conselhos
Eu sofria.
Eu era apenas eu
Com todos os defeitos e limitações
Desprovida de beleza, tolamente sem jeito
Incapaz de encantar corações.
Chorava com uma tristeza sem medida
Mais uma vez, maldito vazio
Dei-me uma chance de ser feliz, frustrada, dolorida
Restou-me apenas o frio
Olhava pra mim, defeitos eu procurava,
O que há de errado comigo?
Se eu não era tão ruim, por que não ficava?
Por que quer só ser meu amigo?
Não mereço a sua beleza talvez
Ou quem sabe, não sou digna do seu amor
Não hesitaste em me deixar de vez
Não teve misericórdia da minha dor
Lembro-me da beleza que cercava você
E das palavras das pessoas à sua volta
Eu era apenas eu, nada a oferecer,
Em mim, a revolta
O anjo com as asas caídas
Foge do mundo, não quer ver a luz
O rosto entre as mãos esconde as lágrimas de sangue tingidas
Lembrando com tristeza, a beleza dos olhos azuis.
Se conseguir somente ser feliz
Exibindo a beldade das deusas ao seu lado
Coração que tinha tanto pra dizer, nada diz
O anjo feio permanece calado
Vou juntando os pedaços de mim
É hora de seguir em frente mais uma vez
Mais uma derrota pessoal, uma guerra sem fim
Esperança que como o pó se desfez
Aprendendo na dor, seria preciso?
Mais uma cicatriz no peito pra levar
O contraste do cintilante branco do teu sorriso
E o vermelho do meu olhar
Pra você, apenas o paraíso,
Eu no inferno a definhar,
A alma não aceita a razão
Tristeza que me impede de seguir adiante
Dei-te o melhor de mim, os pensamentos, o meu coração
Me retribuíste com lágrimas de sangue...
Kelly Christine
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