12 de nov. de 2010

Minha história com o amor...(1)

E então... Aconteceu. É Sempre difícil falarmos de uma relação conturbada, com idas e vindas, procurando no outro aquilo que não encontramos em nós mesmos. Eu hoje quero falar sobre esse sentimento cheio de terminações nervosas, cheio de palavras complexas de definição, muitas cores, e que também trás muito sofrimento: sim, ele mesmo – o amor.
Amor aprendemos logo ao nascer: o carinho que recebemos de nossos pais, de nossa família e as lições de afeto e laços sentimentais são algo que ligarão vocês a sua família para sempre. Os primeiros traumas começam a partir daí. Por isso, se você tem filhos, cuidado de como lidam com suas crianças. Elas levarão por toda vida e carregarão na alma o que aprenderam com vocês, não só no quesito amor. Mas em todos os aspectos de relacionamento. Bem, isso ficará para um texto futuro. Falemos agora do amor como relacionamento, o amor de duas pessoas.
Quero garantir a quem lê que eu não tenho interesse em ensinar nem promover nada em relação a esse sentimento. O que posso dizer é apenas em relação às experiências que vivi e se por acaso houver identificação com elas, sinta-se à vontade para comentar. Vamos começar essa história então.
Conheci o amor, por acaso, numa esquina na minha rua, aos 10 anos de idade. Até os 14, fui sofrendo com aquele sentimento tímido, que olhava pra si mesmo e não via nada de interessante a oferecer a um cara mais velho, então com 18 anos de idade. Eu queria me declarar e não conseguia. Era aquele tipo de amor que a gente fica olhando para pessoa quando passa, se imagina de mãos dadas com ela, passeando com ela, mas nunca teve coragem de trocar uma única palavra. Um belo dia eu tive ajuda da amiga de uma amiga, que tentou me apresentar ao objeto de meus sonhos há 04 anos, porém esse mesmo se recusou a me conhecer. Olhou pra mim com desdém e vociferou a um grupo de garotos que acompanharam toda a cena de meu primeiro sofrimento: “Ela é tão feia e magrela! Não quero conhecer isso aí não!!!” Todos riram. Eu fui me esconder em meu quarto às lágrimas. Fiquei sem sair de casa durante semanas com vergonha de algo que eu não tinha feito, apenas, vergonha de mim. Tentei em vão falar com a minha mãe sobre a experiência traumática, ela me olhou com curiosidade e sarcasmo e disse que eu parasse de pensar nessas “coisas” que não eram da minha idade, eu tinha que pensar em bonecas e escola. Não eram da minha idade. É. Tudo isso em 1992, engraçado, olho para as meninas nessa faixa etária hoje em dia e vejo certa “malicia” que eu não tinha, os tempos mudam e as pessoas também, mas ainda gostaria de que elas mantessem aquela inocência perdida ao longo dos anos. Sempre assim, eu procurava fora o que não encontrava dentro de minha casa e fora dela era rejeitada pela cara de “nerd” e aparência “fora do padrão” que eu tinha. Foram anos difíceis e traumáticos, mas me ensinaram muita coisa. Justamente, esse fato pode ser considerado o pontapé inicial de meu estudo de fracassos, derrotas e algumas vitórias em nome do amor.
A garota magrela, franzina com cara de assustada, se manteve “nerd” durante toda a juventude. Isso dificultou muito os relacionamentos que vieram a seguir. Eu continuava bobinha e ingênua, e os rapazes sabiam “se aproveitar” bem desse tipo de comportamento.
Mais um tema para textos futuros (risos).  Seguimos adiante então.
O amor que eu mantive por aquele garoto na minha primeira experiência de amor (platônico), foi o que me define como pessoa hoje. Apesar da rejeição, eu continuei gostando do dito cujo, por mais 06 meses. Lógico, sem nunca conseguir olhar nos olhos dele e dos outros que foram testemunhas de minha humilhação pessoal, mas dentro de meu peito, uma tempestade de sentimentos me invadia, e sonhava acordada que ele viesse até mim e dissesse que era tudo uma grande brincadeira que me amava e que ficaria comigo para sempre. Eu só sonhei. Ainda sonho acordada a maior parte do tempo, ainda acredito que sonhos de amor podem ser possíveis, eu ACREDITO no amor, na real beleza da entrega de um coração por outro, simplesmente. Tudo, desde a minha criação até o crescimento como mulher me favorecia a ser uma pessoa descrente, fria e solitária. Mas eu não consigo e não sou assim. Sei que como qualquer pessoa eu tenho meus defeitos (que não são poucos e nem bonitos), mas quando se fala de amar eu gosto muito desse meu jeito: aquele que se entrega de olhos fechados, mesmo sabendo que isso possa ser a própria ruína. Falta um pouco disso nas pessoas hoje: não essa entrega sem precisão, mas a doçura nas palavras, a delicadeza nas atitudes ser mais HUMANO e menos artificial. Muito se fala no amor, versos rasgados, mortes encomendadas em nome dele, o amor em todos os lugares, de todas as cores, mas a pergunta que fica: será que amamos de verdade?


Continuing in the next chapters...

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