7 de mar. de 2011

Todo Carnaval tem seu FIM...

Você acorda depois de uma noite cansativa, um dia chato, tarde finalmente, pois faz tanto tempo que não dorme até tarde, que em uma segunda feira de Carnaval, você se dá ao luxo, se permite acordar tarde. Aconteceu. E eu acordei tarde. Agora às 11h. Fiquei vendo os desfiles pela TV, na casa de um amigo. Um programa de índio, eu sei, mas pelo menos era diferente da realidade do meu dia a dia que ando vivendo durante anos a fio.
Não fiz nada de mais. Não bebi, não fiz nenhuma coisa que ferisse minha conduta. Estava com pessoas de bem, meu filho dormia tranqüilo e seguro na casa dos avós paternos, então, eu me dei ao luxo...
Me dei ao luxo...
A noite não foi lá essas coisas. Meus amigos dormiram cedo e eu fiquei com outro amigo fazendo comentários engraçados sobre os desfiles, as fantasias. Tomamos sorvete, eu me demorei mais um pouco, acordei todo mundo, deixei as pessoas em casa, toquei meu rumo. Moro perto do local onde está acontecendo os desfiles, então quando saímos da casa do meu amigo ainda havia muita movimentação na rua naquela hora da madrugada.
Cheguei em casa, vesti o pijama e dormi como não dormia há tempos: tranqüila, sossegada, sem ter o compromisso de acordar cedo amanhã, de ter que me preocupar em fazer algo de manhã, enfim, aproveitar o feriado e não fazer nada, como todo mundo faz. Depois de uma noite bem dormida e um sono tranqüilo e sem interrupções, acordei escutando vozes na cozinha. Levantei sem barulho, e me pus atrás da porta fechada do meu quarto.
Escuto minha mãe falando de mim. O de sempre: não faço nada, não presto, ela arca com todas as despesas “alimentícias” do meu filho (que não estava em casa nesses últimos dois dias). Eu pensei: “caramba, nem bem acordei, e ela já ta falando mal de mim, pelas minhas costas.” Só não sabia que esse não era o pior:  Eu imaginava que esse discurso todo de sempre, estava sendo reclamado mais uma vez para o meu pai ausente e alheio a minha presença desse mundo. Apesar do meu horror por isso, eu estava enganada e me choquei ao ver sair pela porta da frente a vizinha mais fofoqueira e linguaruda que todo mundo possui uma perto da onde mora. Senti um calafrio. Eu já tenho tantos problemas, tantas angústias, tantas preocupações diárias. Moro num lar onde não me sinto em casa, onde seria o último refugio que procuraria se tivesse outra oportunidade, não precisava ficar me preocupando com a mulher que saía da minha casa agora e iria na porta de cada vizinho meu contar a cor do meu pijama com detalhes, mas toda minha vida infeliz de filha e de mãe. Eu quero entender, mas não entendo.
Mas um dia se passa. Uma segunda feira de carnaval. Nenhuma mudança, claro. Enquanto não sair daqui, minha vida continuará o “Universo de Hades”.

Kelly Christine

Um comentário:

  1. Triste sua situação ...... mas pelo que conheço vc .... e conheço bem ...... vc é uma pessoa de garra, forte, inteligente, bonita, .......só precisa soltar essa tigresa que existe dentro de vc e "focar seus objetivos" e tranformar seus sonhos e realidades ...... só depende de vc.
    Use seus contratempos para agir, reagir e mudar o que precisa ser mudado.
    Um grande beijo.
    Um amigo que te acompanha.

    ResponderExcluir

Comente.
Se sentir-se à vontade para isso.