13 de jun. de 2011

Além do Espelho...

Nem a poesia me consola hoje. Por que tão abalada? Por que tão triste?
Tão cansada de acreditar que as coisas podem ser melhores. Essa fase ruim, já perdura a mais de 30 anos. Talvez esteja na hora de mudar de vida. Talvez? Certeza que sim. Porém como mudar de vida se tudo conspira contra você, até mesmo os seus sonhos?
Eu nunca tive muitos amigos. Da infância a fase adulta, eles sempre me rendiam a quantidade de dedos de uma única mão. Confiava neles, mas nunca foi recíproco na sua integralidade. Sempre sozinha, sempre triste.
É difícil você olhar para os lados e vê que não há ninguém, alem de você mesmo para contar. É difícil você sentir as lágrimas escorrerem pelo rosto, e ninguém ampará-las, você ter tanta coisa dolorosa no peito e não ter com quem dividir essa dor, ter tantos problemas e não ter para quem pedir ajuda. Dor da solidão sem fim.
Aí o destino te trás uma pessoa. Você a trata com carinho, confia os seus problemas, seus medos, suas frustrações a ela. Finalmente alguém para desabafar, contar, rir, chorar se for preciso. Uma série de problemas resolvidos com uma só pessoa. Que grande alívio. Você já não se sente tão só, tão desamparado, tão infeliz. Existe outra pessoa, além do espelho, pra te ouvir.
Lá se foram alguns anos de confiança e amizade mútua. Um provável amor que não teria como dar certo, de tão obsessivo que era. Mas a amizade era verdadeira e integra. Decidi mantê-la para o meu próprio bem. Continuamos amigos, confidentes, e o que mais fosse possível. A confiança CEGA de quem sabia que o mundo poderia acabar em cima da minha cabeça, eu iria ter um ombro pra chorar em qualquer circunstância. Eu acreditava nisso. E tentava seguir em frente, por mais que todo o planeta quisesse me ver embaixo e atrás.
Não demorou muito para outra pessoa tomar conta do meu coração, ganhar meu amor, meu carinho, e também minha confiança.
O ciúmes de uma pela outra era inevitável. E destrutivo.
Aconteciam brigas sem precedentes e nem motivos. Eu não entendia onde um queria chegar com tanto ódio pelo outro. Eu me via no meio de um fogo cruzado sem necessidade, já que de um eu queria a amizade, o carinho e a confiança e do outro eu queria o amor.
Então elas surgiram, na minha vida, mais uma vez...

Mentiras...

De todos os lados, atacando a todos... como esse inferno aconteceu?
Eu não sabia explicar. No entanto, eu me sentia, magoada, triste, sem vida. Como uma pequena flor, arrancada pela raiz.

Perdi o amigo, e o amor estava cada vez mais distante de mim...
Mais uma vez a solidão.
Não existia mais ninguém... além do espelho.

Kelly Christine

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